#10

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Acordo com um vento frio entrando pela janela. Viro levemente e consigo ver Nate dormindo serenamente.

- quantas lobas já devem ter caído no seu charme...- sussurro o vendo dormir.

- não muitas - ele responde rouco, ainda de olhos fechados - você sabe que sou irresistível - ele fala com humor.

Sorrio de leve, e o vejo abrir os olhos.

- e agora...?- pergunto me arrumando debaixo das cobertas.

- você me atrai - ele responde chegando perto.

- então é só uma atração mútua? - pergunto com uma decepção interna.

- não... eu gosto de você - ele responde olhando no fundo dos meus olhos.

- tenho medo de me apegar - confesso.

- vamos com calma, então - ele diz.

- meus irmãos, eles não são muito...- ele me interrompe.

- eu sei, Heitor só falta voar no meu pescoço quando me vê - ele fala com nervosismo misturado com humor.

- podemos deixar em segredo, então? - pergunto.

- claro...- ele dá um sorrisinho de canto.

(...)

- é melhor você ir - digo levantando.

- também acho. Meu pai deve ter milhares de perguntas - ele suspira.

- até logo...- digo indo pegar o meu roupão e indo em direção ao banheiro.

- até - Nate me puxa e, em seguida ganho um selinho.

Sorrio e entro no banheiro ao ver o mesmo sair do quarto.

(...)

Depois de um longo banho, e ótimas desculpas formuladas para os meus irmãos, me visto e sigo para a sala de refeições.

- bom dia - digo me sentando a mesa, tentando ser natural.

Heitor apenas me dá um sorrisinho, e Daniel me fuzila.

- onde estava ontem? - Daniel pergunta largando sua xícara de café sobe a mesa.

- estava me sentindo mal, e resolvi me retirar - digo passando geleia em uma torrada.

- pode me explicar que rachadura era aquela no corredor do seu quarto? - ele interroga novamente.

- rachadura? - faço uma pausa - não sei mesmo, irmão - digo mordendo a torrada.

- está escondendo algo, Safira? - Heitor se menciona de braços cruzados.

- certamente que não, Heitor! - respondo firme.

- é bom que não mesmo - Daniel diz em tom ameaçador.

- fiquem tranquilos! - digo tentando parecer forte.

Por que eu não contei sobre Carlos...? Simples, meus irmãos perguntariam quem me salvou, e eu diria que foi o Nate, mas eles não o viram na festa novamente, porque ele estava comigo. Então suspeitas seriam levantadas.
Se eu dissesse que um guarda me ajudou, eles pediriam para eu dizer qual guarda foi, e eu estaria na merda.

(...)

Após receber todas as minhas aulas, volto para o quarto cansada. Posso afirmar que latim não é a minha praia.

- onde você se meteu ontem?! - Sarah pergunta.

Eu e os meus amigos fazemos as aulas juntos.

- estava me sentindo mal - explico.

Dois mundosOnde histórias criam vida. Descubra agora