Capítulo 5

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Christian

Estava sentado no escritório, olhando para a tela do computador, uma suposta localização de uma carga desviada, franzi a testa olhando para uma gaveta que sempre estava trancada, forcei a mesma tentando abrir, porém não adiantou, eu iria com certeza ter que arrombar ou chamar um chaveiro para abri-la.
Meus olhos foram para a porta assim que ouvi uma batida.

- Entra!

Falei antes mesmo de ouvir alguém dizer alguma coisa, dei um sorriso vendo Anna entrar com uma bandeja na mão. Ela a colocou em cima da mesa e me encarou. Eu gostava disso, gostava dela sempre querendo cuidar de mim, sempre brigando comigo, apesar de tudo ela era a única pessoa que tinha me restado, ela, Dan e Marcão. Mas Anna sempre foi a mais importante dos três.

- Tá aqui o dia todo, precisa comer Christian. Até quando você vai levar isso adiante meu filho? Tem que acabar com isso, e viver sua vida. - ela falava com um tom bem mais dramático que o normal.

- Obrigado pelo lanche, amor. Não vamos brigar por isso de novo tá? - falei pegando a xícara com café e levando até a boca.

- Eu desisto Christian, eu só espero que você não termine igual a seu pai. Não posso nem pensar nessa hipótese.

- Eu não vou morrer Anna, mas também não posso largar tudo assim. Sabe como funciona, eu não posso abandonar as pessoas daqui, vou fazer melhor. Precisamos fazer. É a única coisa que eu sei fazer, ele me criou pra isso. - Peguei o sanduíche que havia trago de dentro do pratinho, e o levei até a boca, dando uma mordida no mesmo.

- Você é mais do que isso, pode viver lá fora, ninguém nunca saberá que é filho do John, poderá ter uma vida, longe disso tudo aqui.

- Obrigado Anna, de verdade, você é única pessoa que se importa comigo, que quer o meu bem, mas eu já fiz minha escolha. - Dei um último gole no café e a encarei.

- Cabeça dura igual ao seu pai.

E ao dizer isso pegou a bandeja e saiu do escritório, encontrando Dan no meio do caminho, eu pude ouvir ela resmungar um "Você de novo?", o que me fez sorrir. Eu amava esse jeito dela, de querer o bem de todos nós e ainda assim ter tempo para si mesma.
Olhei para Dan quando entrou na sala, tinha uma expressão séria.

- O que foi agora? - perguntei semicerrando os olhos.

- Encontrei a garota perfeita para o trabalho de sábado.

- Então, cadê ela? - Perguntei com uma sobrancelha erguida.

- Vou busca-la, e tenho que dizer que ela é bem esperta, na verdade ela me encontrou. Vou busca-la.

Dei um sorriso de lado quando ele saiu de minha frente. Era ela, a garota da lanchonete, eu sabia que ela iria encontrar ele logo. Era muito inteligente, esperta.
Me levantei e fui até a janela, olhando para fora, vendo pessoas nas ruas, enquanto pensava em como iria me posicionar com ela? Como o cara que ela conheceu na lanchonete? Como Gilbert? Eu realmente não sabia.

- Gilbert? Essa é a garota de que te falei. - Ele disse ao entrar no escritório, não me virei.

- Pode ir Dan. Obrigado!

Ouvi ele sair e fechar a porta, abaixei a cabeça pensativo e então me virei. Seus olhos saltaram no mesmo instante, era nítido que ela não esperava por isso, que seu susto realmente foi grande. Ela estava mais bonita hoje, cabelos vermelhos, olhos negros saltando da órbita, lábios vermelhos, bem convidativos ao meu ver, usava um vestido colado, oque a deixava sexy.

Não Queira Me Conhecer - Heranças De SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora