XVII

3 0 0
                                    

Notas da Autora:
Olá leitores e leitoras!
Venho aqui só para avisar que este capítulo é mais curtinho, apenas um desabafo da nossa protagonista Amelia!
Boa leitura :)

**********************

“Sinto-me… Sinto-me bem! Já não me sentia bem há alguns dias. A minha vida tem acontecido de uma maneira que eu nunca esperava que acontecesse. Estar em coma dois anos, foi como se uma parte da minha vida me tivesse sido retirada e, no fundo, foi mesmo. Nesse tempo, não vivi, não comi como uma pessoa normal, não escrevi, não falei, nem conversei com alguém, mas ouvi. Ouvi tudo muito bem, todas as declarações inacabadas do Charlie, que voltava no dia seguinte para as acabar. Até que me apercebi que era uma declaração que nunca iria acabar e o beijo que aconteceu foi como uma primeira palavra da minha declaração de amor que também irá ser eterna.

Ele esperou por mim, durante dois anos, nunca lhe falei daquilo que ouvi e de que não me esqueci, por timidez, por constrangimento, talvez. Só sei que agora, sinto-me bem, ele fez a dor passar, sinto borboletas na barriga, não quero que esta sensação acabe e quando acabar que seja pelo fim das nossas vidas.

Já não estou triste, já não parece que aqueles dois anos foram desperdiçados numa cama, agora que tenho a confirmação dos seus sentimentos por mim. Mas parece sim que foram dois anos de pura conversa, ele falava, eu ouvi-a. E cada palavra que ele me dizia ao ouvido fazia-me caminhar cada vez mais até à realidade, até àquilo que eu sentia.

Era como uma prisão quando estava sozinha, presa no meu próprio corpo. Mas quando a sua voz se fazia ouvir, eu consegui, finalmente, dormir. E ao descansar, aproximava-me cada vez mais do grande momento, o momento em que acordei.”


Com Amor, AmeliaOnde histórias criam vida. Descubra agora