As palavras de Harry me deixavam cada vez mais impactada. Aquilo que ele me contava cada vez mais me assustava e me deixava mais tensa. Tento não demonstrar reações ao ouvi-lo, mas era quase impossível.
Quando ele fala sobre esse Petterson e as memórias eu preciso pará-lo.- Harry, você pode me contar oque ele fez?
Ele não me olha, mas seus olhos despedaçam em pequenas lágrimas até ele começar a falar.
- Ele abusou de mim.
Como eu suspeitei.
- Uma vez?
- Não. - Ele faz uma pausa, a raiva retorna à sua voz. - Foram várias vezes... depois que o primeiro ano de confinamento terminou ele se aproximou de mim...
As suas mãos limpam as lágrimas.
- Ele se aproximou de mim e me forçou a... me forçou a...
Eu sabia o que vinha a seguir.
- Ele me forçou a masturbá-lo, chupá-lo e fazer o que ele queria. Quando me dei conta que aquilo era errado ele já tinha me manipulado, já tinha me feito gostar do perigo, gostar daquilo, gostar dele. Petterson começou a me transformar. Nós passávamos horas conversando e conversando. Ele me dizia exatamente oque eu queria ouvir. Até que as coisas mudaram.
- Como assim Harry?
- Ele tinha me contado que já tinha matado pessoas ali dentro. Por prazer. Quando eu vi ele levando o corpo da cozinheira embora eu usei aquele segredo a meu favor. Eu estava cansado dele e então eu o manipulei. Eu tentei virar o jogo para mim.
A raiva em sua voz era algo que me deixava intrigada.
- Ele me trazia coisas, me levava para sair e em troca eu dava para ele oportunidades... para que ele matasse mais.... me usasse mais...
Eu queria perguntar o porque, queria ouvir mais, mas ele já estava cansado. Se mostrava cansado.
- Muito bem Harry, acho que avançamos muito por hoje. Podemos continuar amanhã?
Ele responde que sim com a cabeça.
- Lembre-se, você pode confiar em mim. Sempre.
Sorrio amigávelmente para ele. Abro a porta e o policial entra para levar ele de volta para a cela. Eu precisava de calma para pensar em tudo que ouvi. Estou tremendo. Com medo. Tranquei a porta e me sentei. Minhas mãos percorreram meus cabelos e eu me escorrei sobre os braços em cima da mesa.
- Harry... Harry....
Suspirei, as palavras dele estavam vagando pela minha mente em loop. Ele me contou tanta coisa e ao mesmo tempo ainda não me falou nada. Porque ele não me contou sobre o reformatório ainda? Oque aconteceu lá dentro que ele está negando a si mesmo? Distraio os pensamentos ao ver o relógio, já era tarde e eu precisava ir embora.
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Eu (não) sou um psicopata. [VERSÃO REVISADA]
Mystery / ThrillerVERSÃO REVISADA DO LIVRO: https://www.wattpad.com/story/119347811-eu-n%C3%A3o-sou-um-psicopata-em-revis%C3%A3o Harry tinha uma vida ótima, como a de qualquer estudante normal, até o dia que tentou assassinar seu colega da escola. Desde então, Harry...