Eu (não) sou um psicopata. Capitulo 6. 3 Anos depois.

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Acordei aos poucos com várias luzes transpassando a cortina do quarto. Luzes vermelhas e azuis, sirenes. Meu peito aperta e sinto o meu coração disparar. Samuel e Pitter estão acordados escorados na porta do quarto.

- Que horas são? - Questionou olhando o relógio afixado em cima da porta. - Oque foi que aconteceu ?

- Estão levando o Scott.

- Porque?

Scott foi um dos meninos que conversamos ontem, pouco depois do jantar.

- Ele matou o July.

- Quem era esse?

- Um garoto esquisito, ele se achava o líder, eles dois não se curtiam muito...

- Quando foi isso?

- Parece que foi durante a noite... com uma tesoura...

Fui eu, fui eu quem fez isso.

Me aproximo da porta, todos estão nas portas. Três policiais levam o garoto de pijama pelo corredor. Eu me questionava sobre oque eu estava sentindo. Definitivamente era um misto. Misto de prazer, confusão, desejo.

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Alguns dias depois do ocorrido o clima entre todos estava começando a voltar ao normal. No sábado seguinte Laura, Lucy e Pedro iniciaram uma tradição quinzenal, me visitar aqui. Durante a tarde vinham meus pais e no domingo também. Minha irmã nunca vinha, o que me levava a pensar mais no que Klaus me falou aquela noite. Eram permitidas visitas curtas, no pátio.Foram assim durante três anos. 

Quando eu completei dezesseis anos o meu presente foi a liberdade. No domingo, final de março, me despedi de todos, sem muitas emoções, e deixei o prédio. Lá fora uma surpresa, meus amigos estavam me esperando. Lucy estava sentada no capo de um carro, deve ser dela, ela está fumando alguma coisa, Pedro está do seu lado dividindo o cigarro. Laura corre até mim, largo as malas e abro os braços, recebo seu abraço, reconfortante, carinhoso. Fecho os olhos quando sinto a ardência do sol sob as minhas bochechas. Encaro ela por alguns segundos e sou surpreendido com um beijo. É bem diferente das garotas do reformatório. Sinto meu estomago tremer, minhas mãos percorrem seu corpo. Relaxo finalmente. Ela me abraça forte e para.

- Oi Harry. - Finalmente, depois de tanto tempo eu recebia o cumprimento de alguém que eu queria. Fazia muito tempo que as visitas deles ficaram mais espaçadas, mais distantes de mim e de nosso passado.

- Oi Laura. - solto um leve suspiro.

- Quanto tempo? - Realmente eu havia perdido a noção de tudo.

Vou ao encontro de Pedro e Lucy. Não trocamos muitas palavras, apenas poucos cumprimentos.

Fomos até a casa de Lucy, lá eu soube que o pai dela tinha falecido. Não questionei o motivo de saber somente agora, eu havia provocado meu afastamento, não era culpa dela. Fizemos um churrasco para o almoço e passamos a tarde conversando um pouco, sobre poucas coisas. A sede já percorria meu organismo então decidi buscar água na cozinha, Pedro está afiando algumas facas, termino de tomar um dos copos e ele derruba uma delas, seus olhos percorrem até os meus, foi assim que tudo começou pra mim. Meu corpo respondeu ao estimulo que aquela faca me trouxe, senti vontade de matar Pedro, mas não posso. Me abaixo para ajudá-lo e então pego a lâmina do chão.

Ele estende a mão, seu olhar está com medo. Por que ele tem medo de mim ? Depois de tanto tempo ele tem medo de mim?

Fico com raiva dele. Empurro a faca em direção ao seu peito. Ele cai, coloco suas mãos na faca.

- Agora você tem medo de mim Pedro?

Pedro não respondeu, não desviou os olhos assustados de mim. O sangue levou pouco tempo pra correr para fora de seu corpo e fazê-lo desmaiar.Derrubei alguns copos para chamar atenção das meninas. As garotas entram na cozinha. Laura instantaneamente começa a chorar e cai perto de Pedro. 

Fomos para o hospital, Laura chamou a ambulância. Os pais de Laura não demoraram a chegar e resolver a papelada, eu e Lucy ficamos no quarto com ele enquanto eles estavam fora.

- Eu sei que foi você Harry.

- Foi o que?

- Eu sei.

- An.... - balbucio.

- Mas... ele mereceu.

- Mereceu porque ?

- No ano passado quando eu e Laura ficamos ele ficou muito esquisito, diferente. E agora ele não deixa eu ficar perto dela.

- Espera, o que ?

- Sim Harry, nós duas ficamos. - Lucy jogou no meu colo.

Ela conclui vindo na minha direção e tirando a parte superior da roupa. Ela coloca sua mão no meu pescoço, me beija e pula no meu colo. Nos escoramos na parede. Vamos para o chão. Sem ninguém ver e nem notar.

Eu (não) sou um psicopata. [VERSÃO REVISADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora