Não Queira Me Conhecer - Heranças De Sangue

Capítulo 19

Christian

Abri os olhos lentamente, tendo como visão o seu rosto com toque rosado. Dei um meio sorriso quando sua mão veio até meu rosto, seus olhos tinham um brilho a mais. Gostaria de poder saber o que estava pensando nesse exato momento. Devo ter dormido por uns 10 minutos, ou mais. Dei um suspiro me esticando até alcançar seus lábios, onde depositei um selinho molhado e demorado. A encarei quando me afastei.

- Estava me observando dormir ou molestando meu corpinho? - sorri.

- Ai credo Christian, você sabe como acabar com o clima... - ela sorriu alto.

- Desculpa... - sorri - Como você ta? - sussurrei

- Eu to bem, na verdade, eu nunca estive tão bem em toda minha vida. - Sua voz era firme e clara.

- Eu fico feliz por isso... Por ter conseguido, não sei... Ser bom pra você...

- Eu te amo. - ela disse com um pequeno sorriso desenhado em seus lábios.

Nesse instante meu coração parou de bater, fiquei paralisado. Talvez não estivesse esperando por aquilo, era fácil ter milhares de pessoas te odiando, ter algumas te suportando, poucas dizendo que gostam de você e que não querem que se machuque, era fácil ter muitas coisas nessa vida. Mas para uma pessoa que sabia que talvez nunca fosse ouvir alguém dizer que o ama, ouvir de fato. Era assustador. Eu podia ter todos os defeitos do mundo, poderia ter feito coisas ruins, ter matado, mas se tinha uma coisa que dizia para mim mesmo, era que nunca iria dizer amar alguém sem de fato amar. E aquela mulher ali deitada em minha cama, em poucos dias desconstruiu todo o muro que eu havia construído em volta do meu coração, ela me fez ver o quanto estava me tornando um monstro, o quanto ter alguém para compartilhar sua vida pode ser bom, que não devemos apenas pensar em si, ter empatia e se colocar no lugar daqueles que magoamos diariamente. Me ensinou a amar, a ter o desejo constante de proteção, ensinou que apesar de todos os nossos erros, devemos nos perdoar. Eu a amava como nunca havia amado antes. Mas nunca imaginei que ela poderia me amar, que alguém poderia me amar.

- Eu te amo, Olívia... - sussurrei de volta, a puxando para mim.

***

Desliguei o chuveiro pegando a toalha quando me entregou, sorri com o momento, queria gravar para sempre na memória. Ela estava com uma toalha em seu corpo e outra em seu cabelo, o que a deixava ainda mais linda.

- Então agora vai invadir meu banheiro? - sorri a observando.

- Por que não? Esse será seu fardo, por dizer que me ama... - ela rebateu voltando para o quarto.

- Então agora você é minha namorada? - perguntei enquanto a seguia.

- Tá me perguntando se eu quero ser sua namorada ou perguntando se eu gostaria que me pedisse em namoro?- ela sorriu parando na porta do quarto.

- Você quer? - ergui uma sobrancelha.

- Quero... - ela sorriu - Agora, vamos nos vestir, aposto que Marcão não vai gostar do nosso atraso.

Sorri a vendo sumir do meu campo de visão, estava feliz, pela primeira vez em muito tempo, estava verdadeiramente feliz. Coloquei um short jeans que ia até a altura do joelho, com uma camiseta de mangas curtas, estava estupidamente quente, verão no Rio de Janeiro costuma ser comparado ao inferno. Peguei a pistola e em seguida um pente novo, precisava agora mais que tudo protegê-la.

- Pronto? - ela perguntou se escorando na porta. - Já te falei que fica sexy com essa arma nas mãos ?

- Não, você nunca disse isso.. - A encarei colocando a pistola nas costas, presa no cós do short e a cobrindo com a camisa. - Mas eu acabei de anotar esse elogio...