Nossa primeira aula é na sala de artes, ficamos alguns minutos sem a professora até que o som do seu salto finalmente interrompe nosso momento de conversa. Uma onda de medo e perplexidade invade aquela sala e todos se sentam no momento em que ela fecha
a porta, minha cadeira abriga a pior tortura que eu poderia enfrentar nessa cidade.
A professora, que todos temem, tem o mesmo cabelo, o mesmo vestido, o mesmo jeito de se mover, por um momento o medo de encarar seu rosto me paralisa no assento, sua face faz meu cérebro retornar ao reformatório. Saluza Pop's é quem entra na sala, meus olhos fitam a vice-diretora que me condenava e seu olhar penetra o mais profundo de minha alma.- Bom dia queridos... -Sua voz meiga e cheia de falsidade me enoja- vejo rostinhos novos? Laura, Lucy e Harry? - ela aponta para cada um de nós fazendo uma pausa fria sobre meu nome. - não é mesmo?
As meninas concordam enquanto eu ainda me mantenho paralisado.
- Bom... eu gostaria de fazer uma recepção melhor para vocês mas temos coisas para fazer... o trabalho de hoje vai ser uma coisa bem diferente, eu quero que vocês desenhem aquilo que está lhes deixando com mais raiva no momento, no dia.... - um menino distribui as folhas e então eu me movo, ainda lentamente, aponto o lápis para começar.
Após alguns segundos desenhando, uma mão toca minhas costas e
encosta em minha mesa eu era capaz de sentir cada vinco do envelhecimento da sua pele. Lucy vira o rosto em minha direção e observa. O ar quente de alguma respiração penetra pelas minha camiseta e eu paro o lápis.- Ora... ora... onde fomos nos reencontrar? Não achei que nos veríamos tão cedo...
Aperto o lápis contra a carteira.
- Seus pais surtaram? Não suportaram o rebelde adolescente em casa?
Eu não respondi, não tive força para isso. Ela se afastou com um sorriso nojento no rosto e voltou a se sentar.
O primeiro período termina e o segundo parece demorar uma eternidade. Sua
presença me deixa apreensivo, nervoso, tremulo. Desenho Pop's em minha folha. O
sino toca e percebo que o tempo acabou, me levanto e jogo o desenho em sua mesa.
Saio sem olhar para trás ou encarar as meninas. Quase vou correndo para os
corredores, alguém puxa meus cabelos na frente do meu armário, largo um pequeno
gemido e me viro.- Lucy! Oque foi?
- O que foi que a professora te falou?
- Nada demais! - Minto e sigo para meu armário.
- Harry... Você está tremendo, quem era ela?
Solto um suspiro profundo e respondo.
- Pop's, é ou era a vice-diretora do reformatório... - Muitas coisas começam a fazer sentido para mim. Saluza trabalha apenas meio turno lá e sempre saia com o carro para vir para a cidade.
- Nossa... sério? - Ela abre seu armário... - Vai acabar com ela? Você quer, não quer?
A ideia não me parece errada.
- Eu só...só... - Coloco as mãos no rosto e percebo que estou suado.
- faça... - Ela coloca as mãos em meus bolsos e me dá um selinho. - Mate ela.
Ela se afasta e então eu guardo os materiais, limpo meu rosto com a camisa e decido que é a hora.
Não vi Laura após a aula, talvez esteja com um garoto por aí, isso seria bom para ela.
Com toda essa situação. Passo o restante do tempo no carro de Lucy esperando Pop's
sair da escola. O carro em que ela entra é bem diferente do que a leva para o
reformatório, esse é pequeno e rosado. Sigo ela até sua casa, pelo menos eu acho que é.
A residência é como o carro: rosa, o carro preto está lá, ao lado.Como é terça eu sei que ela vai ao reformatório passar a noite, decido agir rápido. Saio do carro carregando apenas uma corda que eu encontrei no carro mais cedo. Consigo entrar no banco traseiro do carro preto antes da porta da garagem se fechar, o tempo passa rápido e logo ela entra no veículo que a leva para o outro emprego. Me esguio mais um pouco para não ser visto. Quando ela termina de afivelar o cinto eu prendo a corda ao redor de seu pescoço, faço força e ela começa a se debater, com a mão direita pego o canivete de meu bolso e corto seu lábio inferior em direção a seu queixo. O corte jorra sangue em todo seu corpo. Sua expressão é dolorosa, desesperada. Pressiono cada vez mais a corda até seu rosto ficar roxo, cravo o canivete me seu estomago, ela luta contra a dor e a falta de ar. Não demora muito e seu corpo começa a parar, libero a corda e escuto seu suspiro.
- Foram os melhores anos da minha vida Pop's, aproveite os seus. - Ela levanta os olhos para o retrovisor e nos encaramos por um segundo. Face a face com o seu assassino Pop's treme.
Puxo com mais força a corda e depois de alguns segundos ela finalmente falece. Quase que com deleite eu solto tudo. Estou com a respiração ofegante e as mãos doloridas. Solto seu cinto e vou até a cozinha atrás de isqueiro, fósforos e uma faca de carne. Retorno ao carro e do banco de carona corto seu pescoço, enrolo com um pano de cozinha e coloco sua cabeça na mochila. Por um momento, antes de fechar o zíper, seus olhos parecem ainda ter vida fitando os meus. Espero o fogo começar no cômodo e saio pela porta dos fundos. Entro no carro e aperto o volante com alivio. Sorrio. Bebo o pouco do Whisky que restava no porta-luvas.
Vejo a garagem começar a fumacear e dirijo para casa. Estaciono o carro e corro em direção a sala, outro gancho, outra trança e fico satisfeito com o resultado. Lucy desce as escadas e sorri para mim. A abraço ainda sentindo minhas mãos manchadas doerem. Beijo-a como nunca tinha feito antes. Tiro a camada superior de suas roupas e a empurro contra a parede, tiramos as roupas que restaram e eu a penetro. Ela machuca minhas costas e minha cintura se debatendo contra mas eu não consigo ligar nem um pouco, seus movimentos ritmam os meus e então vou ao deleite com ela. Eu não escuto nenhuma palavra, apenas gemidos.
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Eu (não) sou um psicopata. [VERSÃO REVISADA]
Mystery / ThrillerVERSÃO REVISADA DO LIVRO: https://www.wattpad.com/story/119347811-eu-n%C3%A3o-sou-um-psicopata-em-revis%C3%A3o Harry tinha uma vida ótima, como a de qualquer estudante normal, até o dia que tentou assassinar seu colega da escola. Desde então, Harry...