- eu acho melhor voltarmos pro castelo - digo saindo do assunto.
- mas já...? - ele pergunta com desânimo.
- meus irmãos já devem estar cheios das minhas "saidinhas" - digo com ironia.
- vamos ficar mais um pouco...- ele junta as mãos como uma prece.
- Henri...- jogo a cabeça pra trás.
- podemos ir a aldeia - ele diz animado.
- céus... de onde vem essa energia toda? Eu estou morta - digo indignada.
- não, eu estou morto - ele ri.
- não foi isso que eu quis dizer - dou risada.
- ok, vamos logo antes que fique escuro - ele diz levantando e estendendo suas mãos para me ajudar a levantar.
- vamos para o castelo?- pergunto.
- óbvio que não - ele ri.
- Henri...- digo em forma de alerta.
-vamos ficar só alguns minutinhos na aldeia... - ele implora.
- mas eu estou faminta! - digo salivando pensando nos bolinhos com geleia que Nina faz.
- eu pensei nisso - ele diz pegando um saco gordo de moedas de ouro de seu casaco.
- ok, me convenceu - puxo sua mão - vamos logo.
- gulosa - ele ri.
- sou mesmo - digo orgulhosa.
(...)
- obrigada - Henri agradece quando uma senhora deixa um prato grande cheio de bolinhos em nossa mesa.
- amém! - digo pegando logo um bolinho.
- como eles não sabem que eu sou um vampiro? - Henri olha em volta os outros lobos comendo tranquilamente.
- meu cheiro disfarça você - rio.
- como assim? - ele pergunta cheirando o seu casaco.
- vampiros não possuem cheiro, mas um lobo sabe reconhecer quando tem outro lobo por perto. Então o meu cheiro disfarça você - digo passando geleia em um bolinho.
- curioso - ele ri.
- Henri... o que vai acontecer quando seu clã descobrir que você está ao nosso lado...? - pergunto.
- vão vir atrás de mim...- ele diz se ajeitando desconfortável na cadeira.
- mas você estará seguro conosco...- digo tentando ser positiva.
- quando a guerra terminar... eu irei... lembra? - ele diz comendo um bolinho.
- não pensa em ficar pela região...? - pergunto.
- não seria muito seguro um vampiro morando na aldeia - ele ri sem vontade.
- daremos um jeito - digo.
- para que esse interesse todo em que eu fique? - ele pergunta com uma sombrancelha erguida.
- você vai gostar daqui - digo dando mais uma mordida no bolinho.
- aham...- ele diz irônico.
- idiota - dou um tapinha nele.
Ele sorri e coloca cinco moedas de ouro na mesa, e então nos levantamos para ir.
(...)
Entramos com cuidado no castelo, antes de ir para os meus aposentos, deixo a capa de Nina no lugar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dois mundos
LobisomemA milhares de anos atrás, desde a nossa existência, um mundo sobrenatural esteve em grande conflito. Talvez por territórios, poder, força... Tendo a sua maior praga, os vampiros.Medidas teriam que ser tomadas, mas quais seriam elas? O alfa, então...