Os Gigantes de Armadura

16 - O MEU LUGAR

Nota do autor: Esse capítulo foi extremamente difícil de escrever, eu tinha alguns caminhos para seguir na história, mas esse foi o único que se encaixava, peço perdão aos leitores já de início pelas cenas a seguir. Boa leitura!

...

Lione estava usando um vestido preto de mangas longas, seu cabelo estava amarrado num rabo de cavalo e com algumas mechas escorrendo pelos ombros.

Sirius parecia empolgado com a presença dela, diferente dos outros que ficaram em silêncio e caminharam em direção a seus Giants.

— Eu vou ser direta, não me façam perguntas e se não aprenderem a se tornar os guerreiros que Zendaya precisa...como já sabem serão devidamente castigados. — Se você tentasse ir embora de Cormeum morria, se não se tornasse quem eles precisavam também morreria, um rei exigir a vida dos guerreiros para que fossem capazes de protegerem o reino, ter medo dos nossos inimigos e do nosso próprio rei, parecia absurdo pensar que era realmente daquela forma. O que um rei deveria fazer no trono? Proteger todos ou matar por apenas serem fracos, a resposta parecia simples, mas os fracos também poderiam atrapalhar. Não, eu não pensava daquele jeito, eu estava ali para proteger quem precisava, não julgar quem vive ou morre.

Lione fechou a porta e a sala ficou ainda mais escura com apenas a iluminação do castiçal.

— No dia em que mostraram sua força a seu Giants, eles permitiram dividir a alma deles com vocês. — disse Lione. — Mas já sabem disso! — E continuou. — Suas almas se tornaram uma única dividida em dois corpos, por isso que chamamos de ligação da alma. — Olhei para os outros alunos espalhados pela sala, todos atentos ao que Lione dizia. — Quero que falem sobre algo ruim que aconteceu em suas vidas, algo que os faria chorar como um bebê.

— Como quer que façamos isso tão de repente? — questionou um dos alunos.

— Se alguém fizer alguma pergunta de novo, não vai conseguir fazer perguntas nunca mais. — respondeu Lione autoritária.

— Eu começo! — disse Antares. — Eu e meu irmãozinho estávamos brincando de correr atrás de borboletas azuis, eram comuns onde morávamos. Ele continuou correndo tão rápido que eu não conseguia acompanhar, as borboletas voavam rápido demais...como ele corria. — Todos a estavam encarando. — Eu conhecia aquele lugar como as palmas das minhas mãos, e tentei fazê-lo parar de correr, mas ele continuou sem parar até encontrar o penhasco.

— O que você está sentindo Antares? — perguntou Lione.

— Tristeza, mas...

— Mas? — Interrompeu Lione a apressando.

— Eu não sinto vontade de chorar ou tremer como tinha... — Antares levantou as mãos e ficou as encarando confusa.

— Quando as almas se ligam as dores e sensações se dividem...Então respeitem seu Giants como se fossem vocês mesmos. — A grande maioria da população que vive em Zendaya faz a ligação da alma com seu Giants e não sabe disso. Arcturo deve ter faltado nessa aula, pois acreditava que os Giants são apenas armas.

— Minha irmã não queria que eu fosse caçar meu Giants, ela tinha medo de eu morrer, e sem que qualquer um visse ela me seguiu para a floresta escura, alguém a salvou, mas ela poderia ter morrido por minha causa. — Héktor me olhou quando falou sobre alguém ter salvo sua irmã...ele estava falando da minha mãe.

— Sirius! — exclamou Lione.

— Minha vida não tem nada de ruim. — disse Sirius sorridente.

— Todos tem dores Sirius. — disse Lione. — Vou perguntar uma única vez...qual a sua dor?

— Eu queria ser um feiticeiro. — O grupo ficou espantado com o que ele disse, alguns começaram a cochichar logo em seguida, nada que eu pudesse ouvir.