Capítulo 8

428 56 24
                                    

Darcy optou por uma pousada mais simples e aconchegante para se hospedar. Pois, preferia estar próximo de seu escritório. Entretanto, Melania escolheu o melhor hotel da região, já quase saindo da cidade. Ela jamais ficaria em uma pousada chinfrim, na verdade nem queria estar ali. Todavia, como arquiteta da companhia, era necessário acompanhar o CEO, além de ele ser o seu noivo. Porém, bem lá no fundo, o que a mantinha naquela relação era a posição social; afinal, Darcy era um jovem prodígio. Diferente do pobretão com quem ela saia de vez em quando para distrair-se. Além disso, o belo moreno também fora um dos motivos que a fez querer hospedar-se longe do noivo. Obviamente, Darcy nem fazia ideia dessas puladas de cerca por parte da noiva, ele jamais poderia sonhar que Melania o traia vez ou outra. Do contrário, romperia o compromisso imediatamente, e não era isso que ela queria.

Darcy era o típico homem para casar: bonito, rico, sério e fiel. Já Theo era somente um passatempo para os dias de solidão, como hoje, por exemplo. Ele saira bem tarde de sua suíte e prometera voltar em breve. A própria Melania arcara com as despesas de sua viagem, para poder tê-lo ao seu dispor na ausência de seu noivo. Theo, por sinal, valia cada centavo, exceto pelo fato de não ter aonde cair morto. Contudo, essa informação era irrelevante, visto que Melania jamais abandonaria o noivo rico para ficar com ele.

Enquanto isso, Darcy mantinha os pensamentos em Elizabeth, ele estava completamente intrigado com àquela garota. Ela parecia tão inteligente, articulada e até um tanto sarcástica, Darcy admirava tudo isso nela, além dos seus belos olhos. Ele queria poder aproximar-se outra vez, mas não sabia como, não teria desculpa alguma para voltar a vê-la. Não poderia procurá-la em seu trabalho, ou poderia? Resolveu que pensaria no assunto, Darcy deitou-se para esperar o sono chegar, mas este não vinha. Os olhos cor de avelã de Elizabeth não lhe saiam da mente, até que finalmente ele teve uma ideia.

(...)

Na segunda-feira, no entanto, Elizabeth acordou indisposta, sentia-se fraca e zonza, mesmo assim seguiu para o trabalho. Não poderia dar-se ao luxo de faltar no período de experiência. Além do que, Charlene ficaria muito sobrecarregada sozinha na bomboniere. Devido a isso, ela reuniu forças, tomou apenas um café preto muito a contragosto e seguiu para sua rotina.

— Bom dia, Char. - Cumprimentou a amiga.

— Oi, Lizzie. O que houve? Você parece abatida. - Ela devolveu o cumprimento um tanto preocupada.

— Estou só um pouco indisposta. - Elizabeth deu de ombros, fingindo estar melhor do que realmente estava.

— Se estiver passando mal me fala, não dá para trabalhar doente. - Charlene retrucou franzindo o cenho.

— Estou bem. - Afirmou resoluta.

— Então me conta como foi dançar com aquele deus grego! - Exclamou sorridente.

Elizabeth lembrou-se do fato que estava tentando esquecer com todas as suas forças e suspirou, não estava obtendo sucesso. Ela só conseguia pensar na maldita dança e em como Darcy a encarava com um misto de curiosidade e satisfação. Charlene havia chegado um pouco depois à praça e os flagrou juntos. Obviamente queria muito questionar mais detalhadamente a amiga sobre o assunto, visto que Lizzie não lhe contara muita coisa sobre àquela aproximação.

— Já falei que não foi nada demais. - Reforçou ligando o computador do caixa.

A outra bufou e saiu batendo o pé, Elizabeth era tão evasiva em suas respostas que quase a enlouquecia de curiosidade. Entretanto, ao longo do dia, o mal-estar de Elizabeth acentuou e ela só pensava em sentar-se em algum lugar. Até que um pouco antes do almoço da colega de trabalho, Lizzie sentiu a visão escurecer e o corpo desfalecer. Por sorte a amiga estava atenta e a amparou, evitando assim que ela se machucasse ou batesse a cabeça.

— Lizzie! - Charlene exclamou assustada.

Ela não sabia o que fazer, não podia deixar a loja sozinha, mas também não podia deixar Elizabeth desmaiada. Porquanto, Charlene deitou cuidadosamente a amiga no chão e foi buscar álcool para tentar acordá-la. Mas, ao sair detrás do balcão deu de cara com Darcy, ele a encarou curioso pela sua expressão angustiada.

— Oi, Darcy. Você pode me ajudar? Lizzie desmaiou e sei que você a conhece. - Despejou, ele arregalou os olhos em resposta e a seguiu imediatamente.

— O que houve? - Quis saber, reparando na palidez da pele de Elizabeth e abaixando-se em seguida.

Seus lábios carnudos tinham quase desaparecido de seu rosto descorado.

— Não sei, ela não estava muito bem, mas insistiu em ficar. - Relatou sem entender o desmaio.

— Vou levá-la ao hospital. - Afirmou e no instante seguinte ergueu Elizabeth nos braços, como se ela pesasse não mais do que cinco quilos.

A outra assentiu aliviada, afinal Darcy tinha aparecido na hora certa.

"Será que ele está se apaixonando como no livro?", conjeturou em pensamento e sorriu, mas se repreendeu imediatamente.

A amiga tinha desmaiado do nada e Charlene esperava que não fosse algo grave.

Lizzie começava a recobrar a consciência, ainda um pouco atordoada. Quando viu os olhos apreensivos de Darcy cravados em seu rosto, Elizabeth sentiu o estômago revirar pela proximidade.

— O que houve? Eu estou sonhando? - Balbuciou tentando focar os olhos.

Ela sentia que tudo girava ao seu redor.

— Calma, Lizzie. Está tudo bem. - Ele murmurou em resposta.

Em seguida deitou a moça confortavelmente no banco de trás do seu carro, mas Elizabeth levantou-se devagar e o encarou, enquanto Darcy começava a dirigir.

— O que houve, Darcy? Por que estou no seu carro? - Perguntou um pouco melhor.

— Você desmaiou e eu cheguei bem na hora, então resolvi levá-la ao hospital. - Explicou calmamente.

— Nossa! - Exclamou mais para si do que qualquer coisa. - Não precisa se incomodar comigo.

— Não é incomodo algum, Lizzie. Eu me preocupo com você. - Deixou escapar.

Elizabeth franziu o cenho, estranhando o fato de ele tê-la chamado pelo apelido, porém achou que soava muito bem vindo de seus lábios. Ainda assim não entendeu sua preocupação.

— Por que você apareceu na bomboniere? Precisava de outro doce? - Questionou inocentemente.

— Não, dessa vez foi proposital, eu quero te fazer uma proposta. - Afirmou olhando pelo retrovisor do carro, se ele soubesse que Elizabeth acordaria tão rápido a teria colocado no banco da frente.

Contudo, isso era o de menos.

— Que tipo de proposta? - Voltou a indagar sentindo o coração acelerar dentro do peito, como se tivesse corrido uma maratona.

— Quando você estiver bem, peço que almoce comigo e eu explicarei. - Respondeu evasivo e logo chegaram ao hospital.

Um pedido à estrela cadenteOnde histórias criam vida. Descubra agora