Capítulo 4

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YURI

O treinamento de Nikolai consisti em ensina-lo a atirar, mostrar como funcionava os negócios de armas, drogas, os prostíbulos, os cassinos e outros assuntos da Tambovskaya. Ele era um aluno nota dez. Fazia tudo como era ordenado. Às vezes ele se irritava facíl demais.

Uma semana no mês eu vinha até São Petersburgo para treina-lo, ordens de Ivan. Em momento algum eu me arrependo de assumir o lugar de Andrey. Meu amigo merecia ser feliz com a mulher que amava. Eu confesso que amava aquela bolinha fofa chamada Isabel.

- Hoje é o nosso último dia de treinamento -falo - E você está trocando mensagens com uma garota?

- Com um garoto é que não é. As garotas me amam, o que posso fazer?

- Você só tem doze anos, nem tem idade pra pensar nisso.

- Em que mundo você vive Yuri? - Nikolai pergunta sorrindo - Os garotos estão precoce hoje em dia. Estou aproveitando minha liberdade.

- Ok, aproveite sua liberdade quando eu for embora. Agora levante-se e me mostre o que aprendeu.

Ele lentamente guarda o celular e levanta.

Nikolai monta e desmonta uma AK-47. Fico contente que minhas aulas estão rendendo.

- Use-a.

Ele pega a arma e se prontifica em um local certo.

- Fique firme com os pés no chão - explico - Uma arma de grande porte precisa ser segurada com firmeza.

Nikolai segura firme a arma e dispara contra os alvos disponíveis. Sua precisão é de se admirar para a idade dele. Todos os tiros são alojados no mesmo ponto.

- Como fui? - ele pergunta.

- Bem, mas pode melhorar - minto.

Não se pode elogiar demais um garoto durante seu treinamento, um ego alto atrapalha. Nikolai é bom no que faz.

- O que teremos no próximo mês?

- Te ensinarei algum tipo de luta e algumas táticas sobre exportações de drogas e munições.

- Quando vou aprender sobre os prostíbulos? - pergunta animado.

- Quando tiver dezesseis anos, já falamos sobre isso. Agora vamos, preciso passar em uma das boates.

- Posso ir?

- Pode, mas não conte a sua mãe - falo.

§

Quando chegamos na boate deixo Nikolai no bar e vou até o escritório. Resolvo alguns problemas com Russel sobre os lucros da boate.

Volto até o bar e encontro Nikolai vidrado no celular. Uma mulher dança sobre o palco e os homens se reunem ao redor dela gritando obcenidades. Ela me parece familiar.

- Aquela é Kristana? - pergunto a Yerik, o barista.

- Ela mesma.

- Ivan sabe que ela dança aqui?

- Agora sabe - ele diz e aponta o dedo.

Observo quando Ivan entra com alguns homens no recinto, seu olhar é atraído diretamente para onde Kristana está. Suas mãos se fecham em punhos e ele caminha na direção dela. Ele grita para que todos saiam e sobe no palco.

A garota aos dezoito anos é completamente maluca.

- Ela não tem limites, faz isso para deixar a mãe irritada - Nikolai diz.

- Parece que também não tem medo de morrer - falo quando vejo ela dando um tapa no rosto de Ivan.

Os dois discutem não se importando com os homens ao redor.

- Se são assim agora, imagina quando se casarem - Yerik diz.

- Os dois não parece que estão noivos - Nikolai diz - Ivan está a cada dia com uma mulher diferente.

- Isso é problema dos dois, agora temos que ir Nikolai.

Ivan pega Kristana e a joga sobre o ombro. A garota de cabelo roxo grita quando ele a leva embora. Sorrio e vou embora da boate.

Deixo Nikolai na casa dele e sigo para a minha.

Depois que tomo banho me deito na cama e apago.

Acordo suado e ofegante. Passo a mão pelos cabelos e suspiro.

Outra vez aquele maldito pesadelo. O sangue, o corpo de Ursúla mole e sem vida no chão, os gritos da irmã dela me culpando pela morte da irmã. Sei que fui o culpado, todo santo dia eu acordo com a culpa me rondando. Mas não foi isso que me fez acordar, dessa vez não era o corpo de Ursúla, era o de Rachel. Só o pensamento de Rachel morta me faz ficar enjoado. Porra! A ruiva fez meu mundo virar.

O relógio marca três da manhã. Ligo para Ansel.

- Ansel falando.

- Como estão as coisas?

- Tudo indica que ela está sendo ameaçada. Estou seguindo-a conforme o pedido - ele diz - Há alguns dias atrás vi um homem ameaçando ela, logo depois o amigo dela foi deixado bem machucado na porta da casa.

- Sabe quem são? - pergunto.

- São uma gangue de traficantes de drogas na região norte de Phoenix. Investiguei o chefe da gangue e descobri que ele tem ligação com Rachel.

- Me fale mais.

- Ele se chama Alec Hans Stone. Foi preso por tráfico e agressão a Rachel e ficou sete anos na cadeia. Foi livre por um juiz de merda. Parece que ele foi namorado de Rachel e é pai da filha dela.

- Merda! Fique de olho nela e na família. Estou voltando para Chicago hoje. Quero que me encontre.

- Pode deixar - ele diz e eu desligo.

Não será um traficante de merda que vai tirá-la de mim. Mesmo eu lutando contra os sentimentos eu não posso deixá-la.

Não posso perdê-la também.

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Essa história será curta,diferente das outras que serão maiores. Será no maximo vinte capítulos, por alguns motivos, mas será tudo bem montado e terminado coerente.

Bjs e até amanhã ;)







Marcas do Passado #2 |Série TambovskayaOnde histórias criam vida. Descubra agora