Talk about u

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P.O.V Finn Wolfhard

Entro na sauna sozinho. Jack estava resolvendo algo da festa no fim do semana com uns caras que chegaram a pouco tempo.

- Meu Deus... - Suspiro baixo.

O tanto de coisas que passavam pela minha cabeça: festa, polícia, o empregado, dinheiro, e... Jack. Principalmente Jack.

Ajeito meu cabelo, me curvando pra trás.

Nada disso teria acontecido se eu não tivesse conhecido o Grazer. Eu já teria saído daqui faz um tempo... A polícia estaria aqui à toa, não teria encontrado o cara que trabalhou na minha antiga casa, não teria esses frios na barriga. Mas isso não me incomoda de verdade, mas me irrita um pouco. Parece que eu pedi isso tudo, mas eu tenho Jack. Eu não sei explicar...

Escuto a porta abrir. Jack estava com o roupão ainda e eu de toalha.

- Como estava a comida? - Sorri.

- Muito muito boa, obrigado. - Estava de barriga cheia.

- Penelophe te deu o bolo que eu pedi?

- Deu. - Sorrio pra ele, que já tinha se sentado do meu lado.

- Ótimo... - Suspira.

- E tá tudo bem com os caras lá?

- Tá. - Responde feliz. - Eles são os responsáveis pelo bufê, só queriam perguntar sobre a entrada e tudo mais...

- Você parece cansado. - Digo, vendo as leves olheiras dele.

- Eu sei... Tenho provas a semana inteira, tenho que ajudar meus pais com a festa que é tão importante pra eles, os empregados estão precisando muito da minha ajuda... E ontem... Eu to morto.

- Isso é péssimo...

- É, mas agora o que importa é que você tá aqui. - Endireita sua coluna. - Vai, vamos falar sobre você. - Engulo seco, olhando pra frente. - De onde você veio?

- Ahn... Eu nasci bem longe daqui na verdade. Em Washington.

- Uau, Washington...

- É. - Coço minha nuca. - Meu pai trabalhava junto com o presidente, então...

- Nossa... Obama?

- Eu não lembro, faz um tempo.

- E - sua mãe?

- Minha mãe era confeiteira. Ela e meu pai se conheceram na confeitaria dela e se aproximaram. Casaram, me tiveram...

- E depois?

- E depois teve o incidente.... - Sorrio forçado.

Eu não gosto mesmo de falar sobre isso.

- Deve ser difícil pra você...

- As vezes é. Mas é passado. - Fecho meus olhos relaxando.

- Você era novinho, não era?

- Era. Cinco ou seis anos.

- Você viveu sozinho desde então?

- Não. Meu tio me adotou.

- E onde ele está? Disse que veio sozinho pra cidade...

- Morreu. - Sorrio quase imperceptível.

Abro um dos olhos pra ver se o Grazer tinha reparado aquilo. Mas não, ele estava também de olhos fechados.

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