Capítulo 39

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Christian

Terceiro dia nesse inferno disfarçado. Comendo e dormindo mal. Não estava nada preocupado com o que iria me acontecer, mas com Olívia. Ela havia perdido todos da sua família e por pura ironia do destino eu havia ganhado. Mesmo que não admitisse isso.
Dei um pequeno sorriso ao ver a delegada se aproximando no corredor. Sua expressão não estava nada boa, o que indicava que com certeza eu estava em uma boa situação. Ou não!

- Christian Gilbert! - Ela falou ao parar em minha frente, do outro lado das grades.

- Doutora Andréia!

- Você realmente é um filho de uma mãe de muita sorte! - Ela deu um meio sorriso.

- O que quer dizer com isso?

- Quero dizer que o Juiz arquivou seu caso. - olhou para o corredor como se estivesse checando que ninguém nos ouviria. - Sua advogada conhece muita gente e isso ajudou um pouco.

- Eu acho que ela se sente culpada por ter me deixado!

- De qualquer forma, nós dois sabemos o que você fez, não é santo e talvez algum dia eu consiga provar isso.

- Boa sorte então! - Sorri - Eu sei que sou irresistível, mas eu já tenho namorada, não pode me manter aqui para sempre!

- Nosso caso ainda não acabou, as provas que o Doutor Pedro me entregou, meio que ainda está faltando muita coisa, tem algumas falhas, e outra, eu sei tanto quanto você, que Daniel não morreu em um acidente, o incêndio foi ocasional!

- Mas como não tem provas, vai me soltar mesmo assim!

- Você se acha esperto, mas não se esqueça, um dia a verdade sempre chega, não importa quanto tempo dure, e eu farei de tudo para que seja o mais rápido possível!

- Que assim seja, boa sorte!

Ela sorriu e em seguida fez sinal para que o policial ao seu lado abrisse a cela. Suspirei de alívio, finalmente eu poderia sair daquele maldito lugar, e como aqueles que têm algum tipo de influência ou que tenha "contatos", eu poderia dizer que estava livre.
Coloquei um pé de cada vez para fora daquela cela, nunca fui de acreditar em superstições, mas nunca é tarde para começar.

- Pé direito? - ela sorriu e então começou a andar pelo corredor. - Vem, vamos assinar alguns papéis na presença de sua advogada!

A segui até sua sala, todo meu corpo ainda doía muito, principalmente o ombro, eu tinha uma leve impressão de que os hematomas no rosto ainda estavam bem feios, pela falta de cuidados, sabia bem qual seria a reação de Olívia ao me ver.
Olhei Ao redor da pequena sala, uma mesa com vários papéis em pilhas, duas cadeiras, uma sendo ocupada por Eleonora, que ao me ver se levantou. Andréia se sentou em uma cadeira do outro lado da mesa, enquanto desviava o olhar para a tela do  computador.

- Como você está? - Eleonora perguntou com a voz preocupada.

- Estou bem. Cadê Olívia?

- Ela está na cada de Ana, como pediu, está bem! - Parecia pensar um pouco antes de voltar a falar - Ainda se recuperando, do tiro.

Engoli em seco, lembrar do pânico que havia sentido vendo ela ser atingida, me deixava com náuseas.

- Você está bem? - ouvi a voz da delegada um pouco longe.

Não Queira Me Conhecer - Heranças De SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora