4 - ARMADURA DE AÇO

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O quarto era pequeno como o da casa dos meus pais, mas era suficiente para caber dois beliches, uma pequena janela retangular no centro e um grande tapete vermelho que cobria o chão, um pequeno guarda-roupa de quatro portas fazia com que não conseguíssemos abrir toda a porta da entrada.

— O que aconteceu Alium? — Quando entrei no quarto Leo correu até minha direção.

— Ela foi me mostrar como esconder a mancha da maldição. — Se eu contasse o que aconteceu, ele saberia que sou diferente dele.

— Por que não fui junto? Também tenho a mancha. — Leo sempre foi um garotinho esperto.

— Você está doente, é melhor que você apenas descanse até melhorar, não vai poder sair do quarto até se sentir bem...me prometa!

— Tudo bem! — Leo sorriu, foi a primeira vez que conheci seu sorriso mentiroso. Héktor estava deitado atento a nossa conversa, mas não se pronunciou em nenhum momento.

— Vamos dormir que amanhã começam as nossas aulas. E temos que conhecer o rei.

Leo se deitou numa das camas de baixo e Héktor na que estava a direita, subi para a cama de cima e me cobri com uma pequena manta, que não iria me proteger muito do frio, mas eu nunca tinha visto uma manta antes, me encolhi e fechei os olhos, o dia seguinte poderia ser melhor.

...

Quando abrimos o guarda-roupa haviam inúmeras peças, nunca havia visto tantas roupas amontoadas num espaço tão pequeno, eram todas conjuntos, uniformes para ser exato, uma calça acinzentada, também uma camisa com a mesma cor, e capuzes azuis compridos, inclusive alguns broches prateados com a silhueta de uma raposa. Encontramos peças que coubessem no corpo, nenhuma que ficou boa o suficiente para Héktor, era muito grande para todas, então apenas vestiu uma calça, e se cobriu com o capuz.

Do lado de fora ouvimos inúmeras vozes, pareciam estar falando sobre os novos alunos, sem dúvida alguma éramos nós o assunto.

— Leo...não se esqueça, você não pode sair do quarto até que fique melhor, trarei comida pra você. — Seu rosto se entristeceu, mas ele aceitou sem reclamar.

— Magna poderia ficar comigo? — Foi a primeira vez que ouvi o nome da Giants de Leo. — Ela não é tão grande.

— Claro! Prometo trazê-la.

— Vamos Alium! — Héktor ouviu passos, provavelmente estavam indo para a aula.

— Vamos! Tranque a porta, só abra se for eu ou Héktor.

Todos nos fitaram quando saímos, vestidos com a mesma roupa que nós.

— Bom dia! — Uma moça alta de cabelo aparado e castanho nos cumprimentou com um aperto de mão, suas sobrancelhas me lembraram as asas de uma águia, e seus olhos pequenos a faziam parecer brava, mas aquele grande sorriso na recepção a fez se tornar simpática. —Vocês devem ser Héktor e Alium.

— Isso mesmo! — Estranhei que ela já sabia nossos nomes, mas Lione já deveria estar preparada, e como ela disse, ter escondido a existência de Leo. Héktor se mantinha imóvel e quieto.

— Eu me chamo Antares, esse é Sirius. — E apontando para um pequeno garoto, que deveria ter a mesma idade de Leo, seu cabelo louro escuro estava lambido para o lado, e seus olhos azuis pareciam a cor de um céu nublado.

— Muito prazer. — Sua voz era fina como a de uma pequena criança.

— Essa é Vega. — Nos cumprimentou com um aceno de mão e sorriu com um de seus olhos castanhos que não estava coberto pelo seu comprido cabelo marrom encaracolado.

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