Eu (não) sou um psicopata. Capitulo 15. Visita.

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Ver Harry ser carregado como um cachorro não me agradava. Depois da noite anterior, pedi ao chefe do presídio que deixasse ele me visitar mais cedo, pela manhã. Nós entramos juntos na sala e ele se senta da mesma forma como ontem, amarrado.

- Passou bem a noite Harry?

Ele apenas sinaliza que sim.

- Podemos continuar?

Eu precisava de mais, mais informações.
Ele se escora na cadeira e começa a falar. Claro e devagar, mas começa. Seus olhos não saem do chão.

- "A idéia de ter Peterson na minha casa não me agrada muito. As lembranças que ele me traz me deixam atordoado. Sua presença era desagradável.

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Não vou à escola mais uma vez, dessa vez faço companhia para Petterson na minha casa. Ele pergunta sobre as vítimas e eu decido não revelar o que eu fazia com os corpos, minto dizendo que simplesmente os jogo na floresta ou no lago. Passo a manhã jogado no sofá da sala com a casa fechada.

Almoço o pouco da lasanha que sobrou e vou para o quintal. Encontrei uma pequena cadeira de praia no porão e relaxo nela até que escuto a porta bater, Petterson ficou o dia todo no quarto mas desce para a escada ao ouvir o toque.

Ao abrir vejo Nicole, minha prima e vizinha. Ela tem mais ou menos a minha idade, lembro dela de quando vinhamos ver os parentes. Ela cresceu e está mais bonita do que me lembro.

- Oi Nicole... - digo alisando o cabelo.

- Ei Harry... quanto tempo. - Ela sorri para mim. - eu e mamãe soubemos da sua chegada e queríamos lhe entregar um presente de boas-vindas...

Eu pego o pacote em minhas mãos e a convido para entrar. Petterson sobe as escadas correndo e eu fecho a porta da casa.

- Que lindo... muito obrigado... - o porta-retratos tinha algumas fotos de nossa família mais jovem, da minha inocência.

Coloco o presente na escrivaninha e abro o pote que estava ali, em baixo do embrulho.

- Ah, isso é o creme á italiana da mamãe.... Você lembra? Como a vovó fazia....

Sinto que Nicole veio me trazer as lembranças do passado novamente. Como se ela quisesse me ferir.

- Mas me conta... como é a vida por aqui? - Disfarço colocando o pote na geladeira

- Ah, você sabe, calma, sem muitas coisas para fazer....

- Mas imagino que deva aproveitar as festas, essa cidade é cheia delas. - Ela está parada no arco que separa a cozinha das outras partes da casa.

- Nem isso, digamos que minha mãe é um pouco conservadora... - ela ri meio chateada.

- Mas e os garotos, imagino que muitos devam dar em cima de você. - Me aproximo dela, quando éramos menores minha mãe sempre quis que nos uníssemos. Todos diziam que ela era louca por mim.

- Bem... - ela enrola seus pulsos nas mangas de seu casaco. - Na verdade não é bem assim.

Me aproximo mais dela, sua respiração torna-se acelerada. Ela olha no fundo dos meus olhos. Creio que sua paixonite por mim não tenha terminado. Coloco a mão em seu braço, mas sou interrompido por Petterson descendo as escadas e as meninas abrindo a porta da casa. Um grande encontro.

- Opa... visitas.... - Lucy larga as chaves próximos ao novo porta retrato.

- Essa é a Lucy, Laura e aquele é o Petterson... - apresento meio desajeitado, nervoso, em meio ao arfar pesado.

- Bem... foi muito bom te ver de novo... - Ela chega próximo a porta. Coloco a mão na fechadura após ela abrir.

- Espero que venha mais vezes - ela me dá um beijo na bochecha, eu viro meu rosto e dou um selinho em seus lábios. Ela se revira e me beija novamente, aperta sua cintura contra a minha e coloca as mãos em meu pescoço. Seu atrevimento em levantar minha camiseta ali, na porta, me excita. A coloco sentada no sofá e tiro minha camiseta, de relance vejo Lucy e Petterson agarrados, algo aconteceu durante a noite. Ela tira sua roupa e então a jogo contra a porta. Enquanto beijo seu pescoço ela tira minha calça. Em poucos segundos já estamos no tapete.

Ela vai sem se despedir, tomo banho e me deito com as meninas. No meio da noite desço para beber água, a noite continua muito quente. Pego a água da geladeira e vejo que a saleta está com as luzes acessas, vou em direção e arrasto a porta. Petterson está no chão limpando algumas armas.

- Muito bonito... - ele aponta para o teto ao me ver na porta - sua decoração...

- São todas suas? - me refiro as armas.

- Na verdade não... são de ex-alunos.

Meu alimento revira no estomago. Me aproximo dele e pego uma das armas. Aponto para seu rosto e brinco com a mira.

- Não faça isso... ainda mais de cueca... - ele leva sua mão até meu pênis, esfrega os dedos e os sobe até meu punho tentando tirar a arma de mim, eu o devolvo e ele volta a limpa-lá. - continua carnudo...

Ele me arrepia, de nojo. Ofereço a ele minha água e ele nega. Me levanto e pego uma outra pistola enquanto ele estava de costas, me viro rápido e sinto um aperto na bunda.

- Ei! Qual é o seu problema? - Chuto sua mão e volto para o quarto.

Não consegui dormir sem pensar em me livrar de Petterson esta noite, a arma em minhas mãos está carregada, eu posso fazer isso.

Seu sono é pesado e ele não me escuta invadir o quarto. Suas malas ainda estão pelo chão e as cobertas também. Os lençóis brancos da casa são a única coisa que o cobrem. Me posiciono ao seu lado e coloco o cano da arma em seu pescoço. Ele se vira lentamente e abre os olhos. Nesse momento eu preciono sua testa contra o meu antebraço e sussurro em seu ouvido.

- Espero que aproveite a noite.

Precioso o gatilho seis vezes em posições diferentes do pescoço, nem preciso me preocupar com cortar sua cabeça. Enrolo-a em um lençol e levo até a salinha. A sensação em meu corpo e minha mente é de prazer, liberdade. Ver sua cabeça ali, sem poderes para me tocar me deixam aliviado, vingado. Uma euforia desliza pelo meu estômago me deixando enjoado, enibreado.
Me sento no sofá e bebo um pouco de vinho, o gosto da uva preenche aos pouquinhos meus órgãos, colocando meu estômago no eixo. Estou excitado, animado. Lucy desce a escada limpando os olhos.

- Foi bom? - Ela rouba o vinho e senta no meu colo.

- Melhor do que eu imaginava. - Ela me beija e eu sinto o gosto da maconha em meus lábios. Nos beijamos por um longo tempo, quando percebo já estou dentro dela e o prazer toma o lugar da raiva e do controle de mim, nunca me senti assim, como se tudo e todos fossem apagados e apenas eu, feliz, estivesse ali.

Eu (não) sou um psicopata. [VERSÃO REVISADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora