Elizabeth, um tanto melancólica, passou a observar o céu estrelado pela janela de seu quarto. A noite estava serena e a lua cheia brilhava de tal forma, que iluminava todo o ambiente com sua luz difusa. Desse modo, não era necessário acender luzes artificiais. O momento era perfeito e Lizzie só queria apreciar o prazer de estar em sua própria companhia. Ela sempre fora um pouco introvertida, pelo menos com quem não conhecia. Preferindo a distração de um bom livro à baladas e agitações; além disso, considerava extremamente seguro estar só. Assim ninguém poderia machucá-la, não mais. Lembrava perfeitamente de quando se apaixonou perdidamente há dois anos e do que o garoto havia feito com seu coração. Lizzie não queria passar por aquilo novamente.
Porém, ainda assim, sentia-se solitária muitas das vezes, no auge dos seus vinte e dois anos, Elizabeth nunca havia namorado sério. Seus amores encontravam-se presos em diversos livros, tendo uma coleção admirável de exemplares de romances atuais e de época. Dentre esses o seu preferido era Orgulho e Preconceito, ela costumava passar a maior parte do seu tempo mergulhada entre uma história e outra. Observando como os personagens dos livros alcançam o seu "final feliz" sempre, ou quase sempre. Lizzie não era infeliz, de forma alguma, pelo contrário. Só gostava muito de ficar a sós com seus próprios sentimentos e pensamentos, às vezes.
"Talvez esse descontentamento temporal seja inerente a personalidade dos românticos.", refletiu.
Os poetas e músicos, por exemplo, precisavam desse pesar na alma para alimentarem a inspiração. Afinal, através da tristeza surgiam as mais belas poesias. A alma realmente poderia ser a melhor das poetisas, caso o ser humano desse vasão à ela. Tendo isso em mente, Elizabeth considerava-se uma mulher feliz, apesar da languidez que a abatia de vez em quando. Todos ao redor poderiam atestar isso facilmente, principalmente seu pai, que possuía a mesma dualidade na personalidade.
Agora, por exemplo, Lizzie olhava para o céu, pensando no rumo que sua vida tomara. Sua mãe, por sinal, ralhara com ela ainda há pouco, pois Elizabeth recusara o pedido de namoro do único garoto que, aparentemente, nutria sentimentos por ela. Porém, Lizzie negara veementemente, apesar da insistência da mãe. Alegando que jamais estaria em um relacionamento só por gratidão.
"Somente o mais puro amor fará com que eu me envolva sentimentalmente com alguém.", idealizava em seu interior.
Recordando que a sua xará e protagonista feminina favorita, Elizabeth Bennet. Também possuía as mesmas convicções com relação a esse sentimento. Absorta nos próprios pensamentos de forma tão confortável, acabou nem percebendo um brilho incomum rasgar o céu. Enquanto isso, em seu inconsciente, seu único desejo era:
Gostaria de encontrar o meu próprio Darcy algum dia.
No instante seguinte, Elizabeth olhou para cima, notando um risco brilhante iluminar o céu. Conjeturou o que seria aquilo, até que a luz sumiu de seu campo de visão, como mágica. Suspirou pesadamente e foi se deitar, já passava da meia-noite e ela precisava dormir. Se quisesse comparecer em seu novo emprego na primeira hora do dia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um pedido à estrela cadente
RomantikElizabeth Boaventura fazia o tipo tranquila, gostava de mergulhar em um romance e outro frequentemente. Sem pensar que um dia encontraria um amor só dela. Lizzie só não imaginava que sua vida sofreria uma reviravolta considerável. Quando o pedido es...