Assim que acordei, observei pela janela, e já não chovia mais como antes. Dava para sair.
- ah, bom dia! - Henri entra no quarto carregando um saco.
- bom dia - respondo suavemente.
- trouxe o café da manhã... ou sei lá...um lanchinho - ele diz tirando um coelho morto do saco.
- okay, eu não sou muito de sobrevivência, não sei como preparar isto - digo cutucando o coelho com um graveto.
- ah fala sério... vai me dizer que nunca preparou um coelho - ele diz pegando uma faca.
- não...- digo pensativa.
Meus irmãos me mantinham sempre tão ocupada com aulas de latim e de boas maneiras(não que tenha funcionado muito, é claro) que nunca tive tempo para atividades comuns, como a culinária básica.
Quer dizer, o máximo que eu sabia fazer, é biscoitos. E não é como se eu fosse encontrar um saco de farinha e gotas de chocolate pela floresta.- pode comer...- ele diz me entregando um saco com frutas.
- a chuva parou... você vai embora...? - pergunto.
- creio que devo passar mais algumas noites nesta casa. Ela parece abandonada...- ele diz olhando em volta.
- então... eu já vou...- digo terminando de comer mais um punhadinho de frutas.
- está bem...- ele diz largando o coelho em um balde, dava para ver o sangue todo escorrendo.
Ele limpa as mãos em um balde com água, e puxa um pano de seu bolso, as secando em seguida.
- foi um prazer - digo estendendo a mão.
- igualmente, lobinha - ele diz apertando a mesma.
Sorrio de volta e vou em direção a porta.
- Henri...?.
- sim...?.
- vai ficar aqui por quanto tempo...? -pergunto ainda com a mão na maçaneta.
- por algumas semanas... preciso de provisões para partir - ele diz calmo.
- que bom... - digo saindo rápido do quarto.
Ok, talvez eu tenha achado ele atraente.
Mas espera, é um vampiro... Heitor e Daniel o matariam se soubessem. E acho que Henri não gostaria de saber que sou irmã dos lobos mais fortes do sobrenatural.(...)
Vou andando pela floresta, deixando que o meu extinto me guie. A quanto tempo eu não me transformava...?
Sem demoras, assumo a minha forma lupina, e corro pela floresta.
Logo, sinto um cheiro familiar. Havia outro lobo no território.Quem sabe um dos guardas do castelo!!
A altura em que me aproximo, sinto que o cheiro não é mais tão familiar assim... na verdade, era quem eu menos queria ver agora. Um lobo consegue sentir o cheiro de outro, mas um vampiro não consegue sentir o cheiro de um lobo. Isto deixa a disputa um tanto mais perigosa, quer dizer poderia ter um lobo ao lado de um vampiro, que ele nem iria desconfiar.
Me transformo novamente, e me abaixo atrás de algumas pedras. E escuto os galhos se quebrando mais próximos a mim.Era Nate.
Ele deveria estar indo a casa para deixar comida.
Desgraçado!!
Mas espera... Henri estava lá!.
Um desespero grande me domina. E se ele fizesse algo com Henri. Mas seria o tempo de eu fugir, ou deixar que algo acontecesse ao vampiro.
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Dois mundos
WerewolfA milhares de anos atrás, desde a nossa existência, um mundo sobrenatural esteve em grande conflito. Talvez por territórios, poder, força... Tendo a sua maior praga, os vampiros.Medidas teriam que ser tomadas, mas quais seriam elas? O alfa, então...