#19

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- eu acho melhor voltarmos pro castelo - digo saindo do assunto.

- mas já...? - ele pergunta com desânimo.

- meus irmãos já devem estar cheios das minhas "saidinhas" - digo com ironia.

- vamos ficar mais um pouco...- ele junta as mãos como uma prece.

- Henri...- jogo a cabeça pra trás.

- podemos ir a aldeia - ele diz animado.

- céus... de onde vem essa energia toda? Eu estou morta - digo indignada.

- não, eu estou morto - ele ri.

- não foi isso que eu quis dizer - dou risada.

- ok, vamos logo antes que fique escuro - ele diz levantando e estendendo suas mãos para me ajudar a levantar.

- vamos para o castelo?- pergunto.

- óbvio que não - ele ri.

- Henri...- digo em forma de alerta.

-vamos ficar só alguns minutinhos na aldeia... - ele implora.

- mas eu estou faminta! - digo salivando pensando nos bolinhos com geleia que Nina faz.

- eu pensei nisso - ele diz pegando um saco gordo de moedas de ouro de seu casaco.

- ok, me convenceu - puxo sua mão - vamos logo.

- gulosa - ele ri.

- sou mesmo - digo orgulhosa.

(...)

- obrigada - Henri agradece quando uma senhora deixa um prato grande cheio de bolinhos em nossa mesa.

- amém! - digo pegando logo um bolinho.

- como eles não sabem que eu sou um vampiro? - Henri olha em volta os outros lobos comendo tranquilamente.

- meu cheiro disfarça você - rio.

- como assim? - ele pergunta cheirando o seu casaco.

- vampiros não possuem cheiro, mas um lobo sabe reconhecer quando tem outro lobo por perto. Então o meu cheiro disfarça você - digo passando geleia em um bolinho.

- curioso - ele ri.

- Henri... o que vai acontecer quando seu clã descobrir que você está ao nosso lado...? - pergunto.

- vão vir atrás de mim...- ele diz se ajeitando desconfortável na cadeira.

- mas você estará seguro conosco...- digo tentando ser positiva.

- quando a guerra terminar... eu irei... lembra? - ele diz comendo um bolinho.

- não pensa em ficar pela região...? - pergunto.

- não seria muito seguro um vampiro morando na aldeia - ele ri sem vontade.

- daremos um jeito - digo.

- para que esse interesse todo em que eu fique? - ele pergunta com uma sombrancelha erguida.

- você vai gostar daqui - digo dando mais uma mordida no bolinho.

- aham...- ele diz irônico.

- idiota - dou um tapinha nele.

Ele sorri e coloca cinco moedas de ouro na mesa, e então nos levantamos para ir.

(...)

Entramos com cuidado no castelo, antes de ir para os meus aposentos, deixo a capa de Nina no lugar.

Dois mundosOnde histórias criam vida. Descubra agora