O acordo

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- Archie, se acalma. Eu já estou indo. - desligo o celular.

Archie está na entrada da casa, andando inquieto para lá e para cá.

Quando me vê, ele corre e me abraça, tentando achar conforto. Não esperava esse gesto, penso, retribuindo o abraço.

- Se acalma, vamos achar o senhor Andrews. - Digo demonstrando toda minha confiança nas palavras.

Ele se solta do abraço.

- Eu tenho uma ideia, Emma. - Ele diz, me encarando.

Fomos para minha casa, pesquisar as câmeras de trânsito da rua da casa do Archie.

As imagens mostram o mesmo carro, e o senhor Andrews sendo sequestrado.

O carro faz uma rota em um quarteirão e já não tem mais imagens.

- O quarteirão 19, na rua Marquês . - Diz Archie, pensativo.
- Eu vou fingir que estou entendendo.
- Eles podem estar na rua Marquês, Emma. Tem um depósito abandonado lá.
- Então vamos para lá imediatamente. - Digo, me levantando da cama.

Vamos até a rua Marquês na minha moto. Archie parece desconfortável na minha garupa, mas nada nesse momento é mais importante que achar o senhor Andrews.

- É essa rua Emma. - Diz Archie praticamente pulando da moto.

Estaciono e imagino a fala do meu pai caso ele estivesse aqui. Essa moto parada desse jeito daria uma multa caríssima, Emma Morgenstern.

- Você pode ficar aqui. - Ele diz, colocando uma das mãos no meu ombro.
- O quê? - Indago furiosa.
- Essa não é uma briga sua, Emma.
- Não me interessa de quem é a briga Archie, eu não vou deixar você ir lá sozinho. - Falo, tirando às mãos dele do meu ombro.
- Você fica, Emma! Não posso colocar mais ninguém em perigo, entende? Não tem como proteger meu pai e você ao mesmo tempo. Essa não é uma decisão que você possa tomar. - Ele bufa essas palavras e segue para o tal depósito abandonado.
- Archie Andrews, acha que pode mandar em mim?!

Vou até a moto, e abro meu banco onde tem uma PT . Meu pai me deu ela, caso algum dia eu precisasse. Confiro pra ver se está carregada e sigo os mesmos passos de Archie Andrews.

Pode se ouvir vozes vindo de lá de dentro. Com a porta semicerrada dá para ver um homem de terno, fazendo ameaças á Archie, já ensanguentado, que está sendo segurado por dois homens.

E o senhor Andrews está de cabeça baixa, amarrado em uma cadeira.

Sem pensar duas vezes no que possa me acontecer, começo a entrar no depósito.

Todos os olhares se voltam para mim.

Um dos homens que está segurando Archie, o solta e começa a dar alguns passos para o meu lado, então saco a arma e dou um tiro para cima.

- Essa belezinha está carregada, e eu não tenho medo de usar. - Digo apontando pro homem que está se aproximando.
- Até parece, né, princesinha.

Dou um tiro na perna esquerda dele, e ele logo desaba no chão.

- Deveria saber, que fazia curso de tiro.-Digo já apontando a arma para o homem de terno.

Archie dá uma cabeçada no outro cara que está segurando ele, conseguindo imobilizá-lo no chão. Até que ele dá um golpe que faz o cara desmaiar.

- Se afaste do senhor Andrews, imediatamente. - Digo.
- Quanto potêncial você tem. - Diz o homem de terno.
- Eu vou pedir mais uma única vez.-Falo, engatilhando a arma.

Ele se afasta até o outro lado do depósito.

Archie corre para ajudar o pai, ele parece vivo, mas não acordado.

Uma nova pessoa entra no recinto. Verônica.

- O quê está acontecendo aqui? -Ela pergunta.
- Eu que pergunto, Verônica. Sabia que seu pai estava com o meu? Sabia que ele estava quase matando meu pai? Por isso sumiu o dia todo? Por isso não atendeu o celular, Verônica?-Rebate Archie.
- O quê, Archie? O que essa maluca está fazendo mirando com uma arma de fogo para o meu pai? -Ela começa a me implicar.
- Olha aqui, sua mafiosa, eu já estou cansada de você. -Digo, apontando a arma para ela. -Anda, vai para perto do seu pai.

Ela caminha até ele.

- Archie? Vai ficar do lado dela? - Pergunta, Verônica com falha na voz.
- Inacreditável, acha que eu vou perdoar você depois que você e seu pai colocaram meu pai em perigo? Me esquece Verônica, lá no fundo eu sabia, eu e você foi um erro. Acaba aqui tudo que tivemos. -Diz Archie com a voz amarga.

- Você está muito encrencado, senhor Lodge. - Digo, quebrando o silêncio.

Ele sorri.

- E você acha que você não? O que acha que seus pais vão pensar de você, saindo por aí, atirando em dois homens e ameaçando minha filha e eu com uma arma? Vão achar que você é a nova heroína de Riverdale?-Ele diz ironicamente.

- Você acha que pode me fazer alguma chantagem, senhor Lodge?
- Jamais, só estou dizendo que podemos fazer um acordo. Eu deixo o senhor Andrews e os Serpentes em paz se isso morrer aqui. Eu sei o quanto é envolvida com os Serpentes, seria uma pena, em outra noite, em vez do senhor Andrews estar naquela cadeira, prestes a ser morto, ser um dos seus. E lhe garanto que dessa vez, não terão tanta sorte assim.- Ele cospe essas palavras.

De algum jeito, me sinto refém dele.

Riverdale: Nova EraOnde histórias criam vida. Descubra agora