3 - RELIQUA

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Caminhamos por um longo tempo até que saíssemos da floresta, Héktor carregou meu irmão durante todo o caminho, parecia não estar cansado, apenas preocupado.

O que aconteceu? — Meu irmão estava inconsciente, e todos aqueles supostos guarda-costas desapareceram, eu precisava de uma explicação.

— Você foi amaldiçoado Alium. — Lione realmente deveria acreditar que Geneviève era amaldiçoada.

— Eles acham que sou mesmo amaldiçoada? — Nesse pouco tempo que eu a conhecia, foi a primeira vez que a vi chateada.

— Ela não é amaldiçoada Lione. — Eu não sabia o que fazer, mesmo sabendo que ela era uma feiticeira, que podia fazer algo contra mim, se eu a enfrentasse, não tive medo.

— Não estou falando do seu Giants, estou falando de você. — Não entendi o porquê eu seria amaldiçoado, talvez por eu ter feito uma ligação com um Giants negro.

— O chamam de Lesath, ele foi meu discípulo em Cormeum, o ensinei mais do que eu deveria, inclusive...amaldiçoar...nunca diga a ninguém que você é um feiticeiro, existem poucos de nós.

— Que eu sou o que? — Eu não podia ser um feiticeiro, eu saberia, eu deveria saber. Lione me encarou de olhos entreabertos.

— Você não sabe?...Só pode ser um tolo...já se machucou alguma vez e sua ferida se curou mais rápido do que pudesse acompanhar?

— Já! Mas minha mãe me passava um remédio para curar. — E forçando uma risada ela me encarou.

— Se existisse algum remédio que curasse feridas assim, não morreriam tantos homens nas guerras. — Eu sabia que eu era adotado, mas aquilo era muita informação, talvez ela estivesse enganada, minha mãe me dizia que os feiticeiros eram escravos do rei, e que hoje são tão poucos que são vistos apenas os selecionadores. — Lesath selou uma Reliqua no seu corpo, e não existem meios para desfazer.

— O que é uma Reliqua?

— A Reliqua é uma arma amaldiçoada que apenas os feiticeiros que mataram seu próprio Giants possuem, se alguém em Cormeum ver sua marca, você morre, e não viverá por muito tempo...olhe no seu pulso... — Olhei para meu pulso direito e não havia nada, e no esquerdo uma mancha escura sem forma alguma.

— O que é isso? — Aquilo poderia ser qualquer coisa, talvez a marca de uma queda, mas não me lembro.

— Todos os feiticeiros que tinham essa marca foram mortos, não apenas eles, mas o que o defenderam. Esconda essa marca se você não quiser morrer. — Uma arma selada em mim...eu sou um feiticeiro...eu precisava de mais explicações sobre tudo, mas meu irmão precisava de ajuda.

— Se eu realmente sou tudo que diz. Me mostre o que fazer pra ajudar meu irmão. — O castelo é o único local que sabe sobre as habilidades dos feiticeiros, nem mesmo minha mãe saberia me explicar.

— Lesath colocou um selo em você e no seu irmão, mas como ele não um feiticeiro, ele está como está. — Lione não parecia estar preocupada com Leo, seu jeito de falar era desagradável, quase que não parecia ter sentimentos.

— Solta ele Héktor! — Colocou Leo lentamente no chão, tentei fazer com que acordasse de inúmeras formas, encontrei a mancha no seu pulso direito, era idêntica à minha, ele não acordava, nada adiantava.

— Vamos embora, deixe ele para trás, não precisamos de frangos. — Héktor rejeitou a ordem de Lione, me ajudando a colocar Leo em cima de Geneviève.

— Acho que o rei não vai ficar feliz se você chegar sozinha, sequer seus capangas estão aqui. — Como se eu não tivesse enfrentado ela, montou em seu cervo, e aguardou que eu e Héktor a acompanhássemos, olhando para nós como se quisesse nos eliminar.

Os Gigantes de ArmaduraOnde histórias criam vida. Descubra agora