Rato

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Em meio aos corpos mortos de silicantes, um deles ainda estava vivo tentando regenerar o corpo que havia levado vários tiros. Ficou em pé e tentou fugir, ele mancava, mas o desespero em ficar vivo era maior, por isso usava todas as forças para se recuperar e então escapar daquele lugar.

Ren se aproximou e o derrubou, a ponta da sua lança tocou no pescoço do silicante.

— Vamos ter uma conversa amigável — disse ele com seu sorriso de raposa, — você responde algumas perguntas e deixo você ir.

— Um cão deixar um silicante fugir? Que bobagem.

— Dou minha palavra. Você parece jovem, talvez tenha coisas para fazer antes de morrer.

O silicante nada respondeu, Ren sabia que ele estava ganhando tempo para se recuperar e então escapar no menor descuido. Monad observava afastada com a DDS apoiada no ombro.

— O que é tudo isso? — Ren perguntou indicando os símbolos nas paredes.

— Ordens de Ratz — disse o silicante.

— Imaginei. E então, onde ele está?

— Não sei.

Ren apertou a lança contra ele.

— Eu juro. Ele nunca conta a ninguém onde vai, leva sempre seus dois guarda costas e só.

— E o que vocês faziam aqui?

— Reuniamos comida, aliciávamos outros silicantes na causa de Ratz.

— E que causa seria essa? Existem outros lugares como esse aqui?

O silicante sorriu.

— Ratz tem planos sombrios para os humanos.

— Extermínio?

— Claro que não. Vocês são gado, apenas isso.

— Entendo — Ren coçou o queixo, — e quanto aos outros lugares como esse?

— Eu não sei, olha cara, eu só entrei nessa por causa da comida, apenas isso, não sei de mais detalhes.

— Ok — disse Ren se afastando e abaixando a lança.

O silicante levantou e saiu correndo. Monad se moveu, golpeou com sua DDS a perna do homem cinzento. Ele caiu sem uma das pernas, o sangue manchando o chão de azulejos gastos.

— Por favor — ele implorou, — vocês disseram que eu poderia ir depois de responder.

— Sim, eu disse que deixaria você ir — Ren respondeu, — mas nunca disse que ela o deixaria.

Monad apontou o cano duplo da DDS para a outra perna dele e atirou, pedaços voaram para todo lado, seu grito ecoou na construção.

— Por favor — o silicante mudou a aparência para a de um humano e isso fez Monad sentir mais ódio.

Silicantes tentavam usar esse truque sujo, assumindo uma aparência humana para tentar amolecer o julgamento de um exterminador, mas isso não funcionava com ela que nunca hesitava em cumprir seu trabalho de livrar Bienenstock daquelas baratas. Apunhalou o peito dele com sua lâmina inúmeras vezes enquanto gritava:

— Morra!

Só parou de apunhalar quando Ren a tirou de cima do corpo sem vida.

— Mon já chega, ele está morto, temos que seguir mais rastros, e logo a equipe de limpeza virá para dar jeito nessa bagunça.

Ela assentiu e deixaram o prédio para trás.

Em um canto escondido entre escombros uma garota silicante averiguava para ver se os agentes já havia partido, ela havia sido atingida por algumas balas, mas resolveu se esconder para se recuperar e então fugir para avisar o Rato. Ela sabia de um possível local onde ele estaria, pois ouviu a conversa dos dois silicantes de confiança dele. Tinha que se apressar e contar tudo o que havia acontecido.

Serpente do Vazio - Irregular (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora