Acordei com o zunido do despertador mesmo ao lado do meu ouvido. Abri sorrateiramente os olhos e desliguei aquele aparelho barulhento. Levei uma mão à cara e esfreguei os olhos, na tentativa de lhes tirar o inchaço por estarem tanto tempo fechados, enquanto me espreguiçava. Levantei-me da cama contra a minha vontade e coxeei até à casa da banho ajeitando o elástico dos boxers que me apertavam a virilha. Sentia melhoras nas ancas, apesar de ainda estarem com leves nódoas negras, mas o meu pé ainda me doía e a culpa talvez fosse das maratonas que havia feito ontem. Liguei a água quente da banheira e deixei-a correr. Enquanto esperava que a temperatura da água ficasse ao meu gosto, despi os boxers e fiz a necessidade matinal sobre a sanita. Entrei na banheira, colocando o meu corpo debaixo da água e deixando-a correr por cima da minha cabeça. Fiz o necessitava fazer naquele espaço de tempo rápido e saí com alguma dificuldade, enquanto enrolava uma toalha verde alface à cintura. Abri um pequeno armário impregnado na parede por cima do lavatório e tirei uma pequena toalha que usei para esfregar o cabelo, de forma a secá-lo mais rápido. Saí daquela saúna enquanto passava a toalha no cabelo e procurei por umas calças e uma camisa que pudesse usar, entre as várias gavetas do meu armário e o meu guarda-roupa. Sequei-me com a toalha que tinha na cintura e vesti uns boxers que havia tirado de uma gaveta da minha mesa de cabeceira, vestindo logo em seguida as peças de roupa que tinha escolhido.
Voltei à casa da banho para pentear o cabelo e para ajeitar as minhas roupas em frente ao espelho. Depois de pronto, coloquei a minha mochila às costas apenas por uma alça. Procurei por o meu telemóvel e guardei-o no bolso das minhas calças. Ao sair do quarto, lembrei-me do isqueiro e do iPhone cor-de-rosa, que teria de levar para tentar mostrá-los ao Justin. Como não sei, mas tinha de o fazer. Voltei para trás e tirei os objectos da gaveta secreta, colocando-os dentro da pequena bolsa da minha mochila. Peguei nas moletas e saí do quarto, descendo as escadas em direcção à entrada onde deixei a mochila e segui para a sala de jantar onde já estariam os meus pais a tomar o pequeno-almoço.
– Buenos días! – Cumprimentei-os, dando um beijo no rosto da minha mãe e um aperto de mão ao meu pai.
– Pensei que hoje não irias madrugar com as voltas que deste ontem. – Indirecta lançada pela a minha mãe que falava enquanto mexia o seu café, agora com açúcar.
– Tenho obrigações a cumprir. – Enchi a minha caneca com leite. – Não posso faltar à escola.
– Agora gostei de te ouvir falar. – Disse o meu pai dobrando o jornal e colocando-o sobre a mesa, dando-me visibilidade à sua face. – Siempre supe que mi hijo era una persona responsable.
– Sempre o tentei ser, padre. Apesar de às vezes vocês duvidarem de mim.
– Nosotros no dudemos de ti hijo, apenas nos preocupamos contigo. – Lá vinha o discurso maternal.
– Demasiado. – Mordi o meu churro que ainda estava quente. Pequeno-almoço típico espanhol feito por a minha mãe que os fazia super bem.
– Nos preocupa como a todos los padres se preocupan por sus hijos.
– Tal como o padre disse, sou responsável, por isso vou para a escola e não sei a que horas volto. – Levantei-me da mesa sacudindo as mãos e colocando-as nas moletas.
– Atenção Leonardo! Mira tu salud! – Avisou a minha mãe e eu assenti revirando os olhos.
– Isso vai ter de acabar, Leonardo. – Disse o meu pai pondo os cotovelos sobre a mesa quando pensei em dar o primeiro passo.
– Porquê? Eu sei o que faço.
– Não estou a duvidar de ti, mas nos próximos dias não te quero tanto tempo fora de casa. A tua madre vai ficar sozinha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uncover
FanfictionProvas de amor é um benefício que todos os apaixonados saboreiam em receber, é a prova de uma verdadeira sanidade mental. Mas nada vai mais além que uma prova consumada de fidúcia. Uma relação que não abranja confiança, sobreviverá de quê? Uma relaç...