Marcas do Passado #2 |Série Tambovskaya

Capítulo 9

   RACHEL

As vezes me pergunto porque é tão difícil fritar  um ovo? Eu não sei fazer um mísero ovo frito! Toda minha vida era alguém que fazia minha comida. É uma vergonha para uma mulher de 26 anos que é mãe não saiba fazer comida. Minha mãe já me incentivou a tentar cozinhar, mas eu não achava que era necessário. Mas agora eu vejo que é.

- É só quebrar a casca do ovo Rachel - Yuri diz.

- Tudo bem.

   Peguei um ovo e tentei quebrá-lo, mas o desastre aconteceu de novo. O ovo virou uma meleca na minha mão.

- Mamãe, você está toda suja - Anne gargalha.

  Olho para os dois e bufo estressada. Amber não veio hoje porque estava com os filhos no Millenium Park. Então eu resolvi fazer o jantar, Anne quis comer ovo frito, então aqui estou eu, sendo derrotada por um ovo.

- Tente de novo.

- Então porque não vem aqui e faz você mesmo?

- Tudo bem - ele responde e contorna a bancada.

- Prontinho - ele diz dez minutos depois.

Olho abismada para ele.

- Como...

- Quando se mora só por tanto tempo e necessário aprender a cozinhar. Você deveria fazer uma aulinhas ruivas - ele fala.

   Anne sorri e devora o ovo.

  Esse um mês que estamos em Chicago está sendo bom, eu ainda estou preocupada. Sei que Alec está por perto, só esperando para fazer algo. Yuri me mantém informada sobre a questão, ao que tudo indica, Alec ainda está se escondendo.

  Converso todo dia com minha mãe e Josh. Sinto muita saudades deles. Eles vão vir me visitar daqui uma semana. Anne ficou muito feliz com a notícia.

- Mamãe.

- O que foi? - pergunto.

   Minha menina está com as bochechas rosadas.

- Um amiguinho da minha sala me deu um beijo na bochecha hoje.

   Yuri se engasga com a água que estava bebendo. Dou batidinhas em suas costas.

- Você está bem? - pergunto.

  Ele se recupera e acena.

- Se ele te beijar de novo, quero que você dê um soco na cara dele - Yuri fala - Ou então chuta a perna dele.

- Yuri! - exclamo.

- Ela é uma criança, enquanto eu cuidar dela, menino nenhum chega perto da minha menina.

  Suas palavras me deixam sem reação. Minha menina, eu fico emocionada. Yuri e Anne se dão muito bem.

- Se ele vier tentar fazer algo - ele diz a Anne - Bata nele bem forte.

- Pode deixar - Anne diz e se levanta - Posso ir para o quarto mamãe?

- Pode sim.

    Quando Anne se retira eu lanço um olhar raivoso para Yuri.

- Se eu receber notícias da escola, dizendo que Anne bateu em algum colega você vai pagar caro - digo - Agora limpe a cozinha e me espere pelado no quarto.

   Recebo um tapa na bunda em resposta.

  Subo a escada e vou até o quarto de Anne. Minha menina escova os dentes.

- Fez o dever de casa?

- Tudinho - ela responde e começa a vestir o pijama.

- Quer que a mamãe fique com você, até que durma?

- Não precisa. Eu estou com muito sono.

- Tudo bem - respondo - Se precisar de alguma coisa é só chamar.

  Vou até a porta, mas paro quando ela me chama.

- Por que a senhora grita de noite?

   Meu rosto e tomado pelo vermelho.

- Ah, eu... só... A mamãe sempre machuca o pé, e por isso.

  Ai meu Deus! Que vergonha.

  Quando entro no quarto de Yuri e o vejo nu, faço de tudo para me conter e não gritar quando transarmos.

§

  Na manhã seguinte vou com Yuri até a escola levar Anne. Hoje resolvi ter um dia de beleza, aproveitei a carona.

  Quando chegamos na escola fico esperando com Yuri até Anne entrar na escola.

  Vejo quando um menininho de cabelo escuro se aproxima de Anne. Já tiro o cinto de segurança de Yuri.

  Minha menina dá um soco na cara do garoto. Duas mulheres se aproximam dos dois.

- Você vai resolver isso - falo.

- Mas você é a mãe!

- Não importa, você que causou isso.

   Ele sai do carro resmungando.

   Meia hora depois Yuri volta.

- Ela vai ficar sem recreio por uma semana - ele diz.

- O que você disse para o garoto? - pergunto.

- Nada de mais.

- Fale.

- Eu disse que se ele chegar perto dela de novo vou cortar os dedos dele enquanto ele dorme.

   Dou um soco no braço dele.

- Você é maluco - grito - O menino vai ficar traumatizado.

  Yuri dá de ombros como se nada tivesse acontecido.

- Sem sexo por uma semana - falo - Me leve para o salão.

  Ponho o fone e ligo a música no máximo. Nem escuto suas reclamações.

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