Eu (não) sou um psicopata. Capitulo 20. O pós festa.

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Depois de tantos dias aqui eu já nem lembro o dia da semana em que estamos. Acordo abraçado com Lucy, sua onda de carinho repentino me aquece. Por alguma razão hoje não tem aula, acho que é feriado. Perto do almoço eu desço para a cozinha, a vizinhança silenciosa me traz tranquilidade. Como alguns biscoitos e vou pegar o jornal, ao abrir a porta o vento gelado refresca meu corpo. A manchete jogada no chão me acusa:

SERIAL KILLER ASSOMBRA MOUNTAIN FALLS.

Arrumo minha cueca e volto para dentro. A matéria relata sobre alguns desaparecimentos e assassinatos e avisa a população que a polícia ira visitar as residências em busca de informações. Meus músculos congelam e pelos arrepiam. Tenho impressão que minha única peça de roupa foi arrancada.

Atiro o jornal no canto e aviso as meninas que irei sair. Visto uma calça e uma camiseta e vou até a loja de materiais para construção, compro alguns metros de tábuas e pregos e retorno. Passo o resto da manhã fechando a casa. Coloco um portão no quintal e no jardim, isolo a parte de trás da casa colocando cercas entre a casa e o muro vizinho.

Com o que sobrou crio uma espécie de tampa para a terra revirada no fundo, um deck móvel.

No porão existe um baú com chave e é onde decido guardar as cabeças que estão na salinha. Explico as meninas e vou para o banho. Quando noto já é noite. Laura nos avisa sobre uma festa da cidade. Pouco animado me arrumo para sair.

Vamos até a praça da cidade e sinto que as oito mil pessoas da cidade estão agrupadas ali. Música country toca em um dos palcos, algumas barracas vendem comida, bebidas e jogos. Eu e Lucy bebemos alguns copos de álcool e dançamos no meio do público, estou realmente feliz depois de tanto tempo, Laura nos acompanha de longe, fico surpreso ao vê-la beijando outras pessoas e isso me deixa com uma ponta de ciúmes.

No final da noite já estamos exaustos. Vamos caminhando pelas ruas vazias da cidade até nossa casa. No caminho uma barraca de crepes chama a atenção.

- Quero o de chocolate - grito a alguns metros. Uma loirinha começa o preparo.

Nos aproximamos e meu rosto fecha ao lembrar do passado.

- Fernanda - meu queixo cai.

O choque foi recíproco, uma força esquisita irradia de nós dois. Nos encaramos e invado sua barraca. Empurro seu corpo contra a vidraça e ela não solta uma palavra. Eu começo a gritar perto de seu rosto, simplesmente grito, ela começa a chorar e eu vou aumentando o tom.

Empurro alguns potes que ficam atrás dela e soco o vidro. Me viro na esperança de encontrar alguma arma, mas tudo que encontro foi a faca que ela usava para cortar o chocolate. Cravo a ponta em seu pescoço e o sangue se espalha. Puxo sua cabeça para baixo com força em direção a bancada, bato algumas vezes na tábua e a prendo na máquina ainda quente. Ela começa a queimar, seu cabelo loiro começa a se misturar a massa e a carne esfumaçada. Encontro um facão e corto seu pescoço. Laura solta um grito e corre. O sangue irradia para todos os lados, pego uma sacola na mesa e coloco sua cabeça. Chego até a esquina e soco o poste algumas vezes. Retomo o fôlego e volto para casa, Lucy me segue gritando meu nome e sendo ignorada, a porta está aberta e vou até o baú, largo a cabeça ali e entro no banho.

Laura aparece no chuveiro e me abraça chorando.

- Me desculpa - essas palavras não fáceis de dizer. Ela me aperta mais. - Eu não queria...

- Só me diz o porquê.

Ela levanta o rosto. Seus cabelos batem em meu nariz. Escoro sua cabeça em meu ombro e tiro aos poucos sua roupa. Seu coração está desesperadamente acelerado. Seus olhos assustados, mas ao mesmo tempo curiosos. Limpo seu rosto e a seco com a toalha, coloco seu roupão e nos deitamos na cama. Sinto meu corpo secar após tanto tempo, nem mesmo visto alguma coisa. Ela se escora em meu peito.

- No final do primeiro semestre eu sentei em uma mesa diferente. Meus amigos haviam saído e eu fiquei sozinho, tinha uma garota um pouco mais velha que sentou comigo.

- Fernanda?

- Fernanda era o tipo da Lucy, vida louca, drogadinha, festeira, mas lá ela parecia ser diferente, parecia ser diferente, parecia ser minha amiga, eu me sentia bem com ela, depois disso viramos muito amigos. Teve uma noite que nós estávamos estudando juntos e ela me beijou, assim como nos filmes sabe? No dia seguinte ela começou a demonstrar sua inconstância, suas escapadas, sua forma de esconder a realidade.

- Ela tinha outros amigos?

- Não sei, mas ela sempre ia e de repente voltava. Como se nada tivesse acontecido, nós nos pegávamos e ela sumia, aparecia no meio da noite e sumia de novo. Um dia, eu acordei no meio da noite com ela em cima de mim, foi minha primeira vez, no outro dia ela fez de novo. Sumiu de vez. Teve aquela festinha que vocês planejaram lembra? Ela não foi, por orgulho tenho certeza, na mesma noite apareceu no quarto achando que podia compensar. Na semana seguinte ela espalhou para todos o que tinha acontecido entre a gente. Eu acho que nunca tinha apanhado tanto, ela me envergonhou na frente de todos. Eu discuti com ela depois, gritei tanto que ela cravou uma faca no meu estomago - Laura coloca a mão sobre a cicatriz - ela acabou comigo.

- Poxa Harry - ela está sonolenta, coloco-a no travesseiro e beijo sua testa. Me levanto e visto uma cueca e uma camiseta. Deixo Laura dormir sozinha e vou para a cama. Ignoro o fato de Lucy ter sumido mais uma vez, isso já estava me deixando irritado. Me cubro, mas algo dentro de mim lembra Fernanda, sinto que ela está em cima de mim novamente, fico excitado e quando percebo já estou melado, entro no banho mais uma vez.

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Eu (não) sou um psicopata. [VERSÃO REVISADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora