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Capitulo 23

POV BIANCA

– Já disse que não vou e não era agora, em cima da hora, que me ia preparar para a festa. – Respondi ao Leonardo que estava constantemente a insistir para que eu fosse à festa com ele.

– Era só vestires qualquer coisa. – Deu de ombros.

– Ia para uma festa e vestia qualquer coisa? – Revirei os olhos a rir.

– Ficas linda até de pijama. – Sorriu e passou os olhos por mim. A minha auto-estima ficou melhor desde que o conheci, ele está sempre a elogiar-me.

– Pára com isso, Leo! – Coloquei as mãos na cara a fingir-me de envergonhada. – É melhor ires andando para a festa. – Empurrei-o de leve contra o seu duro peito.

– Estou mesmo bem? – Ajeitou a gola da camisa.

– Estás lindo! – Agarrei no seu rosto e dei-lhe um beijo estalado na bochecha.

– Vou andando então, a diversão espera por mim. – Sorriu, piscando-me o olho.

– Diverte-te e não comas muitas, podes ficar com azia. – Rimo-nos.

– Aquela que eu quero não vai estar na festa, por isso não vai acontecer nada demais. – Passou a mão por a minha cabeça.

– Vai para a festa, Leo. – Tirei a mão da minha cabeça, e voltei a empurra-lo levemente, na brincadeira.

– Depois falamos. – Beijou a minha testa. – Adiós niña! – Ah, como eu adorava quando ele falava espanhol!

– Tchau engatatão! – Acenei com a mão enquanto ele caminhava por a rua fora.

Entrei em casa e assim que eu ia fechar a porta, alguém a empurrou. Sisi entrou carregada de sacos e com a respiração descompassada.

– Foste correr a maratona com os sacos? – Perguntei enquanto via o seu excessivo cansaço.

– Ai menina! Isto pesa! – Ergueu levemente os sacos no ar e começou a andar rápido para a cozinha.

– Se precisares de ajuda, chama! – Gritei, enquanto subia as escadas e me dirigia para o quarto.

Assim que cheguei, encontrei o quarto totalmente às escuras e depois de algum esforço e foco no olhar, vi o Justin à janela, de costas voltadas para mim. Subitamente, o meu coração disparou. Sentia as veias a pulsar de robustez e comecei a suar frio por todo o corpo. Tinha a certeza que ele me tinha visto com o Leo. Entrei e fechei cautelosamente a porta. Após o trinco da porta ter soado a fechar, ele virou-se e encarou-me por longos segundos sem dizer absolutamente nada.

– A niña já preparou o seu querido espanhol para a festa? – Fez o maior sorriso sínico que conseguiu e cruzou os braços. Engoli em seco observando a sua expressão gélida. Estava nervosa com o progresso desta conversa.

– Do que é que estás a falar? – Fiz-me de desentendida e desviei o meu olhar para outra zona do quarto, que estava escuro por já ter anoitecido e por as luzes não estarem acesas.

– Eu vi tudo, Bianca. – Deu dois passos na minha direcção. – Isso é sempre assim?

– O quê? – Brincava com as minhas mãos, enquanto tinha os meus olhos postos nas mesmas.

– As demonstrações de afecto que dão um ao outro, os corações que mandam e os nomes que se chamam...Sempre foi assim?

– Ele é meu amigo, Justin. – Falei num suspiro, rendida. Aquela conversa não nos iria levar a lado nenhum, aliás, nunca nos leva.