Capítulo 36🌙A última batalha/Parte 2

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Nota inicial: Viu?! Eu não disse?! Kkkkkkk

Boa leitura ♥

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“Você não verá além de um túnel adiante, e ele se tornará seu mundo. Elimine o inimigo de lá e talvez sobreviva. Tente enxergar o que há fora do túnel, desvie o olhar daqueles que estão atentos a você, e morrerá.”
Rome, a Destruição de Cartago,
– David Gibbins (1988)

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Parte II

A brisa quente de verão aumentou as chances que ela tinha de encontrá-los. A ravina estava destruída, fumegante entre as árvores que ladeavam a trilha e chamuscada além; as cequoias e os carvalhos caíam como folhas secas ao vento, como se não pensassem nada. Aranel observou aquela desolação com um nó na garganta e Sponey, apesar de ser um corcel já com idade avançada, ergueu-se sobre as patas traseiras e relinchou fortemente. Seu glorioso pelo castanho cintilava na luz pacata da floresta, o ouro e o prata luziam em sua sela e nas rédeas. Ele estava inquieto, atormentado com as chamas que ainda creptavam ocasionalmente pela trilha.

A rainha Aranel se virou, rodando o cavalo e aguçando seu sentidos. Ouviu o sibilar de algo maligno vindo do noroeste daquela floresta, e o latido de lobos imensos. Wargs!, pensou ela. Estalando as rédeas, Sponey disparou na trilha como um cavalo selvagem dos campos de Yavanna, e Nel sorriu; lembrou-se de Nyëvaarthan, o corcel indomável que Nienna trouxe de Valinor para ajudá-los, tantos poucos anos atrás, mas que para ela pareciam ser milênios. Passou tempo demais dormindo, e agora, lutava em uma batalha que não havia acabado com a morte de Morgana – só havia sido adiada. Sponey resfolegava e trotava com ferocidade pela trilha. As montanhas erguendo-se sobre eles de modo amedrontador, mas que Aranel gostou de vislumbrar.

A trilha ficou mais destruída a medida que ela se aproximava da batalha, os latidos mais altos e os guinchos mais intensos. Ouviu-se o som pertubardor de um rugido ensurdecedor e ela fez uma careta.

— Pelos Valar!

O som de vozes ficou mais intenso e ela vislumbrou a batalha repugnante que ocorria aos pés das Montanhas Cinzentas. Gimli e Ayla estava de frente para uma cabana de madeira – muito bem construída, por sinal –, com armas em punho e pisavam em cadáveres de lobos e uma poça de sangue negra cintilava sob eles. Gimli não perdia o fôlego, e apesar de estar suja de sangue, Ayla estava com um sorriso desafiador nos lábios. Aranel suspirou por não ter chegado tarde demais. Porém, ao olhar para o lado leste da trilha, em uma ravina aberta, Legolas duelava com uma Serpente gigantesca. Seu corpo ladeado por sombras era enorme – escamas sujas de sangue de lobos, limo, lama e grama, chamuscado com as próprias chamas verdes que saíam de sua mandíbula grotescamente escancarada, deslizava pela trilha na perseguição ao elfo.

O peito de Aranel se contorceu de dor mas sabia que ele era tão imortal quanto os Valar, muito ao Oeste daquela terra. Todavia, sacou a espada e rodou alto, gritando:

— A si i-Dhúath ú-orthor! — Sponey resfolegou e a frase da campanha nunca fez tanto sentido. — A escuridão não controla, ainda não!

Os lobos perceberam sua chegada e rosnaram para ela. Aranel ergueu uma sobrancelha.

— Venha, cão miserável! — rosnou ela.

O lobo partiu em sua direção, saltando com as garras poderosas a mostra, xingando sua existência. Aranel cravou a lâmina em seu estômago, dilacerando a espinha dorsal. A ponta da Silmagrûn cintilou no lado oposto do corpo do animal. O Warg estremeceu, gemendo ao ter seus órgãos rasgados, e logo perdeu o brilho nos olhos. Nel o deixou cair e retirou a espada, e permaneceu montada em Sponey.

Lua de Cristal - Ela é do Príncipe - Vol.3 - CONCUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora