Uniform

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P.O.V Finn Wolfhard

- Por que tá com essa roupa ridícula? - Tiro sarro dele, que ri breve.

- É o novo uniforme da escola. - Se senta do meu lado.

- Novo? - Ele abraça suas pernas.

- É... - Diz num suspiro. - Uma menina da minha escola usava top e shorts curtos. E aí uns caras babacas foram bem idiotas com ela e agora... - Sorrio.

- E agora todos vocês tem que usar essas coisas. - Completo.

- É. - Dou risada e ele também.

Depois de um tempo eu paro e olho pra grama, paro de rir, tentando ficar sério. Respiro fundo e vejo uma joaninha andando por uma folha seca. Seguro a folha na mão e a encaro. Ia esmaga-la e mata-la, mas o moreno do meu lado me interrompe.

- Não! - Jack segura minha mão, me fazendo olhar pro seu rosto, tomando um susto com seu grito. - Aqui... - O menor estende o dedo e a joaninha sobe nele. - Pega.

- Huh... - Digo rejeitando mais ou menos, coçando minha nuca.

- Vai logo, Tyler. Pega. - Molhos meus lábios e ele pega minha mão de qualquer jeito.

Olho pro rosto dele, que encosta seu dedo no meu. Volto a olhar pra joaninha que agora estava no meu dedo, andando com seus passinhos minúsculos. Jack sorri e nossos olhares se cruzam. O que ele tem que me faz sentir uma dor de barriga estranha?

Respiro fundo e me sento na cama do hotel. Olho pras minhas mãos vendo minhas marcas de unha sumindo, significando que não andei tendo raiva, o que costumava ser um dos meus sentimentos mais frequentes.

- Essa cidade não vai me mudar nem fodendo.

Levanto e abro o armário, onde tinha um cofre. Coloco a senha e pego dali minha pistola. Sorrio, sentindo o cheiro da pólvora.

- Quem vai morrer hoje...?

Entro num beco escuro com a arma no meu bolso. Lá tinha uma rodinha de três pessoas fumando. Chego perto deles, que me olham torto.

- Fala. - Um deles vem pra mais perto de mim.

- Vocês tem família? Sabe, filhos.

- Não te interessa, criança. Vaza daqui antes que a gente te fure inteiro. - O barbudo pega um faca na mão.

- Espera... - O de trás joga o cigarro no chão e pisa em cima, vindo até mim em seguida. - Você sabe quem nós somos?

- Drogados vagabundos filhos da puta velhos e sem família? - Um deles se enche de raiva e ia acertar um soco na minha cara, quando eu abaixo e, com minha faca, corto a coxa dele, passando por baixo e saindo por trás.

- Desgraçado! - Ele contorce seu rosto.

- Filho duma... - O outro vem me bater quando eu desvio e tiro a arma da minha cintura, mirando pra eles.

- Pra trás! - Digo alto. Eles erguem as mãos assustados.

É tão bom essa sensação de estar no poder. Sorrio e eles engolem seco. Hora da diversão...

[Uns dias depois]

Deixo a bicicleta encostada na árvore que tinha lá e vou até a pedra. O vento gelado do entardecer batia em meu rosto fazendo meus cabelos voarem levemente.

O por do sol estava lindo. Olho pra baixo e vejo a água calma levar um grande galho. Tudo estava tão tranquilo e lindo... Me sento na ponta da pedra e balanço meus pés. Fecho os olhos e respiro fundo.

Relaxava quando alguém toca meu ombro.

𝕜𝕚𝕤𝕤 𝕞𝕖 𑁍 Fack Onde histórias criam vida. Descubra agora