Bathroom

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P.O.V Finn Wolfhard

- Wolfhard! - Um guarda grita meu nome.

Olhando pra ele, eu paro de beber aquela água nojenta.

- Sim? - Ando até o mesmo.

- Tem uma ligação. - Uma ligação?

Isso é uma prisão de segurança máxima, achei que não se podia receber ligações.

- Por aqui. - Vira as costas e vai em direção da saída do refeitório.

Me entrega o telefone.

- Alô? - Pergunto, confuso e com medo de quem era.

- Ah, olá. - Eu reconhecia a voz.

- Quem é? - Aperto mais o objeto entre meus dedos, olhando em volta.

- Como que esqueceu tão rápido? É o Simon. Simon Grazer.

- Simon?? O que você quer?

- Também estou feliz em falar com você, Wolfhard. - Arqueio as sobrancelhas

- Como... como conseguiu me ligar?

- Dinheiro. Muito dinheiro.

- Ah... Agora faz sentindo. - Ele tinha dado dinheiro para o dono da cadeia. - O que houve que é de tanta urgência?

- Eu só queria ter certeza que você estava na cadeia ainda. - Responde grosso.

- Por que?

- Porque Jack chegou com sangue nas mãos e com sua roupa rasgada ontem. - Meu coração para.

- Ele tá bem??? - Pergunto preocupado.

- Tá, está sim. - Respiro tranquilo.

Fecho meus olhos, encostando minha testa na parede.

- Ele se recuperou de tudo aquilo? - Murmuro.

- Sim, ele está bem. - Suspiro. - Eu sinto muito, Wolfhard.

- Tá... Tudo bem. - Não estava tudo bem.

- Como está ai?

- Difícil. - Respondo rápido. - E aí?

- Bem.

- Tem notícias da Millie, Noah ou Wyatt?

- Estão em todos os jornais.

- Merda... - Isso é tudo culpa minha.

- Eu até pediria pra Jack vir aqui falar com você mas...

- Não! - O interrompo. - Eu não quero machucar ele mais. É melhor que ele só saiba que eu estou bem.

- Entendo... - Abro meus olhos. - Eu até diria pra ficar longe do meu filho, te ameaçaria, pagaria alguém daí de dentro pra te bater, mas... eu comecei a "ir com a sua cara". - Sorrio fraco. - Só agora. Só agora que eu vejo que se importa mesmo com o meu filho. Que só quer o bem dele.

- Eu nunca quis machuca-lo.

- Eu sei. - Escuto alguém bater na porta do outro lado da linha.

- Pai? Sabe onde estão o resto dos  travesseiros? - Era a voz do Jack. Meu coração acelera só de escutar sua voz.

- Eu tenho que ir.

- Ok... - Suspiro.

- Se cuida, tá?

- Vou tentar... Valeu.

- Te ligo outra hora qualquer coisa.

- Obrigado...

- Pelo o que?

- Por tudo, de verdade.

- Eu que te agradeço pelo meu presentinho. - Sorrio.

- O que fez com Jim?

- Não vou responder. Tenho mesmo que ir.

- Tá... Tchau.

- Tchau, até a próxima. - Desligo.

- Como assim você fez uma ligação??

- O pai do Jack deve ter subornado alguém pra conseguir fazer isso. - Caleb ergue as sobrancelhas.

- Olha... Faz mais de cinco anos que eu estou aqui e nunca vi ninguém fazer uma ligação. - Suspiro. - Falou com o Jack?

- Não. Eu escolhi não falar.

- Por que? - O olho.

- Estou protegendo ele de mim. - Suspiro. - Sou uma bomba relógio. - Ele sorri torto, abaixando a cabeça.

- Contagem! - Grita o guarda.

Ficando de pé, Caleb se dirige a sua cela e eu vou pra frente da minha.

Desligo o chuveiro, olhando pra trás. Vejo um dos outros prisioneiros me olhando. Desviando o olhar, eu pego minha toalha, saindo do nicho, que logo é ocupado por outro homem.

Começo a me enxugar, colocando minha cueca.

Os olhos dele estavam me perfurando...

Após colocar minha roupa, eu tento sair de lá do mais rápido possível. Não por medo, por precaução.

𝕜𝕚𝕤𝕤 𝕞𝕖 𑁍 Fack Onde histórias criam vida. Descubra agora