Capítulo 17

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Christian

A encarei pensativo, a raiva, medo, tristeza e decepção eram visíveis em seus olhos. Não sabia o que pensar ou como reagir a tudo o que estava acontecendo em nossas vidas, parecia que o teto havia desabado e tudo que fizéssemos só piorava a situação.Coloquei uma garrafinha de cerveja em sua frente e me sentei no banquinho ao seu lado, precisamos acima de tudo, conversar, tentar entender o que estava acontecendo para depois acharmos uma solução. Juntos. 

- Você me disse que ele esteve aqui, no velório do seu pai... Como foi? - ela perguntou depois de dar um generoso gole na bebida.

- Foi normal, eu gostava muito dele, foi praticamente um alívio ter ele aqui. - a encarei pensativo. - Ele quem fez o discurso, eu não consegui... Meu pai morreu nos meus braços, eu estava responsável por leva-lo em segurança, mas eu falhei. 

- Chris, não se culpe... - ela disse pegando em minha mão.

- Seu pai era incrível Olívia, eu sei que está com raiva por ele ter mentido e ter escondido isso, mas ele amava vocês. 

- Eu sei, nunca duvidei disso, é só que, eu nem sei mais quem ele era... Chris, por mais que eu queira, eu não consigo ver proteção em tudo que meu pai fez e escondeu, minha mãe e meu irmão estão mortos, então me diz, como ele nos protegeu? 

Abri a boca para dizer algo, porém acabei por desistir, ela estava certa, tinha o direito de estar com raiva ou chateada, eu também ficaria. 

- Você está certa, tem toda razão de estar chateada, eu não estou defendendo ele, é tão errado quanto meu pai. - sorri virando o restante da bebida.

- Então... Não sabia de mim mesmo? - ela perguntou com um pequeno sorriso.

- Eu sabia que ele tinha dois filhos, inclusive, quando ele veio no velório, eu pedi a ele que me liberasse, já que iria assumir tudo aqui, ele me pediu apenas o tempo suficiente para que se mudassem e que contasse tudo a família... - sustentei o olhar no seu. - Talvez, de qualquer forma, fossemos nos encontrar.

- Bom, já me sinto bem melhor por saber disso... - ela sorriu. 

- Tem outra coisa, seu pai recebia metade dos lucros, você viu como funciona, por ser minha secretária, então automáticamente, a partir de agora você se torna minha sócia, você receberá tudo que seria destinado a seu pai. - ela franzia a testa.

- Eu não sei se... De quanto estamos falando? - perguntou enquanto bebia o restante de sua cerveja.

- Milhões... Olívia, desde quando seu pai, desde o acidente, eu abri uma conta, e então todo o dinheiro que seria destinado a vocês todo esse tempo ta lá, ele é seu, eu iria doar, porque não preciso e porque ele não é meu. 

- E não preciso de tanto dinheiro, eu vi de quanto se trata, não que eu esteja bisbilhotando, mas eu vi quando estava organizando suas coisas... 

- Não tem problema, tudo aqui também pertence a você, e eu acho que você deveria guardar esse dinheiro, preciso que transfira tudo para sua conta, inclusive os próximos depósitos serão feitos lá.

- E por que está sugerindo isso? - ela semicerrou os olhos.   

- Porque Marcão e eu vamos acabar com tudo o que nossos pais construíram aqui. - sorri.

- E quando exatamente pretendia me contar isso?  

- O que importa, é que precisamos ter tudo sob controle. Não quero viver aqui para sempre e não posso deixar as pessoas desse lugar sofrendo, eu quero acabar com tudo que ele construiu!

- Acha que Dan vai deixar? 

- Por isso deixamos ele de fora, Marcão está mantendo ele bem ocupado enquanto estou armando a bola de neve, só falta falar com um delegado que esteja disposto a nos ajudar.

- Pedro, eu suponho. Pra onde vamos? Quando tudo acontecer, você provavelmente será barrado no aeroporto...

- Por isso já encomendei um passaporte falso, eu quero ser livre, assim como as pessoas de bem que moram aqui, e quero isso com você...

- E eu estarei ao seu lado.

Sorri a encarando, finalmente eu tinha alguém tão louca quanto eu. Logo estaríamos longe desse lugar, sabendo que tudo isso havia acabado, sabendo que provavelmente meu pai estaria se revirando no tumulo, essa sim, era a melhor recompensa, e não tinha ninguém na terra que iria me impedir disso. Levantei de onde estava e fui até ela, puxando seu banco, de forma que ficasse de frente para mim, me encaixei entre suas pernas e então sem dizer uma única palavra, colei nossos lábios em um beijo molhado. Não restavam dúvidas de que eu a queria, queria até demais, e talvez estivesse passando da hora de admitir isso em voz alta. Nossas vidas estavam mais do que unidas, aquela expressão de que nosso destino estava cruzado, nesse caso se aplicava completamente. Nos afastamos apenas quando o ar acabou por faltar, a encarei sério, sentia meu coração acelerar ainda mais, fechei os olhos quando senti sua mão tocar meu rosto, seu toque me causavam arrepios involuntários. 

- Eu tô apaixonado por você Olívia... - sustentei o olhar no seu.

- O que? - ela parecia surpresa.

- Isso mesmo, não deu pra segurar, desculpe por isso... 

Então sem dizer nada, absolutamente nada, ela me puxou, colando nossos lábios novamente, dessa vez o beijo era pura intensidade, sua respiração estava bem mais ofegante do que o normal. A puxei para mim, fazendo com que abraçasse minha cintura com as pernas, levando-a diretamente para o sofá, sem quebrar o beijo.  Suas mãos estavam em meus cabelos, puxando, deixando meu corpo ainda mais acelerado. A deitei no sofá, ficando por cima, sem deixar o peso de meu corpo cair sobre ela, suas pernas apertaram ainda mais em volta de meu corpo, enquanto uma de minhas mãos passeava por cada centímetro e extensão de sua pele, apertava sua coxa. Ela quebrou o beijo para me encarar, sustentei o olhar no seu, meu corpo estava quente, meu coração acelerado, ela provavelmente já estava sentindo minha ereção.

- Eu tenho que te contar algo, só não sei como falar... - sua voz tinha um toque de medo.

- Sabe que pode me contar tudo... 

-Eu... nunca fiz isso antes... Chris... - seu rosto ficou levemente corado por revelar algo tão pessoal. - Eu sou virgem.

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Beijão ♥✔

Não Queira Me Conhecer - Heranças De SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora