Os Gigantes de Armadura

23 - CANÇÃO DA FELICIDADE

Não demorou muito para que a aula terminasse, todos se divertiram ao invés de se concentrar , depois de saber sobre o rei sem nome ter um Giants Cobra.

— Lione pediu para encontrá-la quando sair da aula, não quis me dizer onde, mas que saberia. — disse Héktor enquanto estávamos saindo da sala.

Pedi para ele me acompanhar até o salão do dormitório, pois eu não sabia como voltar, mas também pediria para que me acompanhasse.

— Irei para o mata-bicho — disse Héktor. Provavelmente deveria achar que eu deveria vê-la sozinho.

— Vamos depois que conhecer um lugar comigo — falei caminhando em direção a escada que iria nos levar para o lago no subsolo.

— Para onde vamos? — perguntou ele.

Eu não o respondi, pois vários alunos estavam passando por nós, apenas olhei para ele, e de alguma forma entendeu o que eu queria dizer.

Apressei os passos, pois os alunos foram para o mata-bicho e o andar estava quase vazio.

Logo chegamos em frente aquela escada esperando que ela levantasse antes que alguém aparecesse, mas nada acontecia, e decidi fazer o mesmo gesto que Lione ao usar suas habilidades, não sabia como usar, se deveria dizer alguma coisa, gritar como fiz ao fazer coisas flutuarem no dia em que vi minha mãe e meus pais naquela situação. Levantei meu braço e apontei dois dos meus dedos para a escada, sentia um peso no braço, como se eu estivesse carregando alguma coisa pesada, extremamente pesada, fiz força para erguê-lo e a escada acompanhou o movimento se erguendo e abrindo a passagem da caverna.

— Desde quando você consegue fazer isso? — perguntou Héktor com os olhos arregalados.

— Eu também queria saber — respondi me questionando se eu podia fazer aquilo o tempo todo. — Vamos antes que alguém apareça.

Quando entramos a escada se fechou fazendo o caminho ficar escuro, caminhávamos até o lago, eu não conseguia ver Héktor e muito menos se o lago estava logo adiante, eu encostava minhas mãos nas paredes como Héktor também deveria estar fazendo.

— Água — Senti água cobrir meu pé e entrar pelo sapato marrom que eu usava.

— Cuidado Alium. — Uma luz branca surgiu lentamente na beira do lago. Era o cabelo de Lione, seu cabelo comprido e solto estava brilhando fazendo com que pudéssemos ver todo seu corpo, além das suas sobrancelhas e cílios também estarem brilhando. Pensei que aquilo poderia ser um feitiço simples de ser usado, diferente de usar ossos de Giants para formar uma espada ou mesmo fazer coisas flutuarem. Ela estava vestindo um capuz como aqueles que os guerreiros usavam.

— Uau! — falou Héktor, eu conseguia ver um pouco do seu rosto por conta do brilho do cabelo de Lione. — Você não parece surpreso Alium.

— Tem coisas que o surpreendem mais do que cabelos brilhando — disse Lione. Eu não conseguia imaginar algo me surpreendendo mais do que aquela cena horrível na Vila...a imagem do rosto daquele homem com olhos de cores diferentes rindo sobre os corpos de pessoas que eu conhecia, e dos meus pais...me fazia se sentir com raiva...e mesmo assim eu estava com medo.

— Todos os feiticeiros podem fazer isso? — perguntou Héktor curioso.

— Apenas os de sangue puro — respondeu ela enquanto me encarava. — Você já consegue usar sua Reliqua? — perguntou.

— Reliqua Pellis — pronunciei o feitiço enquanto puxava o cabo da espada.

— Muito bem! — disse sorrindo. — Você consegue ver o que sua Giants está vendo nesse instante?