Clarisse
Okay, não foi uma boa ideia ter envenenado a Amelia… O Charlie veio a correr ter com ela e estava super preocupado! Não pode! Não pode ser assim! Ele tem que gostar de mim… de mim… Ainda por cima ela ficou bem! Não acredito que correu tão mal. Tenho que pensar numa maneira de os separar! Só não sei o quê! – Penso, enquanto ando de um lado para o outro no centro da sala. De seguida, ouço a chave na porta e imagino que seja Amelia de regresso a casa – que enjoo!
-Hey! Estás de volta – inicio uma conversa quando ela abre a porta e entra em casa.
-Boas! Sim, hoje despachei-me mais rápido – respondeu-me com um sorriso, enquanto tirava os casacos e calçava as pantufas de casa com a forma de ratinhos… exageradamente fofinho para meu gosto…
De repente, o seu telemóvel toca e Amelia tira-o do bolso do casaco já pendurado.
Chamada ON
-Estou, Jackson – atendeu, enquanto andava em direção ao seu quarto e eu permanecia sentada no sofá. Assim que entra no quarto, tento aproximar-me da porta e tentar ouvir a conversa – já tens os resultados?... Hmm, sim consigo passar aí, mas agora?... Agora, okay, se achas importante… Até já – percebi que a chamada terminara e afastei-me da porta, sentando-me no sofá, tapada com um cobertor, tal como estava antes de Amelia ter entrado no quarto.
Chamada OFF
-Vou ter que sair – Amelia diz enquanto passa pela porta do seu quarto, com uma expressão séria.
-Já? Acabaste de chegar… está tudo bem? – perguntei, tentando perceber o que se passava. E coisa boa não parece ser… preciso mesmo de descobrir.
-Pois, não sei… Tenho que regressar aos laboratórios – dizia, enquanto vestia os casacos, tirava as pantufas exageradamente fofinhas e preparava-se para enfrentar o mau tempo lá fora.
-Então vai dando novidades!
-Claro – respondeu com um sorriso antes de fechar a porta.
Mais tarde nesse dia
Preparo-me para ir dormir, fazendo a cama, vestindo o pijama entre outros hábitos diários. Amelia ainda não chegou a casa… Decido ligar-lhe. Chama… e nada! Espero que não esteja com o Charlie… E com este pensamento, deito-me, enrolo-me nos cobertores e fecho os olhos a sentir-me sozinha e com medo.
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Com Amor, Amelia
Science Fiction"Era como uma prisão quando estava sozinha, presa no meu próprio corpo. Mas quando a sua voz se fazia ouvir, eu consegui, finalmente, dormir. E ao descansar, aproximava-me cada vez mais do grande momento, o momento em que acordei."