Hospital

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P.O.V Finn Wolfhard

- O que?! Não, eu vou junto! - Conversava com o enfermeiro, que me impedia de entrar na ambulância com o Jack.

- Sinto muito, mas são só para familiares.

- Mas eu sou o namorado dele! - Aponto pra dentro da ambulância.

- Sinto muito, senhor. Não vai pode entrar. - O pai do Grazer me encarava até fecharem a porta.

- Tá, tá bom. - Me acalmo. - Só... - Fecho meus olhos. - cuidem dele. - Olho pro mais velho, que sorri fraco pra mim.

- Claro... - Ele corre pra dentro da ambulância, que logo se distancia com a sirene ligada.

Passo minhas mãos pelo meu cabelo.

A polícia estava vasculhando a casa do Grazer.

- Ele vai ficar bem... - Millie estava sentada no chão.

- Eu espero que sim... - Me sento do seu lado.

Respiramos fundo ao mesmo tempo. Eu a olho. A mesma mexia sua xícara de chá.

Olho pro seu braço. Sua tatuagem estava ali. Ergo a minha manga, vendo a minha também. Ela me olha.

- Obrigado. - Digo. - Sério mesmo, obrigado. Eu não teria conseguido sem você. Talvez eles todos estariam mortos se não fosse por você. - Ela sorri. - Mas... O que estava fazendo aqui?

- Achei que você estaria aqui. Tipo, você não para de pensar no Jack e falar sobre ele, então...

- Tá com ciúmes? - Pergunto sorrindo.

- Engraçadinho. - Bebe um gole.

- Mas você vai achar alguém também. Se eu achei, qualquer um acha.

- Eu não quero. - Cerro meus olhos.

- Até parece... - Volto a olhar pra frente.

Ficamos um tempo em silêncio, sentindo a brisa gelada da noite chegando. As estrelas já apareciam no céu.

- Quando vai contar pra ele a verdade?

- Eu não tenho coragem. - Olho pra baixo.

- Qual é... Você matou quatro pessoas hoje.

- Eu não matei! - Arqueio as sobrancelhas. - Quer dizer, eu tentei não matar.

Eu juro que tentei não os matar. Não queria sangue nas mãos do Tyler, mas Jack estava envolvido. Não tinha como. E, felizmente, consideraram como alta defesa. Tive até que fingir para alguns policiais que eu estava em choque com o que eu causei.

- Atirou mais de três vezes em duas pessoas, perfurou o pulmão de outro e acabou com o fígado de mais um. Todos morreram por perda de sangue.

- Mas eram cinco, não eram? - Nos olhamos.

- Puta merda, nem pra eu terminar meu chá... - Ela levanta, tomando tudo de uma vez só.

- O que vai fazer?

- Ir atrás dele? Qual é, quero falar com o Finn, não com o Tyler. - Ela estende a sua mão pra mim.

Eu a pego, levantando. Vamos até um policial que estava apenas olhando a casa perto do carro.

- Oi, licença. - Pede ela. - Quantos caras vocês acharam na casa?

- Quatro, por que?

- Por que quando estávamos lá dentro, tinham cinco. - Sou direto.

- Sério?? Sabem qual era a aparência dele?

- Ele estava todo coberto, com blusa de manga longa, calça, bota, máscara, luvas... Não vimos muita coisa.

- Só um minuto. - Ele dá uns passos pro lado, falando algo no rádio dele, deixando o carro de lado.

- Vai, pega nossas coisas... - Diz Millie. - Te dou cobertura.

- Tá...

Abrindo o porta malas, vejo as nossas coisas. Pego a minha pistola, vendo se estava carregada. Pego a arma da Millie e sua faca de estimação, colocando tudo no moletom que me deram, que ironicamente tinha o símbolo da polícia nas costas. Pego meu canivete também, colocando tudo lá.

Fecho o porta mala, de leve pra não fazer barulho.

- Tá, valeu... - A Brown vem até mim após falar com o policial. - Conseguiu?

- Sim. - Dou um tapinha no meu moletom.

- Tem alguma ideia de onde ele possa estar?

- Tenho, mas e o Jack no hospital?

- Ele vai ficar bem. Lá é um hospital, Tyler. Mais protegido impossível.

- Tá, só vamos logo... - Andamos subindo a rua.

Eu ainda estava preocupado. Não confio que Jack esteja seguro sem eu estar por perto.

𝕜𝕚𝕤𝕤 𝕞𝕖 𑁍 Fack Onde histórias criam vida. Descubra agora