Capítulo Quatorze

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    Mas como ele conseguiu entrar aqui em casa?! Ele não é um vampiro? Eu não o convidei! E onde se meteu Estevan que até agora não entrou no meu quarto para me salvar?!

Pude ver o brilho de seu olhar. Ele parecia divertido. Deus, ele vai me matar! Eu senti medo. Até porque não sou nenhuma masoquista. Mas, também senti algo quente se formando em meu estomago. A mão fria de Brandon em meus lábios me deixava assustada e ao mesmo tempo eu gostava da textura de sua pele sobre a minha.

__Vou soltar a sua boca, mas se você gritar eu mato todo mundo. Entendido?

A sua voz era rouca e baixa. Minha pele se arrepiou ao ouvi-la. Sacudi a cabeça afirmando que não iria gritar. Ele assentiu e soltou a minha boca. Sentei-me na cama de um pulo. A minha posição estava muito vulnerável. Mas, acho que não foi uma boa ideia, pois assim que sentei a coberta que estava me protegendo escorreu pela seda da camisola. Expondo o meu corpo para o olhar faminto de Brandon. Ante o seu olhar meu corpo reagiu. Vi um desejo quente e louco em seus olhos, mas logo o escondeu.

Ele se aproximou de mim e sussurrou bem próximo ao meu rosto.

__Linda camisola.

Corei como um pimentão. Ele sorriu.

__Como você entrou?

__A sua mãe abriu a porta para mim.

Ah Deus minha mãe! O que ele fez com ela?! Todo o meu excitamento deu lugar à raiva. Se ele tiver tocado em um fio de cabelo sequer da minha mãe eu o mato! Minha mão foi para trás do meu travesseiro, tentei fazer isso da maneira mais inocente possível e parece que deu certo. Minha mão tocou na estaca de prata. Se ele tiver feito algo com a minha família enfiarei essa estaca em seu coração.

__O que você fez com ela?!

O segurei pela gola do casaco de couro. Ele sorriu e prendeu o meu pulso.

__Eu não a matei. Apenas coloquei em sua mente que Estevan estava a porta e ela a abriu e me convidou para entrar. Agora ela deve estar dormindo em sua quente e cara cama.

Suspirei aliviada e a minha mão relaxou na estaca, mas não a soltei. Ele pode ter poupado a minha família, mas ainda planeja me matar.

__Onde está Estevan?

Ele riu. Eu me arrepiei.

__Está temporariamente paralisado.

__Você estacou seu amigo?!

__Depois que te matar eu tiro a estaca dele. Simples e fácil.

Eu ia falar um monte de verdades, mas perdi o ar quando ele me carregou,jogou-me em suas costas e pulou pela janela. A minha sorte foi que levei a estaca junto comigo e parece que ele nem se deu conta de que eu carregava algo em minhas mãos. Minha sorte, azar dele.

Fechei os olhos, imaginado que nos esborracharíamos no chão, mas para a minha surpresa ele aterrissou com a perfeição de um felino. Nenhum cabelo fora do lugar e nenhuma gota de suor. Parecia que eu não pesava nada para ele. Isso é o que chamo de força sobre-humana.

Ele não parou nenhum segundo, assim que colocou os pés no chão começou a correr. Eu sentia o vento chicoteando o meu rosto e lançando os meus cabelos para trás. Agarrei-me nele com medo de cair. Nova York nunca parava, mas ninguém nos percebeu. Ele andava tão rápido que era impossível nos enxergar.

Eu pensava que a minha hora estava chegando e fiquei triste. Também me perguntei por que não enfiava de uma vez por todas a estaca em seu peito e acabava logo com isso? Menti para mim mesma dizendo que não fazia porque não era uma assassina. Em alguns minutos o vento parou e abri os olhos. Não consegui enxergar muita coisa, mas identifiquei o cheiro do lugar. O cheiro de podridão e decomposição. Estávamos no galpão!

Mestiça: Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora