Estávamos no salão do trono, os fantasmas seguravam suas lâminas próximas ao meu pescoço e ao de Héktor. Seria perigoso tentar fazer qualquer movimento.
— Você tem ideia de o quanto é difícil encontrar um feiticeiro hoje em dia? — Sentado em seu trono enquanto a fantasma de cabelo comprido estava servindo para ele algum tipo de bebida numa taça de metal...o rei sem nome segurava uma corrente que se estendia até minhas mãos presas e a de Héktor.
— Depois do que você fez... — Olhei para o rei com desprezo. — Sei o quanto é difícil.
— Corajoso o garoto. — E deu um sorriso. — Teremos uma pequena comemoração com direito a sangue de fei...
A porta bateu com força e olhamos para trás.
— Lesath criou uma aliança com Aquila, estão a caminho de Cormeum. — Arcturo estava apreensivo...olhou para mim e para Héktor, durante alguns instantes parecia estar triste...mas não demorou muito para nos olhar com desprezo.
— Teremos que deixar nossa comemoração para depois. — disse o rei ainda sorridente, não parecia se importar com Lesath estar a caminho. — Ele está a caminho da morte. Avise para os outros responsáveis pelos dormitórios levarem os alunos para seus quartos, nenhum deles pode se machucar. — O rei dizer aquilo me fazia questionar o que para ele era se machucar se transformava os formandos em Fantasmas.
O rei se levantou do seu trono e seus olhos começaram a brilhar, era o mesmo tom que os fantasmas.
— Venham todos para Cormeum. — disse o rei em voz alta.
— Ele está chamando todos os fantasmas em Zendaya? — perguntou Héktor que estava imóvel com medo de seu pescoço encostar na lâmina da espada que o fantasma segurava.
— Sim! — respondi o mais rápido que pude.
O rei se apressou a descer as escadas da torre puxando as correntes que nos prendia, haviam dois fantasmas que o protegiam logo a frente e outros dois atrás de nós apontando suas espadas em direção a nossas cabeças. Vê-los tão próximos me fazia imaginar quem seriam os fantasmas por trás das máscaras, as pessoas que um dia estiveram vivas ali.
— Desçam logo seus imbecis. — Mesmo que o estivéssemos acompanhando ele puxava as correntes com força propositalmente para nos machucar.
Chegamos em frente a entrada logo, alunos corriam às pressas pelos corredores, não davam atenção para nós. Já deveriam estar sabendo que estava prestes a acontecer uma guerra em Cormeum.
— Levem esse garoto para os calabouços! — O rei soltou a corrente que prendia as mãos de Héktor e continuou a sair do castelo. — Pude ouvir Héktor gritar para que o soltassem, olhando para trás a multidão de alunos que se empurravam taparam a visão que eu tinha de Héktor.
Os guardas na frente empurravam os alunos para que o caminho até a saída do castelo se abrisse...e antes que eu pudesse notar...chegamos em frente ao castelo.
Haviam guardas para todos os lados, estavam em fileiras extensas que eu perdia de vista em direção a floresta.
— Onde está Lione? — O rei sem nome perguntou irritado por ela aos guardas que não se pronunciaram.
— Estou aqui! — Lione surgiu de dentro do castelo empunhando uma espada, vestia uma armadura branca como a dos fantasmas.
— Você irá me proteger, e matarei esse garoto em frente aos seus amiguinhos feiticeiros, ensinar a eles que não devem se meter com seu rei. — Lione sinalizou que sim com a cabeça e eu olhei em seus olhos, eu não conseguia acreditar naquele olhar de que tudo ficaria bem.
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Os Gigantes de Armadura
FantasyDepois da Guerra das Sombras ter extinto quase todos os feiticeiros de Cormeum, os homens passaram a controlar todos os grandes reinos, Zendaya foi o primeiro deles e poucos feiticeiros sobreviveram. Alium, um jovem sem nome de família, criado numa...