XVIII

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Depois de muitos abraços da Clarisse e de um dia de filmes e chocolate quente, no sofá, ambas tapadas com cobertores, voltei à faculdade, isto já no dia seguinte. Ainda bem que tudo aconteceu no fim de semana, não posso perder mais aulas. O Charlie ainda insistiu muito comigo, durante a chamada da manhã para ficar esta semana em casa, mas isso seria impossível de acontecer.

Cheguei à escola e cumpri com o meu horário da manhã. Tive duas aulas e agora segue-se o almoço. Enquanto caminho até ao bar da faculdade, recebo uma mensagem de Charlie.

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Temos uma emergência. Quando acabares as aulas, podes passar aqui nos laboratórios?
Beijinhos Adoro-te… ♡

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Sorri ao ler o fim da mensagem, mas fiquei alerta com o início. Coloquei-me na fila do balcão quando, finalmente, chegou a minha vez, pedi a sopa do dia, uma salada e uma água. Dirigi-me a uma mesa, a mesa redonda no cantinho daquele espaço, ao pé da janela, com vista para a praia. O mar estava alvoraçado e estava frio lá fora. Pergunto-me o que aconteceu para o Charlie me ter enviado aquela mensagem.

Acabei de almoçar e ainda tive mais uma aula, a última do dia. Queria mesmo saber o que tinha acontecido. Estou um pouco preocupada… Já nem tomei atenção ao resto da aula. Chegou a hora de saída e fui lá para fora. Infelizmente, estava a chover a potes, estava vento, estava frio e ainda tinha que esperar meia hora pelo autocarro.

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Charlie

Ia andando pela entrada principal dos laboratórios, quando embati em alguém. Reparei que era Amelia e agarrei-a, gentilmente, pelos braços. Estava toda molhada devido à chuva de lá fora, o que me fez brotar um leve sorriso.

-Queres um chapéu de chuva pelo Natal? – perguntei, soltando uma risada.

-Quero, mas pelo dia dos namorados – respondeu e eu fiquei… bem, fiquei, simplesmente fiquei, enquanto ela andava a minha frente, soltando um espirro.

Segui-a até à zona da direção, onde ficava o escritório de Jackson e à qual tínhamos acesso.

Já la se encontrava Felícia, Jackson e o engenheiro que analisou o chip que encontrámos em Amelia.

-O mau tempo apanhou-te! – disse Felícia, enquanto olhava para Amelia, encostada a uma bancada.

-Não gozes comigo também, acho que vou ficar doente – respondeu enquanto tirava o casaco e espirrava ao mesmo tempo.

-Boa tarde, pessoal. Amelia, vais ficar doente – referiu Jackson, ao sair do seu escritório – É assim que cuidas da tua namorada? - virou-se para mim.

-Ainda não é…

-Estás a ver? Eu disse-te que éramos – interrompeu-me Amelia, referindo-se ao que dissera mais cedo, rindo-se da situação.

-Bem, quero falar convosco por causa de algo muito importante  - iniciou o seu discurso com o engenheiro ao lado, rapaz muito alto, loiro, olhos muito claros, mesmo muito muito claros. Até dizia que era albino, mas não é este o caso – hoje deu entrada aqui um homem inconsciente. Descobrimos que apresentava um chip como o que encontrámos na Amelia, mas este já menos danificado. O senhor está bem, conseguimos estar preparados para o problema e evitar que tomasse repercussões como tomou o caso da Amelia. O chip também não se encontrava tão danificado, o que irá permitir uma melhor investigação aqui por parte do meu colega Luke. Vamos conseguir descobrir algo mais sobre este assunto. Amelia, já li as cópias das páginas  que me mandaste do diário que encontraste… É deveras interessante. Temos que ir mais a fundo neste assunto e quando puderes, por favor, envia-me o resto. Estão dispensados – e seguiu para o seu escritório, juntamente com Luke.

Com Amor, AmeliaOnde histórias criam vida. Descubra agora