Bônus

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             KRISTANA

Ódio é o que define o que sinto pela minha mãe. Minha mãe nunca me amou, sei disso. Mas jamais cheguei a odia-la tanto como odeio agora. Ela me vendeu. Dá pra acreditar? Foi há dois meses atrás, no meu aniversário de dezoito anos. Fiquei pasma quando o malditamente desgraçado do Ivan Seveskoy chegou e disse : Está pronta minha futura esposa?
 
   Demorei horas para perceber que fui vendida  para quitar uma dívida que ela tem com Ivan. Daraik, minha mãe, nome ridículo dos infernos, não demonstrou nada quando fiz minhas malas e sai de casa, me mudando para a maltida mansão de merda de Ivan. Ela simplesmente disse "Já vai tarde".

   Desde aquele dia sequer penso nela. Uma parte minha ficou decepcionada com a atitude dela. Uma mãe deve amar seu filho, essa não é a regra universal do mundo? Mas Daraik não é assim. Minha tia Oksana me disse que assim que Daraik descobriu que seria mãe de uma menina ela ficou totalmente diferente. A única pessoa que ficou feliz foi meu falecido pai Dimitri. A morte dele quando eu tinha dez anos foi muito intensa para o meu psicológico. Em casa ele era o único que se importava comigo. Meu nome era constante nas diversas brigas que meus pais tinham.

   Desde de morte dele eu me tornei uma, digamos vida louca. Não me importo com a opinião de ninguém, fodam-se, ninguém paga minhas contas. Bebo tudo quanto é tipo de bebida que contém alcool, fumo as vezes, só não uso drogas, Deus me livre virar uma viciada de merda. Mas se tem algo que gosto de fazer é participar de lutas  clandestinas de mulheres. Acho que isso libera um pouco da raiva que carrego ao longo dos últimos tempos. Só faz sete meses que participo das lutas, mas já ganhei muitos olhos roxos e sou chamada de Rainha Colorida. Minha família acha que isso é briga que arrumo com as vadias das boates que frequento.

   Mas o outro grande problema da minha vida se chama Ivan. O cara é totalmente possessivo e um chato do caralho. A minha paixão adolescente virou um porre. Claro, ele é quente e totalmente gostoso. Mas acho que ele se esquece que está noivo. Não me importo com as vadias que ele come, mas quando ele se casar comigo não vou ser obrigada a levar um par de chifres na cabeça e a fama de corna. Se eu for traída também vou trair.

   Por falar nele, o maldito me obriga a dormir na mesma cama que ele. Confesso que acordar com um cara gostoso e que é cheiroso não é nada ruim. Ele sempre acorda primeiro, mas dessa vez eu acordei primeiro. Ainda me lembro do showzinho que ele deu ontem na boate. Gosto de dançar, o que posso fazer?

    Analiso seu rosto e o corpo que é um pecado. Seus cabelos escuros desgrenhados, suas sombracelhas grossa, sua boca, tudo nele é perfeito, tenho que admitir. Meu olhar segue para seu corpo musculos mas na medida certa. Então meu olhar pousa na sua ereção matinal. O cara é bem armado.

- Admirando a vista? - pergunta com a voz rouca pelo sono.

- Já vi melhores - minto.

- Mentirosa.

   Levanto da cama e entro no banherio trancanda-o. Escovo os dentes e lavo o rosto com um creme esfoliante. Tiro minha camisola e entro de baixo do chuveiro.

De banho tomado me enrolo na toalha e destranco a porta. Ivan está parado.

- Tenha um bom uso.

  Entro no closet sentindo seu olhar em mim. Visto uma calcinha e ponho o sutiã. Coloco um short e penteio meu cabelo. Faço uma nota mental de renovar a tintura do cabelo.

  Sinto a presença dele atrás de mim. Sua respiração pesada no meu pescoço me arrepiando toda.

- O que fazia dançando para aquele monte de homens?

- Eu estava dançando só para descontrair um pouco - falo - Aqueles homens só estavam admirando a mercadoria que você tem em casa.

- Droga! Se eu te ver fazendo aquilo de novo você vai me pagar caro. Não quero você se mostrando para esses homens, você é minha.

- Faço o que eu quiser da minha vida. Do mesmo modo que você transa por ai com essas vadias de merda eu posso transar com o homem que eu quiser - digo e pego uma blusa.

   Suas mão me seguram pela cintura e me puxa para seu corpo.

- Ah Kristana, você não sabe com quem está lidando.

- Não tem medo de mim, a famosa Viúva Negra? - pergunto debochada.

- Nem um pouco.

  Então seus lábios se encontram com os meus. A sensação é indescritível. Sua língua invade minha boca e toca a minha, me deixando descontrolada. Puxo seus cabelos, aprofundando mais o beijo. O gemido que ele solta e sua ereção cutucando minha barriga me fazem afastar.

- Peça uma das suas putas para cuidarem disso - falo e aperto seu membro sob a toalha.

  Só escuto ele me chamamdo de maldita quando fecho a porta do quarto.

  Deve estar se perguntando se já transamos, a resposta é não. Só tivemos alguns poucos beijos e mais nada. Ivan terá que ser paciente até o casamento.

  Minha fama de Viúva Negra se deve pelo fato de que todos os namorados que tive pelos últimos dois anos morreram tragicamente. Até perdi a vontade de ter algo sólido com alguém. Amor foi algo que não tive tempo de ter por um homem.

   Claro, tive algumas transas rápidas e nada de sentimento envolvido. Só de pensar em transar com Ivan eu já me sinto quente. Mas só depois do casamente e ele deixar de ser um homem-puta.

  Só de falar em casamento  me sinto desanimada. Casamento nunca foi um dos planos do meu futuro, mas fazer o quê?

   Só quero ser feliz nesse casamento. Ser a esposa do chefe da Bratva será com certeza divertido. Ivan que não espere uma esposa submissa.

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Marcas do Passado #2 |Série TambovskayaOnde histórias criam vida. Descubra agora