Capítulo 10🌙Vento da Montanha

576 74 37
                                    

Nota inicial:  Volteeeeiiiii!! Preparadas? Então vamos lá ...

Boa leitura ♥

🌙

— É lestence. — disse Gimli. Parecia convicto, mas seus dedos batiam incessantemente contra o cabo do machado.

Bard, ainda abaixado, olhou para o anão e revirou os olhos. — Não  é lestence. — disse, sendo o mais passional possível. — É sulista.

Gimli apontou para as pontas dos galhos, queimadas e não chamuscadas. — Se desfizeram em uma média de duas a três horas, liberando o pó cinzento. — disse o anão, confiante. Sua barba ruiva quase tocava o chão. — É lestence.

O meio-elfo noldo encarou o anão, irritado, porém controlado. 

— É sempre teimoso assim? — questionou Bard, franzindo as sobrancelhas.

Legolas observava aquilo e sorria. Bard havia puxado o temperamento fugaz de sua mãe, e do lado antigo de sua família. Diferente de sua irmã, Nëssa, que era mais sábia, calma e observadora, como a maioria dos noldor.

— Eu não sou teimoso. — cortou Gimli, colocando as mãos na cintura. — Kënnel é teimosa.

O noldo franziu mais uma vez. — E quem é essa?

O anão estalou os lábios. — Minha prima. — disse e voltou a olhar para a fogueira. — É lestence. — Bard o encarou, de olhos cerrados. — E não discuta! Você ainda é uma criança.

Ele forçou um sorriso. — Minha raça é mais antiga que a sua.

— Errou de novo. — Gimli estalou os dedos. — Anões foram criados antes dos Filhos Mais Velhos acordarem.

— Sim. — disse Bard. Ele não iria perder a discussão. — Mas os Primogênitos já haviam sido criados. Porém, dormiam. Anões vinheram depois... Pelas mãos de Aulë. — então, sorriu.

Gimli suspirou, sentando no chão. Sua enorme pança o pressionou e ele passou as mãos pela grande barba ruiva.

— Ele tem razão, mellon. — disse Legolas, em alto tom, de modo brincalhão.

Bard encarava Gimli com um sorriso glorioso. E o anão bufou.

— Tens razão. — desistiu ele, jogando a cabeça para trás.

O príncipe, engolindo a saliva, inclinou para baixo, tocando levemente os restos da fogueira com a ponta dos dedos. As cinzas irromperam assim que soprou o vento gelado que veio do norte, das altas Montanhas Cinzentas, acima das cabeças dele, e aquilo rodopiou pelos ares, e se espalhou. As madeiras ainda estavam quentes mas esfriaram quando a brisa soprou. Bard reclinou mais uma vez, farejando o ar e olhou para Legolas.

— Fim da trilha.

O sorriso do filho do Rei Élfico desapareceu. Não esperava por isso – não ali e não agora – e ele respirou fundo. Logicamente, deveria voltar e procurar outra trilha, faria isso se tivesse saúde suficiente. Mas estava cansado. Caçava, incansavelmente, a mais de um mês e agora tudo havia desaparecido. Esse verão não ajuda em nada. Era verdade; o odor pungente que vinha do norte, do Uzgal Seco, fazia com que farejar as Sombras ficasse mais difícil; e o calor do verão naquelas montanhas era quase tangível e abominável, e o cheiro desaparecia constantemente.

Lua de Cristal - Ela é do Príncipe - Vol.3 - CONCUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora