Capítulo Doze

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O som do despertador me acordou com um susto. Pulei da cama e caí de bunda no chão. Até um simples despertador me apavorava agora. Que perfeito.

Joguei- o longe, ele caiu com um baque e parou de tocar. Levantei do chão e fui para o banheiro, minha cara estava horrível. Eu tinha olheiras nos olhos e um cabelo todo embolado.

Pequei uma aspirina e tomei, parecia que minha cabeça iria explodir. Eu não tinha dormido muito bem, minha mente não parava de fazer perguntas sobre os vampiros. Que piada, até uns dias atrás eu pensava, apenas, em terminar o colégio e entrar em Yale, agora penso em como sobreviver a vampiros!

Se alguém aparecer em minha frente e disser que Papai Noel existe e está passando férias no Caribe junto com o capitão Jack eu acredito.

Tomei um banho rápido e consegui, com muito esforço, desfazer os nós do cabelo. Sequei com secador e me arrumei.

Desci correndo as escadas, eu tinha muitas perguntas para fazer a Estevan. Como o quarto dele já estava vazio deduzi que ele estivesse tomando café com os meus pais.

Mas, me decepcionei quando encontrei apenas mamãe e papai à mesa.

__Bom dia docinho. Como foi a noite?

__Foi ótima.

Eu menti. Minha mãe assentiu e voltou a beber o suco. Meu pai me olhou.

__Você ouviu algo ontem a noite?

Eu me assustei, será que ele sabe de algo? Não, provavelmente não.

__Não, por quê?

__Alguns vândalos entraram aqui ontem e destruíram a estufa.

Um arrepio percorreu minha espinha e meu coração gelou. Se ele soubesse... Mas, ele pareceu não perceber nada, com certeza Estevan deve ter conversado com ele.

__Eles destruíram minhas lindas orquídeas.

__Que pena mãe.

Voltei ao meu café. Eu não queria olhar nos olhos de meu pai, se o olhasse ele perceberia que eu escondia algo. E isso seria muito ruim e perigoso.

Terminei meu café em tempo recorde e saí da mesa dizendo que tinha que ir para o colégio.

__Mas, ainda é cedo. Você nunca sai tão cedo.

Droga, mais uma mentira.

__Eu tenho que resolver umas coisas para o baile.

Ela assentiu e eu corri para a garagem. Estevan esperava recostado em seu BMW com vidros fumês. Hoje, vestia calças jeans escuras e uma blusa de manga comprida e no rosto os óculos escuros. Agora eu sabia porquê ele se vestia assim.

__Você não foi tomar café...

__Eu não como.

__Nunca?

__Meu corpo não digere comida. Apenas...

__Sangue.

__É.

Cara, eu tinha milhares de perguntas para fazer! Tantas coisas que queria saber sobre ele. Eu ainda não tinha aceitado completamente minha situação, o que não quer dizer que não esteja curiosa sobre os vampiros.

__Eu responderei.

__Isso, como você consegue? Ouvir nossos pensamentos?

__Eu já nasci com isso. Com o tempo aprendi a controlar.

__Todos os vampiros podem ouvir?

__Apenas alguns. Nem todos têm super poderes.

Lembrei o modo como o outro vampiro falou em minha mente... Como ele...?

Mestiça: Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora