Capítulo Quinze

19 2 0
                                    

Nem precisou me colocar no chão para abrir a porta. Com apenas uma mão destrancou a porta e me colocou dentro do carro. Olhei para o estofado. Era de couro vermelho. O carro parecia uma máquina espacial, cheia de botões e equipamentos. Ele deu a volta no carro e entrou pelo lado do motorista. Eu vi que tinha tanques de NÓZ. Nossa o carro só falta voar. Ele ligou o som. Eu nunca mexeria em um som tão sofisticado. Com certeza deve ter custado uma fortuna. Será que todos os vampiros são ricos? Estou começando a gostar disso.

Uma música de Muse começou a tocar. Recostei-me no banco do carro e me abracei. Será que não vou ter uma noite de sono? Desse jeito vou envelhecer dez anos em uma semana!

Se eu achava que Estevan dirigia rápido era porque ainda não tinha andado de carro com Brandon. Seu ponteiro não saia dos cem por hora, apenas aumentava! Eu não conseguia ver nada na minha frente, mas parecia que ele estava enxergando tudo.

Ele não falou nada e eu também não quis quebrar o silêncio. Ambos precisávamos pensar sobre o que tinha acabado de acontecer no galpão. E era bom pensar sem ter que proteger os pensamentos, era bom estar ao lado de Brandon.

O carro parou de repente e me perguntei se já tínhamos chegado em casa. Abri a minha porta e me deparei com a entrada para um necrotério.

__O que estamos fazendo aqui?

__Estevan vai precisar de sangue quando tirarmos a estaca dele.

Assenti apesar de sentir as minhas pernas bambas.

__Me espere aqui.

Ele saiu do carro e sumiu dentro do necrotério. Recostei-me no banco e tentei não pensar em Brandon comprando uma bolsa de sangue gelado para dar a Estevan. Isso era nojento e asqueroso. Enrolei-me ainda mais na jaqueta dele.

Brandon não demorou muito lá dentro. Ele voltou com uma mochila nas mãos. Parecia cheia de sangue.

__Por que tanto?

__Eu ainda estou com sede. Não é como gosto de me alimentar, mas estou temporariamente sem escolhas.

Não comentei nada. Ele ligou o carro e voltou para a pista. Em alguns minutos estávamos entrando pelo portão da minha casa. Observei os seguranças abrindo os portões como se tivessem em uma espécie de transe e olhei para Brandon.

__Eles vão lembrar que fizeram isso?

__Não lembrarão de nada.

__Isso é incrível.

__Eu sei.

A modéstia dele não parava de me surpreender. Sorri e o observei estacionar o carro na garagem. No mesmo lugar onde o meu lindo carrinho ficava.

__Qual é o seu problema? Você sempre gosta de pegar as minhas vagas.

Ele riu e piscou para mim.

__Eu adoro te aborrecer, seus olhos brilham quando você está com raiva.

Eu corei.

__E quando você cora eu morro de vontade de sugar seu sangue. Estava curioso para saber qual seria o seu gosto.

Ele se aproximou de meu pescoço, eu fiquei parada tentando controlar a minha respiração que ficava ofegante sempre que ele se aproximava de mim.

__E você é mais saborosa do que pensei.

Eu pigarreei e coloquei minhas duas mãos em seu tórax forte.

__Aceitarei isso como um elogio.

__Pode ser. Agora vamos entrar.

Ele me ajudou a descer do carro e fomos para a casa. Eu ia entrar pela frente, mas ele me disse que o fundo estava com o alarme desconectado.

Mestiça: Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora