Dois mundos

#3

No outro dia...☀️

Acordei com o sol batendo em meus olhos, e uma preguiça interminável.
Logo, lembro que hoje, lobos de todas as partes do mundo iriam vir para o castelo.
Escutando o barulho de cavalos e carruagens, corro para a porta que levava a minha sacada. Abro-a, e me debruço para ver melhor. Três carruagens haviam acabado de entrar pelos portões do castelo.

- hm... adoro visitas - sussurro para mim mesma.

As carruagens logo param, e de dentro, saem alguns homens.
Algo me intriga na primeira carruagem, o homem que saiu de lá, parecia analisar tudo a sua volta.
Enquanto Heitor e Daniel cumprimentam a todos, o homem misterioso olhava ao seu redor, logo, não demorou muito para mirar os seus olhos para cima, consequentemente para mim.
Heitor, seguindo os seus olhos, também olhou para mim.

É neste momento que eu me afasto com pressa da sacada.
Suspeito que Heitor saiba dos meus planos de tentar me infiltrar nesta reunião.  Preciso saber o que está acontecendo.
Não me arrisco a aparecer na sacada novamente. Então, ao acabar as minhas higienes, me vestir e pentear o meu cabelo. Me dirijo para a sala das refeições, provavelmente, teria que comer sozinha novamente, para variar.
Visto um vestido azul escuro decotado de ombros nus, e calço um par de saltos não muito altos.
Sou um pouco diferente das garotas que eu já conheci,não tenho o costume de usar maquiagem, na verdade, só uso algo em meus cílios e um batom claro. Mas fora isso, sou até que vaidosa

(...)

- irmão, irá se juntar a mim para o café? - pergunto encontrando Daniel no corredor, que arregala os olhos ao me ver.

- venham, é por aqui! - Heitor chega logo atrás dele com os "visitantes".

Eram cinco homens, ambos intercalando entre seus 37 ou 40 anos. Mas havia um, que apresentava os seus 20 ou 27 anos.

Bem bonito, por sinal...

- ah, senhores... permitam-me - Heitor chega ao meu lado.

- está é Safira...- Heitor diz educado.

- nossa irmã - Daniel toma uma voz rígida- caçula - completa ele olhando especificamente para o mais novo dos cinco homens, que o encarava com um semblante divertido.

- bom dia, alfas - me mostro educada, tomando postura.

Os quatro homens, por sua vez, apenas fazem uma reverência. Porém, um deles, toma a frente, pegando suavemente a minha mão.

- é um imenso prazer - o mais novo diz olhando em meus olhos - ...Safira... - completa ele beijando as costas da minha mão.

Um arrepio toma conta de mim...

- vou mandar os empregados servirem o seu café no seu quarto...- Daniel diz soltando um leve rosnado nada baixo para o homem.

Que nem se comoveu, na verdade, se manteve com a mesma postura, o que visivelmente, irritou Heitor.

- creio que a viajem os deixou famintos - Heitor se menciona, quebrando o gelo que havia se instalado - minha irmã vai se retirar para o seu quarto, então poderemos conversar em particular - completa chegando perto do homem mais novo.

As vezes eles se comportam como duas crianças! Pela Deusa!

- está certo...- digo suavemente - com licença - digo me retirando.

(...)

Não posso negar que o alfa bonitão me chamou a atenção. E tenho certeza que meus irmãos também notaram isso, certamente, ambos vão se certificar de deixar ele longe do mesmo corredor que eu.
Meus irmãos são bem territoriais com os outros lobos, já que juntos, poderiam tomar frente de alguma rebelião. Contudo parece que são piores comigo, acho que ambos tem medo que eu finalmente encontre alguém.
Nos livros, nossos antepassados falaram sobre seus companheiros, almas gêmeas. Porém, o antigo supremo, nosso tataravô, com a ajuda de um bruxo muito poderoso, rompeu essa ligação. Ou seja, não existe mais o laço de companheiro.
Olhando por outro lado, é bem triste, quer dizer... nossa alma gêmea pode estar do nosso lado e nunca poderíamos saber.