#20

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- não precisa, é só alguns roxos - digo olhando os meus pulsos.

- mesmo assim... ele fez isso com você - Henri se enfurece.

- Henri... ele vai ser castigado - toco o seu braço,sentindo ele ficar mais relaxado.

- eu deveria ter chegado antes...- ele olha ao redor.

Alguns móveis estavam bagunçados,e alguns porta retratos quebrados.

Vou até o porta retrato que estava em minha cabeceira, e o pego do chão. O vidro estava quebrado, mas a foto estava intacta.

- seu pai...? - ele pergunta.

- sim...- digo passando a mão na fotografia.

- você tem os cabelos dele - ele sorri.

- por sorte herdei muitas coisas dele - sorrio olhando pra foto, e a colocando de volta em seu lugar.
Mais tarde eu providenciaria um novo porta retrato.

- vem... já que a senhorita não quer ir a enfermaria, vamos tentar arrumar esse quarto - ele ri.

- bom... tirando o fato de que não podemos consertar os móveis que vocês quebraram, só podemos recolher algumas coisas do chão - digo me abaixando e pegando alguns livros jogados.

Tadinho do meu quarto... serviu de zona de guerra.

- ok... não sou muito bom no quesito "organização". Mas vamos tentar...- ele explica colocando as mãos na cintura e olhando em volta.

- não exagere - digo.

- nem estou exagerando... meu quarto era um chiqueirinho -ele diz coçando a cabeça e rindo.

- que nojo, Henri - digo entortando a cara.

(...)

Depois de alguns minutos recolhendo coisas do chão e tentando arrumar o quarto. Os empregados se encarregaram do resto. Logo, um marceneiro chegou para tentar arrumar os móveis ou providenciar novos iguais.

- obrigada pela ajuda, Henri - digo.

- não por isso - ele sorri.

- senhora...-um guarda para em nossa frente- o alfa solicita a presença de todos no grande salão.

- ele vai fazer um discurso - digo com desânimo.

- anime-se! Não é todo dia que o nosso querido alfa faz um discurso - Henri fala tentando me passar ânimo.

- aff...- bufo.

Henri vai para atrás de mim e empurra os meus ombros, me fazendo andar sem vontade.

(...)

Depois do longo discurso sobre confiança e lealdade ao alfa, Daniel comentou sobre a segurança do castelo e sobre a presença de Henri. Ele deixou bem claro que não quer nenhum arranhão sequer em Henri.

O olhar feio dos alfas para o vampiro era evidente, mas francamente? A calma e serenidade de Henri me causavam inveja. Eu no lugar dele já estaria olhando para todos com o meu famoso "olhar irônico". Acho que é por isso que muitas lobas do castelo não gostam de mim...
Quer dizer, não é como se eu ficasse me sentindo mal por estar olhando para a pessoa da mesma forma que ela me olha.

Rsrs...

- seu irmão não parece notar que saímos... - Henri pergunta ao meu lado sem olhar para mim. Parecendo que estava prestando atenção no discurso de Daniel.

- com esse ocorrido, ele teria coisas mais importantes para se preocupar - explico falando baixo.

- Heitor vindo em nossa direção em 3..2..- ele para de contar.

Dois mundosOnde histórias criam vida. Descubra agora