Capítulo 41

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Christian

Abri os olhos em um susto, sem saber ao certo onde estava, me sentei na cama olhando em volta, então a vi, deitada ao meu lado. Soltei o ar aliviado em saber que não havia sido um sonho, que tudo tinha sido real.

- O que foi? - ela perguntou com a voz rouca e os olhos ainda fechados.

- Nada, só... - ela me encarou - Achei que tudo que aconteceu era um sonho e eu ainda estava preso...

- Não foi, você está aqui comigo e ninguém pode mudar isso...

Ela sorriu me encarando. Eu não poderia me sentir mais feliz, apesar de ainda sentir um peso no peito por tudo que havia acontecido, pela morte de Dan e por nossos pais, eu estava feliz. Finalmente estava livre. Poderia ir para onde quiser, começar uma vida nova com ela, com nosso filho. Nosso filho!
Dei um longo suspiro me inclinando e depositando um beijo lento e intenso em seus lábios. Me afastei depois de alguns minutos a encarando, seus olhos negros me encaravam com uma certa ansiedade e um brilho a mais. Deslisei uma mão até sua barriga nua, a tocando gentilmente, eu sabia que não podia senti-lo ainda, mas queria que soubesse que eu estava ali e jamais o abandonaria. Eu já o amo tanto que é difícil tentar explicar. Confesso que fiquei em choque sem saber como reagir ou o que dizer, nunca pensei em ser pai, até porque o modelo de pai que eu tive não foi um dos melhores. Mas agora, eu só tinha uma saída, ama-lo, aquela criança, nossa criança, não tinha culpa se nosso passado.

- O que vamos fazer? - perguntei sem a encarar - Tenho que ligar pro Marcão, temos tantas coisas para resolver...

- Na verdade - ela sorriu se sentando na cama e me encarando - Eu já organizei aquela questão do dinheiro e das contas, nossos passaportes estão ok e eu já falei com Marcão, claro que antes de você sair, terá que ligar pra ele novamente.

- Então podemos ir embora hoje mesmo? - sorri.

- Quando e pra onde você quiser.

- Então vamos passar o Natal em Paris!

- Sério? - ela se jogou em meus braços dando um beijo rápido porém molhado em meus lábios.

- Sério, arrume as malas...

Enrolamos um pouco mais na cama então nos vestimos. Descemos para o andar de baixo e lá encontramos, Pedro, Ana, Cristine e Eleonora. O que era bem estranho ao meu ver, era uma coisa muito nova e esquisita, ainda não havia me acostumado com a ideia de ter uma mãe e uma irmã. Tudo aconteceu muito rápido na verdade.

- Bom dia - Falei intercalando o olhar entre todos ali, senti apenas Olívia apertar minha mão.

- Bom dia! - Responderam em uníssono.

- Que bom que estão todos aqui, eu e Olívia gostaríamos de dizer algo.

A olhei rapidamente com um meio sorriso, eu queria poder dizer que agora ficaria mais tempo no Brasil, mas a verdade era que não queria. Iria cumprir o que sempre quis fazer. Queria levar ela pra longe, nem que fosse por um tempo. Precisávamos.

- Então não enrole! - Cristine quase gritou.

- Eu estou grávida. - Olívia revelou.

- Ai meu Deus! - Ana gritou se levantando e vindo até nós.

Olhei para Pedro que sorriu negando com a cabeça vindo até mim, me abraçou forte, batendo uma mão em minhas costas.

- Não sei pra que se reproduzir! - ele sussurrou.

Não Queira Me Conhecer - Heranças De SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora