XVI

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Charlie
Chamada ON

-Estou? – perguntei, ao telemóvel, com a voz cheia de sono, enquanto ainda estava na cama acabado de acordar.

-Charlie? Por favor, tens que vir já cá a casa, rápido! – ouço a voz trémula de Clarisse.

-O que é que se passa? – dei um pulo na cama e fiquei alerta.

-É a Amelia – ouvi o seu choro fininho no outro lado da linha – está desmaiada! Vem rápido!

-Vou já para aí, coloca-a numa posição confortável – desliguei.

Chamada off

Levantei-me, imediatamente, da cama. Nem vesti nada, deixei-me estar com a roupa da noite, pus um casaco por cima e saí de casa.

Corri o mais depressa possível até Amelia. Quando cheguei lá a casa, vi-a deitada no sofá, inconsciente. Apenas ecoou um “não" na minha cabeça.

-O que aconteceu? – perguntei a Clarisse.
- Não sei! Acordei de manhã e fui à casa de banho. Quando lá cheguei, encontrei-a assim.

-Vou levá-la aos laboratórios, já te dou notícias – afirmei, pegando nela ao colo.

-Eu vou contigo!

- Não, Clarisse. Fica em casa, vê se encontras algo, algo que ela poderá ter ingerido, qualquer coisa que lhe possa ter causado isto. Eu dou-te notícias – saí de casa à pressa, não reparando sequer nas reações de Clarisse.

Fui até ao estacionamento ali perto, onde se encontrava o meu carro. Coloquei-a no banco de trás e conduzi até aos laboratórios visto que era mais rápido. Estou a ter um déja vu e não me contenta.

Ao chegar à ala médica corro o mais possível com Amelia ainda desmaiada, ao meu colo. Estou tão preocupado, ela não acorda. Passo como um furacão por Felícia.

-Amelia? – apenas a ouço exclamar para o ar, enquanto segue o seu caminho atrás de mim e pede uma maca de emergência.

Posiciono Amelia e peço a Felícia para que avise Jackson. Sigo com mais alguns enfermeiros para um quarto. Durante o nosso apressado caminho, Amelia começa a despertar e a dar alguns sinais.

-O que aconteceu? – perguntou fraca e desnorteada.

-Não te esforces, está tudo bem – disse, olhando diretamente em seus olhos, transmitindo-lhe segurança. Na verdade, eu não sabia se estava tudo bem, mas neste momento o meu maior desejo é que tudo não tenha passado de uma quebra de tensão, seguida de um desmaio.

Alguns minutos após ela já estar instalada no quarto e a soro, Jackson entra.

-Amelia, Amelia - aproximou-se dela e começou a observá-la seguindo os usuais procedimentos médicos.

-Cá estou eu outra vez – respondeu, com uma voz fraca.

-O que aconteceu? – Jackson perguntou.

-Só me lembro de sentir enjoos e tonturas durante a noite. Levantei-me, fui à casa de banho e depois não me lembro de mais nada.

-A Clarisse é que a encontrou desmaiada e me avisou – acrescentei.

-Pode não ter passado de uma crise normal, uma quebra de tensão, mas eu preferia fazer alguns exames. Não sabes se comeste alguma coisa estragada? Bastante estragada?

- Não, penso que não.

-E tu? Agora vens trabalhar de pijama? – perguntou, dirigindo-se a mim, num tom de brincadeira.

-É a minha folga e já atendi a uma mega emergência. Tens problemas com o meu pijama? – respondi, soltando uma gargalhada.

-Considera-te uma mega emergência – disse Jackson para Amelia a qual corou um pouco – já volto para te vir buscar. Vamos fazer umas análises ao sangue.

Aproximei-me de Amelia e sentei-me à beirinha da cama.

-Sentes-te bem? – perguntei, preocupado. Recebi como resposta, um aceno afirmativo.

-Obrigada!

-Pelo quê?

-A sério? Pelo quê? Ultimamente tens sido o meu herói.

-Na verdade, há bem mais tempo.

-Desculpa, parece que foi ontem. Que nunca estive tanto tempo…

-É normal – respondi, aproximando-me dela, afastando uma mecha de cabelo do seu rosto.

A este movimento, ela reage num impulso, aproximando-se rapidamente do meu rosto. Disto não estava à espera. Sinto a sua respiração fraca. Quero beijá-la e ela parece querer o mesmo.

-Não tive tempo de lavar os dentes – e ao sair-me esta frase, estupidamente idiota, da boca, ela colou os nossos lábios num beijo doce e calmo.

Libertados deste ato, ela abraça-me com força e ouço soluços juntamente com um leve choro. Apenas a abracei com mais força, apoiando-a, sabendo exatamente porque chorava.

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Notas da autora:
Primeiro beijo!!!! AHHHHH!!!! :D
(Tinha que partilhar a minha felicidade).
Espero que estejam a gostar! Beijos :)

Com Amor, AmeliaOnde histórias criam vida. Descubra agora