Ontem, depois das aulas, como combinado fui para a casa do Leonardo. Passámos a tarde numa aula de Espanhol. Ele ensinou-me a dizer algumas coisas, mas claramente, que não foi fácil e não decorei tudo. Aprendi a dizer Hola, que é Olá, Adiós, que é Adeus, Te quiero, que é Amo-te e Chica, que é Rapariga. Pu-las logo em prática com a Sisi que adorou e também quis aprender. Levámos a hora do jantar a repetir as palavras, vezes sem conta, o que nos divertiu bastante.
No final da tarde, antes de me despedir do Leonardo fui surpreendida com uma prenda que, por sinal, ele encomendou à avó que vive na Espanha. Quando abri o saco com um grande laçarote vermelho, nem quis acreditar no que vi! Ele tinha-me oferecido uma blusa, que era mais um top. De manga comprida, bem curtinha no comprimento, de costas abertas, mas o que mais me fascinou foi o padrão e o tecido com que a mesma era feita. Ela era repleta de brilhantes, puros brilhantes bem pequenos em tons de branco, mas em certas partes, eles dispersavam-se, fazendo a blusa ter alguma transparência nesses sítios. Haviam também algumas rosas cor-de-rosa desenhadas com o mesmo tipo de tecido brilhante, deixando a blusa mais chamativa. E nos ombros, havia uma espécie de sobreposição de tecido, com o mesmo padrão mas de forma inversa com uns gadelhos brancos que lembravam os casacos típicos de toureiros.
Estava apaixonadíssima por a minha nova blusa espanhola!
Agradeci-lhe mil e uma vezes e ele pareceu bastante satisfeito por eu ter adorado a sua prenda. Mal cheguei a casa, mostrei a blusa a Sisi que amou e quis que eu falasse com o Leonardo para ter uma blusa igual à minha. Como duas boas raparigas que somos, passámos o serão de quarta-feira à noite a ver séries românticas e a comer baldes de pipocas que ela tinha feito. Antes de começarmos a nossa sessão de cinema, liguei para o meu pai e falei com ele, explicando-lhe que estava tudo bem e que me tinha esquecido de responder à sua mensagem. Ele disse que mais tarde ligava e pediu para não estar-mos constantemente a ligar, uma vez que o custo era elevado já que ele estava noutro estado no país e que o tempo livre era curto. Acabámos por adormecer ambas no sofá, mas Sisi sobressaltou e mandou-me ir para a cama, onde caí e já nem me mexi, até à manhã de hoje.
Estava na primeira aula de manhã. Batia o lápis na mesa frenéticamente à espera que tocasse para sair. Como eu odiava Biologia! Com o queixo sobre a mão aberta, a bufar frequentemente. O professor falava, falava e falava. De quê? Não sei ao certo. O meu colega do lado estava demasiado interessado a jogar no telemóvel, escondido dentro do estojo.Parece que ninguém liga à natureza. Para minha felicidade, tocou. Arrumei tudo à velocidade da luz e saí da sala. Antes de ir para a aula combinei com o Leonardo ir ter ao pátio, ao mesmo sitio de ontem. Assim que lá cheguei, encontrei-o junto dos seus amigos. Cumprimentei-os e integrei-me na conversa sobre a vida universitária que todos ansiavam em ter.
Senti o telemóvel a vibrar no bolso das minhas calças, tirei-o e li a mensagem:
"Vem ter à Biblioteca o mais rápido possível! Estou à tua espera."
– Com licença, eu já volto. – Disse, enquanto me levantava da mesa.
– Onde é que vais? – Perguntou o Leonardo.
– Vou à casa de banho, não demoro.
Esquivei-me rapidamente dele para não ser afogada em mais perguntas e acelerei o passo em direcção à Biblioteca. Estava praticamente vazia, eram raros os alunos daquela escola que passavam o tempo livre a ler ou a fazer trabalhos. O silêncio era o hino daquele espaço, chegava a ser incomodativo.
Vagueava entre os corredores com grandes estantes cobertas de livros, até que encontrei o Justin sentado ao fundo de um dos corredores – o último, numa mesa cinzenta coberta de cadeiras de estofos vermelhos. Fui até ele sorridente, que assim que me viu, devolveu-me o sorriso. Quando me aproximei, ele levantou-se da cadeira e não me deixou sequer falar. Agarrou-me a cintura com certa impetuosidade e empurrou-me para a mesa, onde me sentei após ter-mos juntando os nosso lábios com avidez. Parecia que não nos víamos à anos, quando a última vez que estiveramos juntos foi ontem, antes da hora de saída. As suas mãos agarravam as minhas coxas com alguma força, dando leves apertões que me faziam rodopiar a anca. Adentrei com a minha mão pelo interior da sua blusa, passando as unhas por cima da zona abdominal que tinha uma saliência bem palpável, fazendo-o gemer entre o beijo. Eu não podia ouvi-lo a gemer, ficava louca!
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Uncover
FanfictionProvas de amor é um benefício que todos os apaixonados saboreiam em receber, é a prova de uma verdadeira sanidade mental. Mas nada vai mais além que uma prova consumada de fidúcia. Uma relação que não abranja confiança, sobreviverá de quê? Uma relaç...