Capítulo 27

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Apesar de a irmã estar um tanto tristonha pela discussão com o namorado, Lizzie sentia-se nas nuvens. A todo tempo recordava-se de Darcy e de como tinha sido maravilhoso estar em seus braços.

Alguns dias haviam se passado desde o retorno deles, enquanto isso, Elizabeth e Gustavo permaneciam focados no trabalho. Darcy não estava por perto, mas havia confiado a eles a supervisão da segunda fase do hotel. Ou seja, os dias corriam com rapidez, devido a quantidade de coisas a se fazer naquele escritório e fora dele, pelo menos para o engenheiro.

— Lizzie, sei que você deve me achar um cretino agora. Mas saiba que jamais faria esse tipo de coisa com Cecília, eu a amo, só queria que ela confiasse em mim. - Disse ele, soltando um longo suspiro.

Gustavo quase sufocava com tudo o que queria dizer a amada e, ao mesmo tempo, essas palavras entaladas em sua garganta pareciam impossíveis de serem ditas. Ele sentia-se extremamente triste, mas não era uma tristeza comum, pelo contrário, ele tinha a sensação de que sua alma era quem chorava. Gustavo amava Cecília, só não achava que a merecia verdadeiramente. Ele sentia o coração pequenininho dentro do peito, só conseguia pensar na bela morena que deixara escapar por entre seus dedos.

— Gus, eu confio em você. Sei que não faria nada para magoar Cecília assim, talvez esteja na hora de vocês se acertarem. - Elizabeth aconselhou, mesmo sabendo que a irmã parecia irredutível.

Com o passar dos dias, a mágoa de Cecília não parecia ceder. Porém, seu coração sangrava tanto quanto o de Gustavo, não era preciso muito para perceber.

— Não sei, Lizzie. Às vezes acho que não sou bom o suficiente para ela.

— Não pense assim, nunca vi Cecília tão feliz na vida, ter você por perto fez minha irmã florescer novamente. Não posso acreditar que esse sentimento de vocês faça algum mal a ela.

A Boaventura do meio só queria que os dois se resolvessem, pois sabia que Gustavo amava Cecília e Cecília amava Gustavo. Além do que, estava explicitamente claro que o amigo não havia agido de má fé, não no tempo que passara com Cecília.

— Talvez você tenha razão, o que faço para me redimir? - Gustavo tinha os olhos marejados e parecia muito abatido.

— Pergunte ao seu coração, então saberá a resposta.

Diante disso, Gustavo calou-se, a amiga estava coberta de razão e, graças a isso, um plano lhe surgiu imediatamente.

No final daquele mesmo dia, no entanto, Lizzie recebeu um e-mail de Darcy informando que estaria de volta antes do combinado. Pois os pais viriam ficar com ele por um tempo.

Elizabeth sentiu o coração dar um solavanco no peito e as mãos suarem ao terminar de ler aquelas linhas. Afinal, seu amado logo estaria de volta e ela poderia enfim mergulhar naquele sentimento tão bom.

Ao desligar o computador para encerrar o expediente, Lizzie obrigou-se a respirar fundo, como se o pulmão precisasse de mais ar do que o necessário. Ela logo veria Darcy, por isso mesmo não conseguia evitar a ansiedade que sentia, aqueles dias que Elizabeth passara ao lado dele mais pareciam um sonho. Lizzie precisava certificar-se de que tudo fora real. E, pelo visto, a oportunidade não tardaria a chegar.

Em contrapartida, no outro dia pela manhã, Cecília caminhava calmamente para seu trabalho com a cabeça um tanto distraída

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Em contrapartida, no outro dia pela manhã, Cecília caminhava calmamente para seu trabalho com a cabeça um tanto distraída. Até que um garotinho a abordou.

— Senhorita Cecília?

— Sim, sou eu. - Ela respondeu curiosa.

O menino vestia um smoking, tinha os cabelos bem penteados e um grande sorriso no rosto, além de um belo buquê de tulipas nas mãos.

Cecília o encarava furtivamente, sem entender porque havia sido abordada daquele jeito.

— São para a senhorita. - disse ele, entregando-lhe o ramalhete de tulipas coloridas.

Cecília sorriu grande para o garoto, inalando o perfume que emanava das flores e agradeceu o rapazinho com um beijo na testa. O menino, por sua vez, apesar de um pouco tímido, retribuiu com uma pequena mesura e lhe beijou o dorso da mão.

O que levou a mais velha das Boaventura a questionar-se:

"Quem me mandou essas flores?"

Todavia, lá no fundo de seu coração, ela já sabia a resposta.

Gustavo.

Quando Cecília terminou de ler o bilhete, uma sensação muito boa a acometeu, seu amado ainda não havia desistido dela e esse detalhe fez toda a diferença em seu humor. Por conseguinte, Cecília trabalhou extremamente eufórica e ansiosa. Gustavo havia preparado uma surpresa e ela não via a hora de descobrir o que era. Nesse momento, tudo o que Cecília queria era trancar tudo de ruim que tinha acontecido em algum lado escuro da mente e esquecer por lá. Ela desejava mais do que tudo reconciliar-se com Gustavo e também ouvir o que seu amado tinha a lhe dizer.

Mesmo alegando ainda estar magoada e convicta de sua decisão, Cecília sentia imensa falta de Gustavo e isso estava espremendo seu coração ao limite. No fundo Cecília confiava nele, o que estava falando mais alto naquele momento eram duas coisas: orgulho e ciúme. E esses, sem dúvidas, não eram sentimentos capazes de suprimir um amor verdadeiro. Tendo isso em mente, Cecília a cada dia estava mais inclinada a passar por cima daquilo tudo.

Ao longo do dia, de quando em quando Cecilia olhava o relógio, louca para que a hora passasse logo e ela, finalmente, pudesse se jogar nos braços de seu moreno do sorriso faceiro.

Em contrapartida, Elizabeth trabalhava tão ansiosa quanto sua irmã, ela só conseguia pensar no retorno de Darcy para os seus braços. Por outro lado, Gustavo, não conseguia esconder o grande sorriso em seu rosto, lembrando das palavras ditas pelo garotinho que entregara as tulipas:

"Sua namorada é muito linda e sorriu feito boba quando leu o seu bilhete, ganhei até um beijo!"

"Ainda tenho uma chance, afinal.", ponderou Gustavo em seu coração.

Um pedido à estrela cadenteOnde histórias criam vida. Descubra agora