Bad guys

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P.O.V Finn Wolfhard

Os policiais chegam e um vem falar comigo.

- Você estava aqui quando tudo aconteceu?

- Não, mas Jack tava... - Digo, ele olha pro pequeno, que estava paralisado, com um cobertor sobre os ombros.

- Ei, menino, preciso que você dê características do homem que o assaltou. - Jack não responde, estava com muito medo.

Eu o abraço mais um pouco, esse é o pior policial que eu já vi.

- Vai, vamos logo. - Diz, grosso.

Vejo mais uma lágrima sair do olho dele.

- Ei, garoto!

- Você não tá vendo que ele não tá bem?! - Grito irritado. - Ele acabou de ser assaltado com uma arma! Mais sensibilidade, por favor?? - Ele se assusta e vai pra trás.

- Depois eu venho aqui. - Diz saindo.

Limpo a lágrima da bochecha dele, me olha pra mim com os olhos brilhando do choro.

- Obrigado, Tyler.... - Sussurra e eu sorrio pequeno.

- Obrigada... - Uma outra policial agradece.

Um carro caro se aproxima e para apressado.

- Jack! - Era a moça da foto, a mãe do Grazer.

Ela sai assustada do carro, Jack corre até ela, logo se abraçam. Eu fico sozinho com a policial.

- E o que vocês vão fazer em relação a isso? - Pergunta preocupada com o filho nos braços.

Como não planejei nada pra isso, estava com medo de me descobrirem.

- Temos a testemunha do seu filho e da moça do caixa. Vamos tentar achar ele. - Responde um policial.

- Mas vocês vão fazer só isso?? - Ela o olha confusa.

Odeio policiais de cidade pequena, são desenformados e "atrasados" demais.

- Eu to ferrada... Vou perder meu emprego. - A policial suspira com a mão na testa.

- Tudo bem? - Pergunto tendo sua atenção.

- Só preocupada...

Talvez ela seja tão ruim que está prestes a perder o emprego?

- Bom... - Penso rápido. - E-Eu ouvi um tiro quando virava a rua. Se tem um tiro, tem que ter uma bala em algum lugar. Vocês podem talvez usar pra ver que tipo de arma foi. - Ela anota.

- Boa ideia... Obrigado, garoto. Você é esperto. Obrigada de verdade. - Faz carinho no meu ombro e sai.

Quando eu imaginei eu ajudando a polícia?

[FlashBack On]

- Pessoas más. - Aponta pra uma foto de um policial.

- "Pessoas más". - Eu repito.

Eu tinha só seis anos, quase sete. Não sabia muito o que estava acontecendo. Meu tio tentava me "mostrar o mundo" dele. Eu não gostava desse mundo. Bom, no começo eu não gostava.

- Quando vou ver meus pais de novo? - Ele me olha.

- Logo, Finn... - Faz carinho na minha cabeça. Sorrio, animado.

- As "pessoas más"... - Me referia aos policiais. - ajudaram meu pai um dia. Não pareciam "más".

- Mas elas são. Prendem pessoas como nós, Finn. Não podemos deixar elas fazerem isso com a nossa família.

- Você tá falando do papai e da mamãe?

- Não. Eles ninguém prende. Mas nós, marginalizados, eles não estão nem aí. - Ele bate suas mãos. - Prendem quando bem entendem.

- Por que não prendem os meus pais?

- Porque eles eram ricos.

- "Eram"?

- Eram. - Ele olha pro relógio. - Está na hora de ir dormir. Boa noite e apaga a luz. - Ele sai do meu "quarto".

Era um quarto num hotel bem simples. Olho em volta, com medo.

[FlashBack Off]

Ando até Jack, que ainda estava abraçado com a mãe dele. Eles se separam logo.

- Fico tão feliz que você está bem, filho... - Ela acaricia o rosto do mesmo.

- Graças ao Tyler... - Olho pra ele confuso. - Ele me ajudou depois do que aconteceu, ligou pra polícia e ficou comigo, até eu me acalmar. E... - Ele sorri me olhando. - E afastou o policial idiota que veio "ajudar".

- Tyler, não é? - Sra.Grazer segura minhas mãos. - Muito obrigado por ajudar meu filho. - Olho pra trás dela. Jack limpava suas lágrimas.

- Era o mínimo que eu poderia fazer.

- O que posso fazer pra te recompensar? - Volto a ela.

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