A tensão subia a cada segundo que passava. Conseguia ouvir as respirações pesadas e nervosas dos alunos atrás de mim, os burburinhos sobre a minha coragem para com o 'Todo Poderoso' da escola. Havia uma roda feita por imensa gente, no interior dela, estava eu e Rick. O seu grupo estava atrás dele, mas a uns largos passos de nós. Olhava forte e fixamente para os seus olhos negros que demonstravam as suas pupilas dilatas devido à ira que sentia nas veias. Podia jurar que ouvia as batidas frenéticas do meu coração junto dos meus tímpanos. Enquanto observava as veias de Rick saltarem por ele estar constantemente a fechar as mãos em punhos, engolia a saliva que se criava na minha boca várias vezes. Eu tinha uma ideia. Uma ideia que se corresse como a tenho planeada na cabeça, seria a melhor coisa que fizera nos últimos tempos.
– Bianca! – Ouvi uma voz reconhecida por mim, vinda do meu lado esquerdo. Olhei e vi Leonardo a olhar assustado para mim, no meio de todas aquelas pessoas. – O que é que estás a fazer? Tu estás louca? – Bateu com o indicador na testa de olhos bem arregalados. Ignorei-o e voltei a concentrar-me na figura que tinha à minha frente. Aguardava pacientemente que ele decidisse avançar. Eu só poderia prosseguir com a minha ideia se ele o fizesse.
Vi-o a morder os lábios e a fazer uma careta. As suas mãos fixaram-se em punhos e um suspiro longo foi solto pelas suas narinas. Subitamente, ele deu passos largos na minha direcção fazendo-me engoli em seco. Ele era medonho.Quando o senti perto de mim, ele levou as suas mãos até ao meu pescoço e encostou-me à parede. Mordi o interior da minha bochecha devido à dor que aquilo me estava a causar.
– Eu avisei-te para não te armares em espertinha comigo. – Murmurou entre dentes, bem perto da minha cara. – Agora vais sofrer as consequências.
– Qual é....a sensação de humilhar...uma pessoa em frente à escola? – Perguntei com alguma dificuldade por ter as suas mãos no meu pescoço.
– É óptima. – A satisfação era notória no seu tom de voz. – A humilhação dos outros deixa-me bem. Fico orgulhoso comigo mesmo por conseguir controlar uma pessoa.
– Nunca pensas-te se... um dia fores tu? – Engoli a saliva com força. Sentia uma ardência grande na garganta.
– Eu a ser humilhado? – Gargalhou. Havia um silêncio colossal à nossa volta. Estavam todos atentos ao que proferíamos. – Ainda está para nascer a pessoa que futuramente me irá humilhar, querida.
– Acho que vou virar parteira, só para ter o prazer de ajudar essa pessoa a nascer. – Comentei tentando esboçar um sorriso
– De onde é que veio essa coragem para me enfrentares? – Murmurou de lábios encostados à minha face forçando mais as suas mãos. Fechei os olhos engolindo fortemente a saliva pela milésima vez no mesmo segundo. – Hm? – Depositou um beijo molhado na bochecha e eu estremeci de nojo. Eu precisava de avançar com o meu plano.
– Queres saber de onde veio... a minha coragem? – Perguntei ajeitando as minhas pernas entre as suas, enquanto remexia o pescoço preso pelas suas mãos.
– Hm hm. – Sibilou fechando os olhos e passando os lábios sobre a minha face.
Era agora ou nunca.
Enquanto ele se distraía tentando seduzir-me, ergui uma perna com calma. Quando senti o meu joelho roçar-lhe na barriga, estiquei a perna com toda a força que tinha batendo-lhe na zona mais sensível do corpo. De imediato, as suas mãos saíram do meu pescoço e foram para a sua zona, agora, dorida. Fletiu as pernas e gemeu de dor. Aproveitei aquele momento e corri até ao outro lado do corredor, onde estava preso um extintor. Rezei para que fosse fácil de retirar do suporte. Agarrei nele e comecei a puxá-lo. Puxei com toda a força e raiva que tinha conseguido tirá-lo. Girei uma pequena peça que havia perto da mola enquanto ajeitava a corda na minha mão. Aproximei-me dele que já recuperava do meu ataque, de costas voltadas para mim. Aproveitei aquele momento e dei-lhe um enorme pontapé no cu. Ele virou-se constrangido na minha direcção e eu pressionei o gatilho do extintor, enquanto apontava a corda, que era um tipo de mangueira preso por uma válvula, para a sua cara. Um ar forte saiu em direcção à sua cara, junto de uma viscosidade branca fazendo-o gritar sem controlo. O interior do extintor estava coberto com químicos, mais exactamente com gás carbônico, o que não era nada saudável e por ser um gás forte, poderia chegar mesmo a asfixiá-lo pela falta de oxigénio. Eu só mantinha as minhas atenções em atacá-lo, perdendo algum controlo sobre o objecto pesado que tinha em mãos. Aquilo saía com uma forte pressão, disparando aquela viscosidade sobre ele. Dei alguns passos para trás e dirigi a mangueira na direcção de todo o seu corpo, alternando em várias partes.
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FanfictionProvas de amor é um benefício que todos os apaixonados saboreiam em receber, é a prova de uma verdadeira sanidade mental. Mas nada vai mais além que uma prova consumada de fidúcia. Uma relação que não abranja confiança, sobreviverá de quê? Uma relaç...