Mais um dia nessa prisão, se eu ficar mais tempo nesse quarto de hospital ouvindo o barulho do bipe de meu coração vou enlouquecer! Já estou aqui há três dias! Acho que posso muito bem terminar de me curar em casa, na minha cama king size, tomando banho em minha banheira e me maquiando! Não me vejo no espelho há três dias! E por que Estevan não tem um arranhão? Eu juro que vi sangue sair dele no dia do acidente. Se bem que não posso confiar muito no que vi naquele dia. Eu estava quebrada e tinha rachado a cabeça. A minha sorte foi que não machuquei o meu lindo rosto.
Meu pai e minha mãe me visitam constantemente, mamãe queria ficar aqui e dormir comigo, mas não permiti, seria demais para ela. Papai estava ocupadíssimo com o caso, ele queria terminar o quanto antes. Estevan não saia do quarto por mais de uma hora. Ele estava preocupado, eu podia ver em seus olhos. Mas, não disse nada para mim. Quando perguntei se os caras maus ainda estavam atrás de mim ele desconversou. Mau sinal.
O ouvi conversando com o pai quando ele pensou que eu estava dormindo, ele estava mais aliviado e disse que estaríamos indo para a Espanha em breve. O que será que o pai dele quer comigo? E por que ele quer me proteger? E o mais importante de todas as perguntas, por que querem me matar? Já me fiz essa pergunta milhares de vezes e só encontro a mesma resposta: Não sei.
É extremamente horrível quando você não tem nada melhor para fazer, além de ficar deitada e ser drogada com um monte de anestésicos, você fica pensando em um monte de coisas que não queria pensar...
Minha cabeça se virou em direção a porta quando ouvi uma batida. Não pode ser Estevan, ele nunca bate. Uma cabeça morena, de cabelos pretos e curtos passou pela fresta.
__Posso entrar?
Ela perguntou, minha boca caiu, o que ela está fazendo aqui? Como ela soube? Bom eu tenho certeza de que todos no colégio já devem estar sabendo. Mas por que ela veio me ver? Não faz sentindo, ela me odeia e eu não tive e menor intenção de mudar o pensamento dela ao meu respeito...
Ela fez um som com a garganta, me tirando dos meus pensamentos e lembrando-me que ainda não tinha respondido a sua pergunta.
__Se você não quiser, eu posso ir embora.
__Pode entrar. Eu apenas fiquei surpresa.
Ela entrou, eu a observei. Não era feia, precisava apenas de roupas melhores, que valorizassem suas curvas e sua cor, seus cabelos estavam cortados bem curtos, mas eram negros e bem sedosos, sua pele era morena e parecia bem cuidada, apenas a roupa que era deplorável. Calças jeans e um suéter folgado e comprido. Eu olhei para os pés e morri de desgosto. Ela estava usando um tênis surrado e sujo.
__Terminou a inspeção?
Corei.
__Desculpe, não pude me conter. Mas, sente-se.
Sofie puxou uma cadeira e sentou-se ao lado de minha cama, se é que posso chamar essa máquina de tortura de cama. Minha bunda está totalmente amassada.
__Eu vim ver como você está. Por que está tão surpresa? Aposto que todos vieram te ver.
__Não.
__O que? E as suas "amigas"?
__Elas não curtem hospitais.
__Mas são umas egoístas.
Eu sei que elas eram, mas isso não me importava, e não estava mesmo a fim de receber a visita delas.
__Eu não me importo.
__Cara você é muito estranha. Se eu estivesse presa em um hospital iria adorar receber a visita de meus amigos.
__Elas não são minhas amigas, e aposto que estão amando assumir meu cargo de rainha.
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Mestiça: Livro 01
VampireLeslie Foster tinha todo o seu futuro planejado. Concluir os estudos, ser a rainha do baile, entrar em Yale e ser a melhor advogada de Nova York, assim como o seu pai. Mas um estudante esquisito e muito lindo de intercâmbio mudou todo o rumo de sua...