#18

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Depois de uma LONGA conversa com os meus amigos, fui para a minha aula de Latim. Segundo Heitor, retomar as minhas atividades não faria mal.

(...)

Ao sair da aula, tive mais duas aulas. Cansada? Nem tanto, serviu para me distrair. Esses dias de fato, têm sido bastante emocionantes.
Antes de voltar para o meu quarto, resolvo dar uma passadinha na biblioteca para deixar os livros de história e latim de volta nas devidas prateleiras.

Indo em direção as últimas fileiras de livros, consigo ver entre uma prateleira e outra, Henri em uma das poltronas. Fico o observando ler o livro calmamente.
Henri parece notar a presença de alguém, e não demora para o seu olhar ir ao meu encontro, me fazendo por algum motivo, colocar o livro na brecha na estante em que eu o olhava.

- Safira...? - escuto o barulho da poltrona, e presumo que ele tenha se levantado.

- ah... oi - digo envergonhada vendo ele se aproximando.

- o que está fazendo...? - pergunta olhando os livros em minha mão.

Plantando bananeira! Ugr...é óbvio que eu estava te observando descaradamente.

- eu só vim guardar esses livros - digo colocando uma mecha do meu cabelo para trás.

- não sabia que gostava de livros de história - ele ri pegando um dos livros da minha mão.

- eu não gosto...- exclamo na defensiva - eu estava tendo aulas...- digo observando o sorriso divertido que formava em seus lábios.

- entendo...- ele coloca as mãos nos bolsos.

- mas então... está gostando do seu quarto? - pergunto guardando os livros.

- sim... é realmente confortavel - ele ri.

- eu acho que nunca vi meus irmãos se dando tão bem com um garoto antes - rio de nervosismo.

Poderia ser melhor, tirando o fato de que Henri atiça Daniel pelo fato de representar uma vantagem na guerra.

- quando a guerra acabar, eu irei embora - ele fita alguns livros.

- mas isso vai demorar, não vai? - pergunto esperançosa.

- assim até parece que a minha companhia te agrada - ele ri.

- não é de todo mal...- digo baixo.

Quando levanto a cabeça, vejo que ele tem um olhar divertido.

- idiota...- dou um soquinho leve em seu braço.

- não se apaixone - ele brinca passando a mão pelo cabelo.

- não se ache tanto - reviro os olhos passando por ele.

- mas o que vamos fazer agora? - ele pergunta andando ao meu lado.

- nós? - paro de andar.

- sim... o que vocês lobos fazem de bom para se divertir aqui? - ele pergunta cruzando os braços.

- eu não sei o que os lobos daqui fazem. Mas eu, vou comer bolinhos agora - digo andando até a porta.

- ótimo, vou com você - ele diz rindo.

- sinto muito, mas bolo de sangue não está no cardápio - ironizo.

- vocês lobos... acham que nós nos alimentamos só de sangue. Posso comer de tudo, porém o sangue é o prato principal... se eu não tomar por muito tempo, eu "morro"- explica ele.

- mas você já não está morto? - faço piada.

- engraçadinha - ele me empurra de leve.

- ok, então vamos comer bolinhos - digo o puxando para a cozinha do castelo.

Dois mundosOnde histórias criam vida. Descubra agora