Bubble gum

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P.O.V Finn Wolfhard

Espero que ninguém nessa cidade me reconheça. Qual é, eu não andei doze quilômetros do carro pegando fogo até aqui pra nada.

Me sento numa das mesas da cafeteria bonitinha e olho pro celular, agora tinha um chip.

- Bom dia. - Um garçom chega na minha mesa.

- Bom dia. - Permaneço sério. - O que você tem de melhor?

- Nosso café é nossa especialidade.

- Então me trás um café e um misto quente. - Minha barriga roncava. As balinhas não preencheram minha fome.

- Já trago.

- Valeu. - Ele some de vista.

Olho volta sempre muito atento, vendo um menino sentado a duas mesas de mim. Ele lia o livro "Extraordinário". Apenas vejo seu relógio e seu tênis, já vendo que tinha uma certa condição. Sorrio do canto da boca.

Levanto da minha mesa e ando até lá. Fico de pé do lado dele, que me repara ali.

- Oi. - Sorrio.

- Oi. - Ele sorri de volta.

- Posso sentar? - Aponto pra cadeira na frente dele.

- Claro. - Ele fecha o livro com o marca páginas no meio.

- Sou Tyler. - Digo já sentado.

- Jack. - Agora que percebo que seu sorriso é muito bonito mesmo.

- Sobre o que fala esse livro? - Aponto.

- É sobre uma criança que tinha uma deficiência no rosto e ele sofria bullying. Mas aí ele conhece um amigo e tudo muda. É muito legal, deveria ler.

- É, talvez... - Sorrio.

Não vou ler.

- Licença. - O garçom chega com o meu pedido.

- Obrigado. Eu pago no caixa?

- Por favor. - O mais velho sai.

Eu e Jack conversamos sobre um milhão de coisas diferentes, até ele ter que ir embora.

- Desculpa, mas realmente tenho que ir. - O menor levanta e pega seu livro.

- Por que?

- Eu tenho que estudar, tenho uma prova importantíssima amanhã. - Ele toma o último gole de seu capuccino, ficando com um bigodinho do chantilly. - Tchau, Tyler. Foi um prazer te conhecer. - Se levanta.

- Ei, Jack! - Me levanto e ele me espera. - Vem cá... - Limpo sua boca com a manga do meu moletom.

Durante isso, nossos olhares se cruzam e ele sorri pequeno pra mim.

- Nos vemos por aí? - Pergunto, distanciando minhas mãos dele.

- Com certeza. - Ele sorri. - Tchau...

- Tchau, Jack. - Vejo ele ir embora.

Reparo minhas bochechas doerem. Massageio elas. Sorrir machuca, por isso nunca sorrio.

A moça do caixa sorri pra mim.

- Você é novo aqui, Tyler? - Apoio meu cotovelo direito no balcão, sorrindo pra ela de volta.

- Sou. Cheguei ontem.

- Veio sozinho? - A mesma morde o lábio inferior.

- Totalmente. - Estico mais um pouco meu braço, derrubando uma caixa cheia de chicletes no chão. - Aí, me desculpa. - Digo suspirando.

- Tudo bem. - Ela sorri e olha pro chão. - Aproveita à vista... - A mesma empina sua bunda e se abaixa pra pegar o que derrubei.

Sorrio até ela não olhar mais pra mim. Em seguida pego uma caixa de fones ali e colocando no meu bolso. Aproveito que ela não levantou ainda e pego varias barrinhas de Kinder Ovo.

Não gosto muito de meninas.

Coloco os fones novos nos meus ouvidos e coloco o volume no máximo, olhando pros poucos carros passando na rua.

Gostei daqui, na verdade. Aqui consigo respirar. É um lugar calmo, tirando a parte da menina do caixa. E é claro que eu não flertava com ela de verdade.

Uma pena ter que ir embora depois...

Olho pro lado, vendo Jack andando de bicicleta pela ciclovia. Aceno pra ele, que sorri e para a bicicleta.

𝕜𝕚𝕤𝕤 𝕞𝕖 𑁍 Fack Onde histórias criam vida. Descubra agora