#9

8K 556 25
                                    

- não me ameace, Nate - faço uma pausa - nós não somos nada - digo sorrindo para disfarçar o fato de estarmos quase matando um ao outro.

Ele rosna baixo.

- acho que nós dois sabemos que algo mudou - ele diz convencido.

Reviro os olhos e saio ao final da dança, enraivecida.

- hey - Luka chega ao meu lado - tudo bem, querida...? - completa levantando a sombrancelha.

- sim, eu só vou dar uma volta - digo com um sorriso falso.

- está bem - ele diz me olhando de canto, mas ainda desconfiado.

(...)

Depois de uma hora nesta festa, sigo convencida de que para mim, já deu.
Evito cruzar com os meus irmãos no caminho, para evitar satisfações.

- já esta indo, princesa...? - Carlos aparece.

- ah, olá - tento ser simpática, mas infelizmente meu bom humor já tinha sido totalmente destruído por Nathaniel White.

- me deve uma dança, se lembra...? - ele diz cruzando os braços e sorrindo.

Seus dentes são tão brancos, que se uma luz bater neles eu fico cega.
Ok, isso foi uma piada realmente ruim

- ah, mas agora? - digo fazendo uma careta.

- sim, vamos !- ele pega a minha mão e praticamente me reboca a festa novamente.

(...)

Esta dança é realmente entediante, evito olhar diretamente para Carlos, mas posso sentir o seu olhar me devorando.

- está realmente linda esta noite, princesa - ele diz chegando perto.

E cada vez mais perto.

- ah, obrigada - digo afastando o meu rosto.

- não fuja de mim - ele me puxa par mais perto.

- eu acho que não quero mais dançar - digo tirando as suas mãos da minha cintura.

Que cara chato...!

Sigo novamente para o castelo. Ao entrar pelas portas dos fundos, vou ao encontro dos grandes corredores.

Sou puxada bruscamente ao encontro da parede e uma mão cala a minha boca. O cheiro de whisky misturado com seu perfume, era simplesmente repugnante.

- shhh - Carlos diz deslizando a sua mão pelo meu corpo enquanto a outra tampa a minha boca.

Me mexo tentando me livrar de seu aperto, mas nada...

- não precisa disso tudo - ele sussurra em meu ouvido - eu posso te dar prazer...- ele beija o meu pescoço.

Paro de lutar, e sinto o seu aperto ficar mais leve. Então, em um momento de distração, chuto seus países baixos.
Ele urra de dor, e é a minha chance de correr.

Corro pelos corredores a procura de algum guarda ou qualquer pessoa. Minhas pernas estão bambas e eu sinto como se meus pulmões fossem explodir. Que cara mais babaca!.

- eu posso sentir o seu medo - escuto a voz asquerosa de Carlos.

Entro na primeira porta que eu vejo, e tomo cuidado na hora de fechar, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Assim que entro na biblioteca, corro para as últimas estantes de livro, e pego o mais pesado.

- não precisa se esconder, princesa... eu vou te achar - escuto a voz dele no mesmo cômodo que eu.

Se eu me transformar, eu posso me defender melhor. Mas já era tarde.

Dois mundosOnde histórias criam vida. Descubra agora